segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ENTÃO É NATAL! E O QUE VOCÊ TEM FEITO?

A música Happy Xmas (war is over) escrita por John Lennon se tornou bem popular no Brasil com a tradução e interpretação da cantora Simone. Eu bem sei que existem fãs dessa música, bem como pessoas que fazem campanha para que ela não seja mais cantada.
Não quero analisar a música, mas pensar nessa pergunta que John Lennon faz no início da música. O Natal chegou e o que temos feito? Talvez esse seja um bom momento para avaliar o ano que está quase encerrando.

Natal mexe com as nossas emoções. É período onde fazemos de tudo para pensar positivo, pra frente.O grande problema é que ano após ano o Natal acontece e as coisas não mudam na nossa vida.

Nos dias do nascimento de Jesus surgiram umas figuras desconhecidas de todos que chegaram em Jerusalém perguntando ao rei sobre o nascimento de uma criança que reinaria entre eles. Isso provocou um alvoroço em todos que moravam em Jerusalém e passaram a examinar nas escrituras onde isso aconteceria.

Esses homens, chamados na Bíblia de sábios do oriente, fizeram coisas extraordinárias que nos levam a refletir sobre a nossa postura diante do Natal.

1. Eles fizeram todo o esforço para encontrar o homenageado. Essa disposição de focar no dono da festa me faz pensar nos desvios que provoco na minha caminhada esquecendo de que no Natal a festa não é minha, mas daquele que veio ao mundo para nos resgatar, a saber, Jesus Cristo.

2. Eles despertaram quem estava alienado e distraído. Quantas vezes perco a oportunidade de despertar pessoas para o verdadeiro sentido do Natal. Natal chegando e o que tenho feito? Por que não acordar as pessoas e dizer a elas "experimente hoje um Natal diferente".

3. Eles tiveram um encontro face a face com o dono da festa. Eles foram até Jesus e lá o encontraram ainda criança. Não existe sentido no Natal se Jesus não nasce em nossos corações. Do que adianta celebrar uma festa que você não tem proximidade e relacionamento com o homenageado?

4. Eles se dispuseram a adorar e servir ao homenageado do Natal. É loucura o que vou lhe dizer, mas a verdade é que homens sábios do oriente se aproximaram de uma criança recém nascida, adoraram e entregaram presentes como ofertas de serviço e amor. enxergar em uma criança envolta em panos o Deus todo-Poderoso, o criador de todo o universo é algo que só Deus pode fazer.

5. Experimentaram ter a vida conduzida por Deus. Não há como ter um encontro face a face com o dono da festa e ficar do mesmo jeito. A nossa vida muda. Os nossos passos passam a ser orientados por Deus.

Você pode pensar que estou criando essa história, mas pode conferir cada detalhe do que escrevi em Mateus 2:1-12.
Se alguém perguntasse aos sábios do oriente "o que vocês têm feito?". Eles mostrariam tudo o que tinha acontecido com eles no Natal.


Então é Natal e o que você tem feito?

Desejo a você e sua família um Feliz Natal e um 2013 cheio da presença do dono da festa.

Um grande abraço

Ricardo Carvalho e família



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SOMOS GENTE E O SOFRIMENTO FAZ PARTE DA NOSSA VIDA

2 Coríntios 1:6-11

A Revista Ultimato na edição 339 traz um artigo muito interessante: “A plena consciência da condição humana traz vantagens de muito valor”. Diz o autor que “Além de ser uma obrigação, a plena consciência da condição humana provoca três vantagens de muito valor. Primeira: ‘eu me compreendo melhor’; Segunda: ‘eu me obrigo a ter misericórdia para com os outros’; e, terceira: ‘eu contrario a minha soberba’.”

Essa compreensão da minha humanidade me faz enxergar todas as minhas limitações e fraquezas, bem como sentimentos positivos e negativos que invadem o meu coração. A minha tendência natural é olhar para os outros como se eu fosse melhor ou mais espiritual do que eles. Reconhecer a minha humanidade me ensina a olhar com mais amor para o meu próximo.

O autor do artigo cita Nelson Rodrigues, o grande dramaturgo brasileiro que dizia: ”Se todo mundo conhecesse a vida íntima de todo mundo, ninguém cumprimentaria ninguém”.

É absurda a ideia de se achar melhor e mais espiritual que os outros. Medimos a espiritualidade por estereótipos, ou seja, formamos uma imagem preconcebida e definimos quem é e quem não é tão espiritual quanto nós.

Ler Paulo me ensina a ser gente. Ele também passou por momentos onde teve que gritar para todos que era gente e nada mais que isso. Em Atos 14:15 ele grita para os homens de Listra “Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos”.

