Atos 2:42-47
Muitas vezes ficamos sem entender por que alguns dos nossos amigos não frequentam a igreja conosco. Por que a igreja deixou de ser um lugar atraente? Por que temos nos tornado um povo comum que não brilha como uma luz nesse mundo encharcado por trevas? Por que Deus não instiga pessoas a visitarem e permanecerem na igreja onde congregamos?
Foram perguntas desse tipo que me levaram a reestudar um texto por demais conhecido que mostra a todos nós o que é viver igreja.
Vejamos algumas lições preciosas da igreja do início:
Como vivia a igreja no início?
1. Havia reverência entre todos aqueles que faziam parte da igreja – v.43
“Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos”.
Deus agia no meio da igreja e, sabendo quem era esse Deus, havia temor em cada coração. Por que milagres não acontecem com facilidade entre nós? Deus mudou? Podemos dizer a mesma frase hoje em dia – “em cada alma havia temor”?
Levar Deus a sério é uma necessidade da igreja atual. Gl 6:7 Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Parece que esquecemos que postura de irreverência diante de Deus traz consequências. A Bíblia mostra alguns exemplos: Irreverência diante das coisas sagradas – Uzá – 2 Sm 6:7 Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus; Irreverência diante da adoração – Nadabe e Abiú – Lv 10:1,2; Irreverência diante das ofertas consagradas a Deus – Ananias e Safira – At 5
Deus continua sendo Deus e o que impede a manifestação do seu poder nosso meio são os nossos pecados, a nossa postura relaxada e displiscente. Is 59:2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Falta em nós o temor, falta em nós o desejo de experimentar o Deus todo-poderoso se manifestando no nosso meio. Falta em nós o mesmo desejo que havia no coração de Moisés – “mostra-me a tua glória”. Sobra em nós a postura de Israel ao pedir a Moisés que peça a Deus que não fale com eles, mas que seja Moisés o interlocutor.
Havia temor no culto, havia temor na vida, havia temor em todo o tempo. Todos reverenciavam a Deus e diante de todos Deus manifestava o seu poder.
2. O prazer da comunhão era vivenciado por todos – v.44a
“Todos os que creram estavam juntos”
Eu li uma frase no blog “Auxílio ao Mestre” que me chamou a atenção: “A comunhão da igreja não é um mero ajuntamento de pessoas, é o relacionamento espiritual e pessoal dos santos, sob a ação do espírito Santo”. (Francisco Barbosa)
Comunhão é pilar da igreja. É ter prazer de estar junto; é parceria; é alegria em compartilhar as mesmas ideias. A expressão bíblica para comunhão é koinonia. E você só consegue viver essa koinonia se nascer de novo em Cristo Jesus.
Jesus orou por isso. Jo 17:20,21 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.
É inconcebível estar no mesmo ambiente com pendências em relacionamentos - 1Co 1:10 Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.
Viver juntos, no padrão bíblico, traz implicações sérias e novas posturas. Veja o que diz Paulo em Fp 2:2-4 completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.
Isso é comunhão – mesmo pensamento (mesmos objetivos); mesmo amor (amor sacrificial que se entrega); mesma alma (verdadeira empatia); mesmo sentiment (sem hipocrisia e falsidade tendo a verdade como guia de todos os relacionamentos); sem partidarismo ou vanglória (sem preferências e sem interesses pessoais evidentes); sempre colocando o próximo em um patamar de maior valor e buscando primeiro o interesse dele e não o nosso.
3. Suprir as necessidades dos irmãos era uma ocupação comum na igreja – v.44b
“e tinham tudo em comum”
A preocupação com o irmão, o interesse em ajudar era visível na igreja. Eram pessoas vivenciando os mandamentos recíprocos; eram pessoas vivendo como corpo de Cristo (se um membro sofre, todo o corpo sofre junto).
A ordem de Paulo é clara – Colossenses 3.12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Também em Romanos 12:13 compartilhai as necessidades dos santos;
Não tem como não ser atraído e não gostar de estar em um ambiente assim. Não há como viver igreja se estou fechado no meu mundo pessoal. Somos corpo e membros uns dos outros. Só conseguiremos viver igreja se estivermos dispostos a suprir as necessidades uns dos outros.
4. Tinham as suas finanças à disposição de Deus – v.45
“Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”.