A exposição de Paulo sobre o seu sofrimento quando escreve a segunda carta aos coríntios é marcante e enche a minha alma de paz por saber que a melhor forma de me aproximar de Deus e crescer espiritualmente é encarando de frente e assumindo plenamente a minha humanidade.

Imagino a reação da igreja ao ouvir a carta de Paulo confortando-os no meio de toda a tribulação. Acredito ter sido animador para a igreja saber que o próprio Paulo passara por duras tribulações, mas não desistia da caminhada cristã.

Vejamos algumas lições que Paulo nos traz sobre o sofrimento nesse início de carta:

1. Sofrimentos são reais e fazem parte da vida cristã, mas o consolo de Deus também é real e presente para que tenhamos forças para ir adiante. v.7

A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação.

Estar em Cristo significa participar dos sofrimentos, mas também receber a consolação. Paulo está reforçando aqui essa ideia. No verso 5 ele já tinha citado isso.

Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.

Paulo está falando dos sofrimentos que suportamos por causa de Cristo. Não há como estar em Cristo e não ter sofrimentos.

Fp 3:10 Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos

Pedro também fala sobre isso

1 Pedro 4:13 pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.

1 Pedro 5:9 resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.

Esses sofrimentos fazem parte da vida cristã. Ser cristão também significa passar por sofrimentos. A bênção é sabermos que a consolação de Deus também pode ser usufruída. São muitos tipos de sofrimentos que enfrentamos na nossa vida. Se tivéssemos a oportunidade de externar a dor que sentimos, talvez o tempo que utilizamos para uma celebração não fosse suficiente para expor tudo. A bênção é saber que somos filhos daquele que é misericordioso e nos consola. Paulo já tinha afirmado e exaltado ao Senhor com as seguintes palavras: v.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!

2. Sofrimentos, por vezes, são desesperadores e podem nos deixar sem nenhuma esperança. v.8

Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida.

Paulo agora cita um momento de sofrimento na sua vida. Ele compartilha uma experiência recente para ilustrar tanto o sofrimento como a consolação. Ninguém sabe afirmar o que foi. Talvez Paulo esteja compartilhando sobre a ferrenha oposição dos judeus em Éfeso. O fato é que veio a se tornar algo devastador na sua vida.

Eu sei o que é ficar sem nenhuma esperança, sei o que significa a sensação de estar em um abismo sem fim. Ler Paulo abrindo o coração para uma igreja me encoraja a admitir as minhas limitações e os meus medos. Que bom saber que o desespero também vem sobre aqueles que tem a esperança eterna. Que bom saber que Deus não nos joga fora quando entramos em crise, mas geme conosco e sente a nossa dor.

3. Sofrimentos podem nos conduzir para mais perto do Deus que realiza milagres. v.9,10

Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos, o qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos;

A sensação que Paulo tinha era que iria morrer. A sentença de morte que ele fala aqui não se refere a um veredito pronunciado por alguma autoridade, mas uma percepção nascida no coração e na mente. A situação era desesperadora e só um milagre o livraria, o que de fato aconteceu.

Enfrentar situações impossíveis é algo necessário para que não confiemos em nós mesmos, e sim, no Deus que ressuscita os mortos. Paulo nos ensina que um dos propósitos de Deus em nos colocar no meio do grande sofrimento é nos ensinar a confiar somente nele.

Tem momentos na nossa vida que a situação é tão desesperadora que todos os nossos sonhos e projetos pessoais parece que chegaram ao fim. Foi essa a sensação do apóstolo Paulo. De repente, a carreira missionária, os seus projetos de evangelização, seriam interrompidos. Quando Paulo chegou perto da morte e passou por esse sentimento de morte foi que ele aprendeu a confiar em Deus como aquele que ressuscita os mortos. Como precisamos entender o poder da ressurreição e aplicar essa verdade as nossas vidas. Isso fará uma enorme diferença na nossa caminhada cristã.

4. Sofrimentos nos ensinam a cultivar a verdadeira esperança e essa só em Deus. v.10b

o qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos

Se o perigo que Paulo se refere foi mesmo o de Éfeso, então Áquila e Priscila foram instrumentos de Deus no livramento do apóstolo Paulo, conforme Rm 16:3,4 Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios; Paulo se sentia encorajado a crer que Deus agiria em seu favor outras vezes. Havia uma firme esperança em Deus e isso não o deixava desistir. Eu sempre tenho afirmado isso: Deus não evita que sofrimentos venham, mas nunca nos desampara quando estamos sofrendo.

5. Sofrimentos nos ensinam a importância de estarmos em comunhão com o povo de Deus e sermos cobertos de oração. v.11a

ajudando-nos também vós, com as vossas orações a nosso favor...

Paulo estava convencido da importância da oração intercessória e pedia isso aos seus irmãos e amigos.

Romanos 15:30-32 Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor, para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos; a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus, chegue à vossa presença com alegria e possa recrear-me convosco.

Efésios 6:18-20 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.

Não existe melhor lugar para estar quando estamos sofrendo do que a comunhão com os irmãos. Está sofrendo, peça oração.

6. Sofrimentos ao lado de Deus e dos irmãos, quando vencidos, geram profunda gratidão e se tornam testemunho para que outros não desistam da caminhada. v. 11b

...para que, por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, pelo benefício que nos foi concedido por meio de muitos

Sou grato a Deus por viver grupo pequeno, por estar na igreja, por fazer parte do povo de Deus. Às vezes temos decepções e tristezas na igreja, não nos sentimos cuidados e amparados, mas ainda é o melhor lugar para ganhar ânimo e esperança para continuar a caminhada.

Quero encerrar o tema com algumas ideias claras que aprendi com Paulo

Apesar de todos os sofrimentos e tribulações, Paulo tinha verdades bem guardadas no seu coração. Na mesma carta, antes de mudar por completo de assunto, Paulo traz essas verdades presentes no seu coração, que nos animam a continuar a nossa caminhada aqui na terra:

Eu não sou nada, mas dentro de mim habita aquele que é e pode tudo.

2 Co 4:7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.

De forma paradoxal consigo continuar vivo e indo em frente

2 Co 4:8,9 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;

A cada dia fico mais parecido com Jesus

2 Co 4:10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.

Tudo o que acontece hoje na minha vida não se compara ao que Deus tem preparado para ser usufruído eternamente

2 Co 4:16-18 Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.

Que Deus nos ensine em meio ao sofrimento

Boa semana

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

7 ANOS – O QUE DIZER A UMA IGREJA COM ESSA IDADE?


Atos 4:23-31

É tão interessante quando lemos o que os especialistas comentam sobre a idade dos sete anos na vida de uma criança. A Diane Ruble, professora da Universidade de Nova York, comenta que, se até essa idade a criança não aprender a lidar com as adversidades e derrotas, diversas consequências aparecerão no futuro.

Sete anos é considerada por especialistas como uma “transição do mundo infantil”, ou seja, novas percepções na mente da criança. É a fase onde a criança começa a ser mais sensível às críticas e aos julgamentos dos outros e a formar sua identidade e autoestima.

O que acontece nessa idade pode repercutir durante toda a vida e resultar em desistências irreversíveis.

Igreja também tem as suas fases. Paulo nos ensina sobre isso. Se é criança em Cristo, Paulo afirma que é carnal. Paulo não acha que exista nada de errado com eles, pois cada um teria que passar por essa fase. O que admira o apóstolo Paulo é a ausência de crescimento. Ele afirma em 1 Coríntios 3:1-3 Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá- lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?

A nossa caminhada na terra como igreja de Cristo deve ser de crescimento. E quando falo de crescimento, falo do crescimento quantitativo (dia a dia o Senhor acrescentando mais vidas no nosso meio), crescimento qualitativo (maturidade espiritual) e crescimento orgânico (como corpo de Cristo que somos).

O texto de Atos 4:23-31 mostra uma igreja nova tendo que tomar algumas decisões em um momento muito delicado. Essas decisões repercutiram na postura e caminhada da igreja.

Tudo começou com uma cura que aconteceu em uma das portas que dava acesso ao templo. Era pratica judaica o sacrifício da tarde, na hora nona (15 horas). Os judeus freqüentavam esse encontro de oração. Não estava acontecendo ali um culto da igreja (culto de oração como imaginamos), mas a pratica diária de ofertas dos judeus. A igreja nessa época se reunia nos lares.

Como era prática dos judeus dar esmolas, pedir esmolas na porta de acesso ao templo era um ótimo investimento. Ali um homem foi curado por Pedro, e este era um coxo de nascença.

Além da cura provocar uma reviravolta na programação, Pedro trouxe uma mensagem de impacto para os que estavam ali e esse foi o segundo incidente. De fato ele aproveitou uma grande oportunidade e anunciou Jesus mais uma vez tendo um acréscimo agora para cinco mil os que seguiam a Jesus. Reunir-se no pórtico de Salomão se tornou uma prática costumeira depois desse acontecimento.

Durante a pregação eles foram presos pelo Sinédrio. Esse conselho religioso dos judeus estava indignado não apenas com a menção de Jesus em sua pregação, mas com a idéia, que para eles era absurda, da ressurreição.