Todos os bens estavam à disposição de Deus. Havendo necessidade eles faziam algo para suprir essas necessidades. Dinheiro para aquela igreja não era uma espécie de “segurança” para o futuro, mas um instrumento de bênção na vida de quem precisava. A gente luta em entregar o dízimo a Deus. Experimente ultrapassar essa quantia e, além de entregar o dízimo, disponibilizar os 90% restantes para usar do jeito que Deus quiser.
Quando o assunto é finanças, Richard Foster sugere algumas práticas que podem ser experimentadas por todos nós quanto ao dinheiro:
a. Aprenda a usar o dinheiro e não servi-lo - Ao cristão é dada a elevada vocação de usar a Mamon sem servir a ele. Estaremos servindo a Mamon quando permitimos que este determine as nossas decisões financeiras. Pode ser que meu dinheiro me diga: “Você tem o suficiente para comprar isso”, mas meu Deus pode dizer: “Não quero que você compre isso”. A quem vou obedecer? Esse é o ponto.
b. Entre em contato com os seus sentimentos acerca do dinheiro - O maior obstáculo não é o de compreender o que a Bíblia diz sobre o dinheiro, mas o de chegarmos a um acordo com o nosso medo, insegurança e culpa acerca do dinheiro. Sentimo-nos realmente ameaçados por esse assunto – tememos ter muito pouco e tememos ter demais. Um estilo de vida restaurado talvez pudesse conter as palavras que estão no livro de Provérbios 30:7-9 Eu te peço, ó Deus, que me dês duas coisas antes de eu morrer: não me deixes mentir e não me deixes ficar nem rico nem pobre. Dá-me somente o alimento que preciso para viver. Porque, se eu tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome, ó meu Deus.
c. Por um ato consciente da vontade, deixe de negar a sua riqueza - Não estamos incluídos na lista dos 50 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha da miséria. Aqueles que possuem um carro estão situados na classe alta do mundo. Os que possuem casa própria são mais ricos do que 95% de todas as pessoas deste planeta. Embora a maioria de nós tenha dificuldade em equilibrar o orçamento, precisamos reconhecer que, como cidadãos do mundo, estamos entre os muito ricos.
d. Criemos uma atmosfera na qual a confissão se torne possível - Para que a igreja funcione como igreja, ela precisa criar um ambiente no qual os nossos fracassos acerca do dinheiro possam vir à tona e sermos curados. Num ambiente assim ouviremos orações do tipo: “Perdoa-me Senhor porque o dinheiro capturou meu coração”. O dinheiro é uma questão espiritual e a oração é a arma principal na vida do espírito. Oremos uns pelos outros, façamos também orações preventivas.
e. Descubra uma pessoa que está ao seu lado na luta para atravessar o labirinto do dinheiro - O ideal é que o marido e a esposa estejam juntos nessa caminhada. Mas esteja aberto para ajudar a outros irmãos nesse sentido.
f. Descubra maneiras de se manter em contato com os pobres - O distanciamento dos pobres não nos deixa contemplar a sua dor. É aí que surge o mundo ilusório nos nossos corações. Podemos fazer uma escolha consciente de estar com os pobres, não de pregar a eles, mas de aprender com eles.
g. Experimente o significado da renúncia íntima - Quando entramos na renúncia entendemos que nada temos apesar de tudo estar à nossa disposição. 2 Co 6:10 ...nada tendo, mas possuindo tudo.
h. Faça donativos com coração alegre e generoso - Dar tem o poder de arrancar o sovina que mora dentro de nós.
i. Reavalie a sua visão acerca do trabalho e dos negócios - Como servos do Deus vivo afirmemos que o trabalho é um bem e uma necessidade. 2 Ts 3:10 “Se Quem não quer trabalhar que não coma". Afirmemos trabalho que valorize a vida humana e repudiemos trabalho que destrua a vida humana. Precisamos ter fixado em nós que o valor humano está acima do valor econômico. Para isso precisamos aprender que o empregado é mais do que apenas custo de produção. Precisamos recusar a possibilidade de nos aproveitar do nosso semelhante. Se é para pagar, pague o justo.
5. A devoção era prática constante em toda a igreja – v.46a
“Diariamente perseveravam unânimes no templo”
A expressão presente no texto tem duas possibilidades: ou participavam de um encontro diário no átrio do templo ou participavam dos rituais que diariamente aconteciam no templo com ofertas, holocaustos e sacrifícios. Seja o que for, a devoção era diariamente praticada. Havia sempre culto a Deus.