Pedro e João foram intimidados pelos líderes judeus, mas sem conseguir detê-los por mais tempo, soltaram esses irmãos, que imediatmente foram para a igreja relatar o que tinha acontecido.

O texto diz que eles eram unânimes naquilo que faziam. As reações da igreja e tudo aquilo que acontece nesse reencontro dos irmãos, traz lições importantes para cada um de nós.

Nesse momento penso nos 7 anos da CPA e entendo que já chegou a hora de experimentarmos uma nova forma de viver.

Pensando no que diz os especialistas ao afirmarem que os sete anos representam a fase da transição do mundo infantil e, lembrando do que ensinou o apostolo Paulo em Efésios 4:13-15 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.


Algumas lições que podemos tirar nessa data tão especial.

COM 7 ANOS – A GENTE JÁ PODE SER...

1. Uma igreja que encontra na adoração o caminho para vencer as circunstâncias adversas que surgem - v. 24,25

Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?

Jesus declara em João 4:23-24 Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

Foi na adoração que Abel achou graça diante de Deus, que Moisés experimentou o que homem algum experimentou da Glória do Senhor, que Josafá encontrou forças quando não tinha mais forças para vençer a batalha, que Jó conseguiu manter-se vivo quando tudo parecia perdido, que Paulo e Silas conseguiu suportar as dores dos açoies na prisão.

Deus é o melhor recurso diante da crise, da dor, das ameaças, dos problemas. Quem encontra Deus, encontra descanso e encontra a adoração. O escritor aos hebreus ensina isso: Hebreus 4:10 Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas.

Não pense em adoração apenas como música. Adoração veio antes da música. Pense na adoração como estilo de vida. Está com problemas? Cultue a Deus e ore, adore. Encontre na adoração o Deus que tem toda a sua história nas mãos.

2. Uma igreja que não pensa em evidenciar o seu próprio nome, mas destacar sempre o precioso nome de Jesus v. 26,27

Levantaram- se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram- se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel,

Não era contra eles ou contra o nome da igreja, mas era contra Jesus que os judeus intentavam. Essa era a convicção presente no meio da igreja. No dia que entendermos plenamente quem é Jesus e o que ele significa para a igreja seremos uma igreja diferente na terra. Se Deus nos ensinar a olhar para Jesus como João Batista olhava - importa que ele cresça e que eu diminua - seremos uma igreja que causará impacto nesta cidade.

Filipenses 2:9-11 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.

3. Uma igreja convicta de que toda a sua história tem propósito de Deus e nada foge do seu controle v. 28

para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram;

Era convicção da igreja de que tudo aquilo que tinha acontecido com Jesus estava dentro dos planos e propositos eternos de Deus. Deus não está preso ao tempo como nós estamos. Ele conhece o início, meio e fim da nossa história.

Ninguém foi jogado na vida para ser guiado pela sorte ou pelo azar. todas as coisas, sejam boas ou más estão debaixo dos propósitos eternos de Deus.

4. Uma igreja que não vive ensimesmada, mas que se dispõe a expandir a Palavra de Deus v.29

agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra,

Acho fantástica a postura da igreja. Estavam sendo ameaçados e os dias eram difíceis, era orquestra eles diziam. Mas eles não focam no problema das ameaças. Estão focados no ministério que um dia receberam do Senhor - pregar a Palavra. O mais importante não era encontrar estratégias de defesa, mas ter ousadia para continuar com a expansão do Reino de Deus.

Tenho lutado muito (porque conheço o meu temperamento) para não perder tempo com discussões e conversas que deixem a igreja ensimesmada, voltada para si.

Igreja é lugar dos chamados para fora. O nosso objetivo na terra é fazer discipulos frutiferos de Jesus.

5. Uma igreja que anseia pela manifestação da ação poderosa de Deus no seu meio v.30

enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus.

Igreja normal tem manifestações miraculosas de Deus. Jesus deixou claro que esses sinais acompanhariam os que creem.

Marcos 16:17-18 Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.

Deus manifestou a sua graça através de curas e milagres na igreja em toda a historia. O mesmo Deus do passado é o Deus em quem cremos hoje. Ele continua sendo o Deus Todo-Poderoso. Falta em nós essa oração. Falta em nós esse anseio. Falta em nós essa busca.

6. Uma igreja que ora e o poder de Deus se manifesta v.31

Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos;

Quem dera fôssemos uma igreja que orasse e as estruturas fossem abaladas. Que não apenas o prédio tremesse, mas que a nossa vida fosse completamente mexida pelo Senhor e sentíssemos que de fato algo novo aconteceu.