Os pilares dessa igreja são apresentados no v.42 – doutrina dos apóstolos (conhecimento e estudo da Bíblia); oração; comunhão e Partir o pão (Santa Ceia – aliança com Deus)
Falta devoção nos nossos dias. Poucos têm prazer pela leitura bíblica, pela oração. A gente consegue ver numa simples conversa quem cresce em devoção e quem continua na mesmisse espiritual sem nada a acrescentar.
6. Abriam as suas casas para vivenciar celebrações – v.46b
“partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração”
Havia muita alegria na vida daquele povo. Singeleza de coração pode ser traduzido por generosidade, franqueza e espírito aberto que caracteriza a comunhão cristã. A gente pode viver igreja com alegria e singeleza de coração em nossas casas: Praticando a hospitalidade – Romanos 12.13 compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; Hebreus 13.2 Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos; Promovendo encontros facilitadores – convidando amigos como fez Levi – convidou amigos e Jesus; Abrindo as nossas casas para o grupo pequeno – grupo pequeno é a igreja em sua casa.
Os grupos pequenos na Bíblia eram usados como estratégia evangelística – Atos 5:42 E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. A perseguição da igreja aconteceu nesses grupos pequenos – Atos 8:3 Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere. Batismos aconteciam nas casas, como no caso de Saulo (9:17-19), de Cornélio e os de sua casa (10:47,48), e do carcereiro de Filipos (16:30-33). É como nós fazemos hoje na CPA. Repetidas vezes, no final de suas cartas, Paulo manda uma saudação à igreja que se reunia em uma ou outra casa.
Quando você vai deixar que a sua casa se torne um local onde Deus manifesta o seu poder para salvar e restaurar vidas? Um dia alguém resolveu abrir a sua casa e teve o privilégio de ter um dos maiores acontecimentos da história naquele lugar – a desida do Espírito Santo aconteceu em uma casa. Quantos ainda não abrem as suas casas para um grupo pequeno se reunir lá. Não espere que alguém peça. Convide amigos, vizinhos e familiares e reuna-se um dia para juntos louvarem a Deus, estudarem a Bíblia e orarem uns pelos outros. Deus fará grandes coisas na sua casa.
7. Estavam atentos aos de fora – v.47a
A igreja contava com a simpatia de todos. Era gente agradável e que dava atenção devida aos de fora. A gente pode viver isso no nosso dia a dia: Na comunhão estabelecida nos relacionamentos íntegros – nossos amigos precisam da nossa amizade; No nosso testemunho por onde andamos – a forma como nos comportamos pode se tornar atração ou repulsa para aqueles que estão fora; Descobrindo o prazer de estar congregado com os demais irmãos e convidando com mais empenho; Orando pelos nossos amigos até que a obra de Cristo seja formada neles.
A conclusão do texto: Deus indicava aquela igreja como um bom local para participar – v.47b
É Deus quem melhor convida. Ele sabe qual a igreja que está pronta para receber quem ele quer ministrar e transformar.
A pergunta é: Deus tem prazer em nós? Ele se sente bem conosco? Se o nosso objetivo for construir uma igreja onde Deus tenha prazer de estar, veremos grandes coisas acontecendo no nosso meio.
Não precisamos inventar ou reinventar coisa alguma. Precisamos apenas viver igreja, como nos ensina as Escrituras. Isso é o suficiente para agradar a Deus e, assim, assistir Ele definindo que na nossa igreja as pessoas encontrarão vida. Ele mesmo convidará as pessoas.
Viva Igreja. Só isso!
Boa semana
Ricardo Carvalho
segunda-feira, 30 de julho de 2012
terça-feira, 17 de julho de 2012
É isso que me faz querer continuar... Novas vidas em Cristo
Tenho tido o privilégio de pastorear há quase 24 anos. Em todos esses anos tenho visto a alegria de cada vida que se entrega a Jesus. Eu não teria um outro motivo para continuar, a não ser por ver diariamente novos discípulos de Jesus se juntando ao time.
Agradeço a Deus por cada vida. Apesar de mim, a graça do Senhor tem alcançado muitos e o nome dele tem sido glorificado entre nós.
Que Ele continue me motivando e inspirando com cenas tão marcantes.