Desculpem a minha "meninice" no falar, mas sinto, em alguns momentos, uma grande necessidade de que Deus mostre indícios de que ouviu a nossa oração, como fez no Antigo e Novo Testamentos.

7. Uma igreja cheia do Espirito Santo v.31

... todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.

Esse enchimento do Espírito Santo é uma experiência que nós sabemos quando acontece – At 19:2. É a promessa do Pai anunciada pelos profetas e tão aguardada – Ez 36:24-27; Jl 2:28,29; Ez 37:14. É um revestimento de poder sobre as nossas vidas, pelo Espírito Santo, onde nós somos inflamados totalmente pelo Senhor. O Senhor Jesus se torna real de uma forma que jamais havíamos experimentado antes. O Senhor se manifesta e o resultado é uma explosão de um grande amor por Cristo, profusamente derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. 1Pe 1:8. É um patrimônio hereditário de todo cristão – At 2:39. É uma experiência inicial da glória, a realidade e o amor do Pai e do Filho. Cada cristão deve Ter o seu Pentecostes. É uma experiência que não só devemos aguardar como também desejar e buscar ardentemente – At 1:4,5 e Lc 11: 9-13

São sete anos e o texto nos traz sete dicas de ser uma igreja que entende o momento e encara de frente a decisão.

Que Deus abençoe ricamente a Comunidade Presbiteriana de Aracaju. Que esse seja um aniversário muito especial e que a nossa caminhada daqui pra frente seja de crescimento pleno, para a glória do nosso Deus.

Em Cristo,

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

IGREJA À MODA ANTIGA

Acho que pirei de vez! Não consigo mais pensar em igreja com novos propósitos, planos e objetivos. Na minha cabeça só cabe agora igreja à moda antiga. Estou cansado de reuniões, de discussões improdutivas, de planejamentos estratégicos, de burocracias, cargos, departamentos, etc. Cansei geral!

Cansei de tratar de problemas que não ajudam em nada no crescimento do Reino de Deus. Cansei de conversar sobre questões que são meramente internas e infrutíferas que falam muito mais de uma manutenção de um status quo do que evangelização e salvação de pessoas que ainda não conhecem a Cristo. Cansei de lidar com pessoas que não querem mudar, mas ver tudo moldado ao seu jeito pessoal de visualizar corpo de Cristo. Cansei!

Quero viver igreja como antigamente. Igreja em casa, nos lares, onde cada casa de um irmão é a igreja de Cristo na terra, espalhando luz por toda a cidade e por todos os cantos. Se eu puder ver toda a cidade brilhando com cada lar sendo uma igreja me sentirei realizado. E a grande congregação? E o ajuntamento do povo de Deus? Quero experimentar como a igreja experimentava antigamente. Local não era a grande prioridade, mas a oração, o temor, a Palavra e a comunhão dos santos.

Quero ser gente, sem me preocupar com título e com posição, porque antigamente Paulo era Paulo e não o apóstolo Paulo. Timóteo era Timóteo e não o pastor Timóteo. Título, cargo, posição, nada disso tinha valor. Valor tinha exercer a função como pastor de fato, pastoreando o rebanho de Cristo. Quero ser Ricardo e ser tratado pelo meu nome, como irmão em Cristo e que apenas tem tido a função dada por Deus de pastorear, mas que não pode jamais deixar de ser pastoreado e cuidado como ovelha.

Quero aprender a amar as pessoas e priorizá-las sempre. Quero ter a sensibilidade para não ir adiante quando alguém estiver precisando da minha ajuda e do meu apoio. Quero viver igreja desse jeito, como era antigamente, onde se parava tudo para resolver necessidades de um irmão que estava inserido no corpo de Cristo.

Quero aprender a viver sem máscaras e não ter nenhum receio de compartilhar com os meus irmãos as minhas lutas e dificuldades. Sei que posso também ficar deprimido, sofrer tentações e me sentir o pior de todos. Antigamente era assim. Quem estava a frente abria o coração diante de todos, sem medo de ser visto como um desqualificado, mas com a certeza que era tão necessitado da graça de Deus como qualquer outro.

Quero aprender a ter um coração fiel e temente a Deus e passar isso para todos aqueles que caminham comigo. Antigamente era assim. Em cada alma havia temor e a fidelidade não era solicitada, mas uma prática comum na vida da igreja.

Quero viver como a igreja de antigamente, que não buscava a popularidade ou a badalação, mas contava com a simpatia de todo o povo. Antigamente igreja era relevante, ou seja, necessária para quem estava ao seu redor. Antigamente ninguém ficava preocupado em ter a sua igreja conhecida, mas em ser o instrumento de Deus para a salvação do perdido.