Muito obrigado Senhor por esse privilégio.
Em Cristo
Ricardo Carvalho
Agradeço a Deus por cada vida. Apesar de mim, a graça do Senhor tem alcançado muitos e o nome dele tem sido glorificado entre nós.
Que Ele continue me motivando e inspirando com cenas tão marcantes.
Muito obrigado Senhor por esse privilégio.
Em Cristo
Ricardo Carvalho
segunda-feira, 2 de julho de 2012
APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES PARA ANUNCIAR JESUS
Qual a última vez que você falou de Jesus para alguém? Você tem caminhado pelas ruas pensando na eternidade? Você já se deu conta que diariamente Deus põe muitas pessoas diante de você que ainda precisam conhecer Jesus?
Paulo teve uma experiência muito interessante em Atenas. Lemos isso no capítulo 17 do livro de Atos.
Paulo aguardava Silas e Timóteo em Atenas e aproveitava o tempo para falar de Jesus na sinagoga e na praça todos os dias. Aquela atitude chamou a atenção de filósofos e intelectuais da cidade, que conduziram Paulo até o Areópago para que ele explicasse melhor aquela mensagem sobre Jesus e ressurreição.
Lá ele se deparou com centenas de ídolos e, no meio desses ídolos, encontrou um altar com a escrita “Ao deus desconhecido”. Em cima dessa frase, Paulo expos o evangelho e anunciou Jesus a todos os que ali estavam tendo alguns resultados positivos com a sua pregação.
O que me chama atenção no texto é perceber como Paulo aproveitou todas as oportunidades pra anunciar Jesus com atitudes marcantes na sua vida que servem como direção para a nossa caminhada como cristãos, discípulos de Jesus na terra.
Essas atitudes servem como dicas para aproveitarmos todas as oportunidades para falar de Jesus. Vejamos então:
1. Mantenha uma “revolta” no seu espírito diante da distância do homem de Deus – v.16
“Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade.”
Atenas era o centro intelectual da época. Ali havia universidade, vasto estudo filosófico e muita cultura compartilhada e comentada. Normalmente, quando conhecemos um lugar, ficamos maravilhados com a sua arquitetura, cultura, costumes, etc. Paulo experimentou o que o texto chama de “revolta no espírito” diante da idolatria.
Se a minha missão na terra é fazer discípulos frutíferos de Jesus por onde passar, então preciso estar mais atento a realidade espiritual do local onde estou. Todo mundo precisa de Deus. As melhores e as piores pessoas da terra precisam de Deus.Enquanto essa “revolta” pela ausência de Deus não domina o meu espírito, não aproveitarei as oportunidades para falar de Jesus para as pessoas.
2. Sempre que houver oportunidade fale de Jesus – v.17
“Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali”
Vamos encontrar pessoas tementes a Deus (como os judeus a quem Paulo se dirige) e precisamos falar de Jesus para essas pessoas. Vamos nos deparar com religiosos, frequentadores de cultos ou outras atividades religiosas e precisamos falar de Jesus para eles. Pessoas cruzarão o nosso caminho diariamente e precisamos aproveitar as oportunidades para falar de Jesus para essas pessoas.
3. Mantenha o foco da sua pregação – v.18
“E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição.”
Paulo estava diante de um público com convicções próprias. Os epicureus (ideia de Epicuro) não acreditavam nos deuses e eram materialistas. Buscavam o prazer nobre e desprezavam o sensualismo. Os estóicos (ideia de Zenão) eram racionais e tinham um conceito panteístico de Deus, vendo-o como a alma do universo. A sua ética ressaltava a autossuficiência individual e a obediência aos deveres.
Paulo é chamado de tagarela pelas pessoas. Uma palavra utilizada para pássaros que recolhe restos de comida do esgoto, um desocupado sem valor, ou alguém que apenas tinha fragmentos do conhecimento.
Paulo tinha um foco na sua pregação e não abria mão desse foco – Jesus e a ressurreição. Vivemos em um contexto parecido. A razão domina as mentes; Deus é visto em tudo e em todos; há uma busca pelo prazer bom e destruidor; o materialismo é marca dos nossos dias. Precisamos manter o foco – Só existe esperança eterna para o mundo porque Jesus veio, morreu por nós, ressuscitou e está vivo com todo o poder para salvar a todos aqueles que se chegam a ele.
4. Fique atento ao mover de Deus e saiba como falar – v.22,23
“Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.”
600 anos antes do Nascimento de Jesus. Atenas estava dominada por uma praga que afligia todo o povo. A sacerdotisa da cidade disse que todos os sacrifícios que haviam sido feitos apaziguaram todos os deuses menos um. Então Nícias um dos conselheiros deu a idéia de irem até Cnossos na ilha de Creta para trazer um homem chamado Epimenides. Quando Emipenides chegou em Atenas ao andar pelas ruas percebeu quantos deuses haviam naquela cidade, centenas de centenas. Ao ser interrogado de como faria aquela praga cessar sobre a cidade, Epimenides ordenou que ao nascer do sol trouxessem um rebanho de ovelhas, um grupo de pedreiros e uma grande quantidade de pedras e argamassa até a ladeira coberta de relva, ao pé da rocha sagrada, as ovelhas deveriam ser todas sadias, brancas ou pretas. No outro dia bem cedo todos foram ao pé o monte sagrado e Epimenides começou a dizer: “Vocês já se esforçaram muito ofertando sacrifícios aos seus numerosos deuses e foi inútil, na verdade existe ainda um outro deus cujo nome não conhecemos e que não está sendo representado por nenhum outro ídolo nesta cidade… e vou supor que este deus é bastante poderoso e suficientemente bondoso para livrar Atenas desta praga, se apenas pedirmos sua ajuda.” Depois de dizer estas palavras Epimenides mandou que soltassem o rebanho junto a relva onde encontrariam alimento, as ovelhas deveriam ser seguidas por homens que observariam o comportamento daqueles animais. Então Epimenodes orou: “Ó deus desconhecido! Contempla a praga que aflige esta cidade, e se de fato tens compaixão, perdoa-nos e ajuda-nos, e revela tua disposição em nos responder fazendo com que qualquer ovelha que te agrade deite na relva ao invés de pastar. Escolhas as brancas ou pretas e aquelas que te agradarem iremos sacrificar”. Aos poucos algumas ovelhas foram se deitando. Então Epimenides ordenou que onde cada ovelha havia se prostrado deveria ser construído um altar com as pedras e argamassa, onde aquela ovelha deveria ser sacrificada. Após construírem os altares, os pedreiros perguntaram qual deveria ser o nome do deus a ser gravado nos altares. Epimenides desencorajou-os ao dizer que o deus desconhecido havia se agradado justamente da humildade deles em reconhecer a ignorância em que viviam e que não poderiam correr o risco de dar nome ao deus que eles sequer conheciam. Então simplesmente escreveram: “ AO DEUS DESCONHECIDO” No final de uma semana depois dos sacrifícios, os doentes já estavam curados e reconheciam que o Deus Desconhecido havia sido bondoso para com eles. (Relato de Diógenes Laércio, autor grego do século III A.D, na obra clássica “As vidas de filósofos eminentes”).
O nosso Deus se revela em todas as épocas e em todos os lugares. Ele é Deus e não existe um outro igual ao nosso Deus. Estejamos atentos. Deus continua se movendo na historia e manifestando o seu poder.
5. Apresente Deus como ele realmente é – v.24-26
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;”
O Deus soberano criador de todas as coisas. Só ele pode dar vida. Ele não precisa ser suprido ou alimentado. Ele subsiste eternamente. Só ele pode preencher por completo todas as nossas necessidades. Só ele tem toda a nossa história nas mãos. Ele é o único e verdadeiro Deus e disso não devemos temer ou duvidar.
6. Mostre a todos que é possível ter uma relação íntima e pessoal com Deus – v. 27,28
“para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.”
Isso é fantástico. O mesmo Deus soberano, grandioso e majestoso, está bem perto de nós e com esse Deus podemos construir um relacionamento íntimo e pessoal. Qual o Deus semelhante ao nosso Deus?
Is 57.15 Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.
7. Deixe claro que só existe um caminho para retomar a caminhada com Deus – arrependimento e fé em Jesus – v.30,31
“Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”
Rm 10:9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
8. Faça a sua parte e deixe que Deus faça a dele – v.32-34
“Quando ouviram falar de ressurreição de mortos, uns escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouviremos noutra ocasião. A essa altura, Paulo se retirou do meio deles. Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e, com eles, outros mais.”