Quero igreja à moda antiga, que não pregava religião e fugia de todo tipo de religiosidade, mas cultivava um relacionamento intimo e pessoal com o Senhor Jesus. Cristãos, sim, eles eram chamados de cristãos, mas não por fazerem parte do “cristianismo”, mas por terem um modo de viver semelhante ao de Cristo.

Tem um determinado momento da vida que a gente precisa definir qual o rumo que quer tomar como parte do corpo de Cristo. Não sei onde viverei igreja à moda antiga, mas sei que é assim que quero viver daqui pra frente.

Com muita paz e em busca desse passado

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 30 de julho de 2012

VIVER IGREJA – UMA ARTE A SER REDESCOBERTA

Atos 2:42-47

Muitas vezes ficamos sem entender por que alguns dos nossos amigos não frequentam a igreja conosco. Por que a igreja deixou de ser um lugar atraente? Por que temos nos tornado um povo comum que não brilha como uma luz nesse mundo encharcado por trevas? Por que Deus não instiga pessoas a visitarem e permanecerem na igreja onde congregamos?

Foram perguntas desse tipo que me levaram a reestudar um texto por demais conhecido que mostra a todos nós o que é viver igreja.

Vejamos algumas lições preciosas da igreja do início:

Como vivia a igreja no início?

1. Havia reverência entre todos aqueles que faziam parte da igreja – v.43

“Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos”.

Deus agia no meio da igreja e, sabendo quem era esse Deus, havia temor em cada coração. Por que milagres não acontecem com facilidade entre nós? Deus mudou? Podemos dizer a mesma frase hoje em dia – “em cada alma havia temor”?

Levar Deus a sério é uma necessidade da igreja atual. Gl 6:7 Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Parece que esquecemos que postura de irreverência diante de Deus traz consequências. A Bíblia mostra alguns exemplos: Irreverência diante das coisas sagradas – Uzá – 2 Sm 6:7 Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus; Irreverência diante da adoração – Nadabe e Abiú – Lv 10:1,2; Irreverência diante das ofertas consagradas a Deus – Ananias e Safira – At 5

Deus continua sendo Deus e o que impede a manifestação do seu poder nosso meio são os nossos pecados, a nossa postura relaxada e displiscente. Is 59:2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Falta em nós o temor, falta em nós o desejo de experimentar o Deus todo-poderoso se manifestando no nosso meio. Falta em nós o mesmo desejo que havia no coração de Moisés – “mostra-me a tua glória”. Sobra em nós a postura de Israel ao pedir a Moisés que peça a Deus que não fale com eles, mas que seja Moisés o interlocutor.

Havia temor no culto, havia temor na vida, havia temor em todo o tempo. Todos reverenciavam a Deus e diante de todos Deus manifestava o seu poder.

2. O prazer da comunhão era vivenciado por todos – v.44a

“Todos os que creram estavam juntos”

Eu li uma frase no blog “Auxílio ao Mestre” que me chamou a atenção: “A comunhão da igreja não é um mero ajuntamento de pessoas, é o relacionamento espiritual e pessoal dos santos, sob a ação do espírito Santo”. (Francisco Barbosa)

Comunhão é pilar da igreja. É ter prazer de estar junto; é parceria; é alegria em compartilhar as mesmas ideias. A expressão bíblica para comunhão é koinonia. E você só consegue viver essa koinonia se nascer de novo em Cristo Jesus.

Jesus orou por isso. Jo 17:20,21 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

É inconcebível estar no mesmo ambiente com pendências em relacionamentos - 1Co 1:10 Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.

Viver juntos, no padrão bíblico, traz implicações sérias e novas posturas. Veja o que diz Paulo em Fp 2:2-4 completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.

Isso é comunhão – mesmo pensamento (mesmos objetivos); mesmo amor (amor sacrificial que se entrega); mesma alma (verdadeira empatia); mesmo sentiment (sem hipocrisia e falsidade tendo a verdade como guia de todos os relacionamentos); sem partidarismo ou vanglória (sem preferências e sem interesses pessoais evidentes); sempre colocando o próximo em um patamar de maior valor e buscando primeiro o interesse dele e não o nosso.

3. Suprir as necessidades dos irmãos era uma ocupação comum na igreja – v.44b

“e tinham tudo em comum”

A preocupação com o irmão, o interesse em ajudar era visível na igreja. Eram pessoas vivenciando os mandamentos recíprocos; eram pessoas vivendo como corpo de Cristo (se um membro sofre, todo o corpo sofre junto).