A nós cabe fazer a nossa parte, que é anunciar Jesus a tempo e fora de tempo. a Deus, o convencimento das pessoas a seguirem Jesus e conviverem com ele eternamente.
São dicas que preciosas que nos ajudarão a aproveitar todas as oportunidades para anunciar Jesus, o único senhor e Salvador.
Boa semana
Ricardo Carvalho
Paulo teve uma experiência muito interessante em Atenas. Lemos isso no capítulo 17 do livro de Atos.
Paulo aguardava Silas e Timóteo em Atenas e aproveitava o tempo para falar de Jesus na sinagoga e na praça todos os dias. Aquela atitude chamou a atenção de filósofos e intelectuais da cidade, que conduziram Paulo até o Areópago para que ele explicasse melhor aquela mensagem sobre Jesus e ressurreição.
Lá ele se deparou com centenas de ídolos e, no meio desses ídolos, encontrou um altar com a escrita “Ao deus desconhecido”. Em cima dessa frase, Paulo expos o evangelho e anunciou Jesus a todos os que ali estavam tendo alguns resultados positivos com a sua pregação.
O que me chama atenção no texto é perceber como Paulo aproveitou todas as oportunidades pra anunciar Jesus com atitudes marcantes na sua vida que servem como direção para a nossa caminhada como cristãos, discípulos de Jesus na terra.
Essas atitudes servem como dicas para aproveitarmos todas as oportunidades para falar de Jesus. Vejamos então:
1. Mantenha uma “revolta” no seu espírito diante da distância do homem de Deus – v.16
“Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade.”
Atenas era o centro intelectual da época. Ali havia universidade, vasto estudo filosófico e muita cultura compartilhada e comentada. Normalmente, quando conhecemos um lugar, ficamos maravilhados com a sua arquitetura, cultura, costumes, etc. Paulo experimentou o que o texto chama de “revolta no espírito” diante da idolatria.
Se a minha missão na terra é fazer discípulos frutíferos de Jesus por onde passar, então preciso estar mais atento a realidade espiritual do local onde estou. Todo mundo precisa de Deus. As melhores e as piores pessoas da terra precisam de Deus.Enquanto essa “revolta” pela ausência de Deus não domina o meu espírito, não aproveitarei as oportunidades para falar de Jesus para as pessoas.
2. Sempre que houver oportunidade fale de Jesus – v.17
“Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali”
Vamos encontrar pessoas tementes a Deus (como os judeus a quem Paulo se dirige) e precisamos falar de Jesus para essas pessoas. Vamos nos deparar com religiosos, frequentadores de cultos ou outras atividades religiosas e precisamos falar de Jesus para eles. Pessoas cruzarão o nosso caminho diariamente e precisamos aproveitar as oportunidades para falar de Jesus para essas pessoas.
3. Mantenha o foco da sua pregação – v.18
“E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição.”
Paulo estava diante de um público com convicções próprias. Os epicureus (ideia de Epicuro) não acreditavam nos deuses e eram materialistas. Buscavam o prazer nobre e desprezavam o sensualismo. Os estóicos (ideia de Zenão) eram racionais e tinham um conceito panteístico de Deus, vendo-o como a alma do universo. A sua ética ressaltava a autossuficiência individual e a obediência aos deveres.
Paulo é chamado de tagarela pelas pessoas. Uma palavra utilizada para pássaros que recolhe restos de comida do esgoto, um desocupado sem valor, ou alguém que apenas tinha fragmentos do conhecimento.
Paulo tinha um foco na sua pregação e não abria mão desse foco – Jesus e a ressurreição. Vivemos em um contexto parecido. A razão domina as mentes; Deus é visto em tudo e em todos; há uma busca pelo prazer bom e destruidor; o materialismo é marca dos nossos dias. Precisamos manter o foco – Só existe esperança eterna para o mundo porque Jesus veio, morreu por nós, ressuscitou e está vivo com todo o poder para salvar a todos aqueles que se chegam a ele.
4. Fique atento ao mover de Deus e saiba como falar – v.22,23
“Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.”
600 anos antes do Nascimento de Jesus. Atenas estava dominada por uma praga que afligia todo o povo. A sacerdotisa da cidade disse que todos os sacrifícios que haviam sido feitos apaziguaram todos os deuses menos um. Então Nícias um dos conselheiros deu a idéia de irem até Cnossos na ilha de Creta para trazer um homem chamado Epimenides. Quando Emipenides chegou em Atenas ao andar pelas ruas percebeu quantos deuses haviam naquela cidade, centenas de centenas. Ao ser interrogado de como faria aquela praga cessar sobre a cidade, Epimenides ordenou que ao nascer do sol trouxessem um rebanho de ovelhas, um grupo de pedreiros e uma grande quantidade de pedras e argamassa até a ladeira coberta de relva, ao pé da rocha sagrada, as ovelhas deveriam ser todas sadias, brancas ou pretas. No outro dia bem cedo todos foram ao pé o monte sagrado e Epimenides começou a dizer: “Vocês já se esforçaram muito ofertando sacrifícios aos seus numerosos deuses e foi inútil, na verdade existe ainda um outro deus cujo nome não conhecemos e que não está sendo representado por nenhum outro ídolo nesta cidade… e vou supor que este deus é bastante poderoso e suficientemente bondoso para livrar Atenas desta praga, se apenas pedirmos sua ajuda.” Depois de dizer estas palavras Epimenides mandou que soltassem o rebanho junto a relva onde encontrariam alimento, as ovelhas deveriam ser seguidas por homens que observariam o comportamento daqueles animais. Então Epimenodes orou: “Ó deus desconhecido! Contempla a praga que aflige esta cidade, e se de fato tens compaixão, perdoa-nos e ajuda-nos, e revela tua disposição em nos responder fazendo com que qualquer ovelha que te agrade deite na relva ao invés de pastar. Escolhas as brancas ou pretas e aquelas que te agradarem iremos sacrificar”. Aos poucos algumas ovelhas foram se deitando. Então Epimenides ordenou que onde cada ovelha havia se prostrado deveria ser construído um altar com as pedras e argamassa, onde aquela ovelha deveria ser sacrificada. Após construírem os altares, os pedreiros perguntaram qual deveria ser o nome do deus a ser gravado nos altares. Epimenides desencorajou-os ao dizer que o deus desconhecido havia se agradado justamente da humildade deles em reconhecer a ignorância em que viviam e que não poderiam correr o risco de dar nome ao deus que eles sequer conheciam. Então simplesmente escreveram: “ AO DEUS DESCONHECIDO” No final de uma semana depois dos sacrifícios, os doentes já estavam curados e reconheciam que o Deus Desconhecido havia sido bondoso para com eles. (Relato de Diógenes Laércio, autor grego do século III A.D, na obra clássica “As vidas de filósofos eminentes”).
O nosso Deus se revela em todas as épocas e em todos os lugares. Ele é Deus e não existe um outro igual ao nosso Deus. Estejamos atentos. Deus continua se movendo na historia e manifestando o seu poder.
5. Apresente Deus como ele realmente é – v.24-26
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;”
O Deus soberano criador de todas as coisas. Só ele pode dar vida. Ele não precisa ser suprido ou alimentado. Ele subsiste eternamente. Só ele pode preencher por completo todas as nossas necessidades. Só ele tem toda a nossa história nas mãos. Ele é o único e verdadeiro Deus e disso não devemos temer ou duvidar.
6. Mostre a todos que é possível ter uma relação íntima e pessoal com Deus – v. 27,28
“para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.”
Isso é fantástico. O mesmo Deus soberano, grandioso e majestoso, está bem perto de nós e com esse Deus podemos construir um relacionamento íntimo e pessoal. Qual o Deus semelhante ao nosso Deus?
Is 57.15 Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.
7. Deixe claro que só existe um caminho para retomar a caminhada com Deus – arrependimento e fé em Jesus – v.30,31
“Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”
Rm 10:9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
8. Faça a sua parte e deixe que Deus faça a dele – v.32-34
“Quando ouviram falar de ressurreição de mortos, uns escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouviremos noutra ocasião. A essa altura, Paulo se retirou do meio deles. Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e, com eles, outros mais.”
A nós cabe fazer a nossa parte, que é anunciar Jesus a tempo e fora de tempo. a Deus, o convencimento das pessoas a seguirem Jesus e conviverem com ele eternamente.
São dicas que preciosas que nos ajudarão a aproveitar todas as oportunidades para anunciar Jesus, o único senhor e Salvador.
Boa semana
Ricardo Carvalho
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