A ordem de Paulo é clara – Colossenses 3.12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Também em Romanos 12:13 compartilhai as necessidades dos santos;

Não tem como não ser atraído e não gostar de estar em um ambiente assim. Não há como viver igreja se estou fechado no meu mundo pessoal. Somos corpo e membros uns dos outros. Só conseguiremos viver igreja se estivermos dispostos a suprir as necessidades uns dos outros.

4. Tinham as suas finanças à disposição de Deus – v.45

“Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”.

Todos os bens estavam à disposição de Deus. Havendo necessidade eles faziam algo para suprir essas necessidades. Dinheiro para aquela igreja não era uma espécie de “segurança” para o futuro, mas um instrumento de bênção na vida de quem precisava. A gente luta em entregar o dízimo a Deus. Experimente ultrapassar essa quantia e, além de entregar o dízimo, disponibilizar os 90% restantes para usar do jeito que Deus quiser.

Quando o assunto é finanças, Richard Foster sugere algumas práticas que podem ser experimentadas por todos nós quanto ao dinheiro:

a. Aprenda a usar o dinheiro e não servi-lo - Ao cristão é dada a elevada vocação de usar a Mamon sem servir a ele. Estaremos servindo a Mamon quando permitimos que este determine as nossas decisões financeiras. Pode ser que meu dinheiro me diga: “Você tem o suficiente para comprar isso”, mas meu Deus pode dizer: “Não quero que você compre isso”. A quem vou obedecer? Esse é o ponto.

b. Entre em contato com os seus sentimentos acerca do dinheiro - O maior obstáculo não é o de compreender o que a Bíblia diz sobre o dinheiro, mas o de chegarmos a um acordo com o nosso medo, insegurança e culpa acerca do dinheiro. Sentimo-nos realmente ameaçados por esse assunto – tememos ter muito pouco e tememos ter demais. Um estilo de vida restaurado talvez pudesse conter as palavras que estão no livro de Provérbios 30:7-9 Eu te peço, ó Deus, que me dês duas coisas antes de eu morrer: não me deixes mentir e não me deixes ficar nem rico nem pobre. Dá-me somente o alimento que preciso para viver. Porque, se eu tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome, ó meu Deus.

c. Por um ato consciente da vontade, deixe de negar a sua riqueza - Não estamos incluídos na lista dos 50 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha da miséria. Aqueles que possuem um carro estão situados na classe alta do mundo. Os que possuem casa própria são mais ricos do que 95% de todas as pessoas deste planeta. Embora a maioria de nós tenha dificuldade em equilibrar o orçamento, precisamos reconhecer que, como cidadãos do mundo, estamos entre os muito ricos.

d. Criemos uma atmosfera na qual a confissão se torne possível - Para que a igreja funcione como igreja, ela precisa criar um ambiente no qual os nossos fracassos acerca do dinheiro possam vir à tona e sermos curados. Num ambiente assim ouviremos orações do tipo: “Perdoa-me Senhor porque o dinheiro capturou meu coração”. O dinheiro é uma questão espiritual e a oração é a arma principal na vida do espírito. Oremos uns pelos outros, façamos também orações preventivas.

e. Descubra uma pessoa que está ao seu lado na luta para atravessar o labirinto do dinheiro - O ideal é que o marido e a esposa estejam juntos nessa caminhada. Mas esteja aberto para ajudar a outros irmãos nesse sentido.

f. Descubra maneiras de se manter em contato com os pobres - O distanciamento dos pobres não nos deixa contemplar a sua dor. É aí que surge o mundo ilusório nos nossos corações. Podemos fazer uma escolha consciente de estar com os pobres, não de pregar a eles, mas de aprender com eles.

g. Experimente o significado da renúncia íntima - Quando entramos na renúncia entendemos que nada temos apesar de tudo estar à nossa disposição. 2 Co 6:10 ...nada tendo, mas possuindo tudo.

h. Faça donativos com coração alegre e generoso - Dar tem o poder de arrancar o sovina que mora dentro de nós.

i. Reavalie a sua visão acerca do trabalho e dos negócios - Como servos do Deus vivo afirmemos que o trabalho é um bem e uma necessidade. 2 Ts 3:10Se Quem não quer trabalhar que não coma". Afirmemos trabalho que valorize a vida humana e repudiemos trabalho que destrua a vida humana. Precisamos ter fixado em nós que o valor humano está acima do valor econômico. Para isso precisamos aprender que o empregado é mais do que apenas custo de produção. Precisamos recusar a possibilidade de nos aproveitar do nosso semelhante. Se é para pagar, pague o justo.

5. A devoção era prática constante em toda a igreja – v.46a

“Diariamente perseveravam unânimes no templo”

A expressão presente no texto tem duas possibilidades: ou participavam de um encontro diário no átrio do templo ou participavam dos rituais que diariamente aconteciam no templo com ofertas, holocaustos e sacrifícios. Seja o que for, a devoção era diariamente praticada. Havia sempre culto a Deus.

Os pilares dessa igreja são apresentados no v.42 – doutrina dos apóstolos (conhecimento e estudo da Bíblia); oração; comunhão e Partir o pão (Santa Ceia – aliança com Deus)

Falta devoção nos nossos dias. Poucos têm prazer pela leitura bíblica, pela oração. A gente consegue ver numa simples conversa quem cresce em devoção e quem continua na mesmisse espiritual sem nada a acrescentar.

6. Abriam as suas casas para vivenciar celebrações – v.46b

“partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração”

Havia muita alegria na vida daquele povo. Singeleza de coração pode ser traduzido por generosidade, franqueza e espírito aberto que caracteriza a comunhão cristã. A gente pode viver igreja com alegria e singeleza de coração em nossas casas: Praticando a hospitalidadeRomanos 12.13 compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; Hebreus 13.2 Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos; Promovendo encontros facilitadores – convidando amigos como fez Levi – convidou amigos e Jesus; Abrindo as nossas casas para o grupo pequeno – grupo pequeno é a igreja em sua casa.

Os grupos pequenos na Bíblia eram usados como estratégia evangelística – Atos 5:42 E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. A perseguição da igreja aconteceu nesses grupos pequenos – Atos 8:3 Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere. Batismos aconteciam nas casas, como no caso de Saulo (9:17-19), de Cornélio e os de sua casa (10:47,48), e do carcereiro de Filipos (16:30-33). É como nós fazemos hoje na CPA. Repetidas vezes, no final de suas cartas, Paulo manda uma saudação à igreja que se reunia em uma ou outra casa.

Quando você vai deixar que a sua casa se torne um local onde Deus manifesta o seu poder para salvar e restaurar vidas? Um dia alguém resolveu abrir a sua casa e teve o privilégio de ter um dos maiores acontecimentos da história naquele lugar – a desida do Espírito Santo aconteceu em uma casa. Quantos ainda não abrem as suas casas para um grupo pequeno se reunir lá. Não espere que alguém peça. Convide amigos, vizinhos e familiares e reuna-se um dia para juntos louvarem a Deus, estudarem a Bíblia e orarem uns pelos outros. Deus fará grandes coisas na sua casa.

7. Estavam atentos aos de fora – v.47a

A igreja contava com a simpatia de todos. Era gente agradável e que dava atenção devida aos de fora. A gente pode viver isso no nosso dia a dia: Na comunhão estabelecida nos relacionamentos íntegros – nossos amigos precisam da nossa amizade; No nosso testemunho por onde andamos – a forma como nos comportamos pode se tornar atração ou repulsa para aqueles que estão fora; Descobrindo o prazer de estar congregado com os demais irmãos e convidando com mais empenho; Orando pelos nossos amigos até que a obra de Cristo seja formada neles.

A conclusão do texto: Deus indicava aquela igreja como um bom local para participar – v.47b

É Deus quem melhor convida. Ele sabe qual a igreja que está pronta para receber quem ele quer ministrar e transformar.

A pergunta é: Deus tem prazer em nós? Ele se sente bem conosco? Se o nosso objetivo for construir uma igreja onde Deus tenha prazer de estar, veremos grandes coisas acontecendo no nosso meio.

Não precisamos inventar ou reinventar coisa alguma. Precisamos apenas viver igreja, como nos ensina as Escrituras. Isso é o suficiente para agradar a Deus e, assim, assistir Ele definindo que na nossa igreja as pessoas encontrarão vida. Ele mesmo convidará as pessoas.

Viva Igreja. Só isso!

Boa semana

Ricardo Carvalho



terça-feira, 17 de julho de 2012

É isso que me faz querer continuar... Novas vidas em Cristo

Tenho tido o privilégio de pastorear há quase 24 anos. Em todos esses anos tenho visto a alegria de cada vida que se entrega a Jesus. Eu não teria um outro motivo para continuar, a não ser por ver diariamente novos discípulos de Jesus se juntando ao time.

Agradeço a Deus por cada vida. Apesar de mim, a graça do Senhor tem alcançado muitos e o nome dele tem sido glorificado entre nós.

Que Ele continue me motivando e inspirando com cenas tão marcantes.

Muito obrigado Senhor por esse privilégio.




Em Cristo

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 2 de julho de 2012

APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES PARA ANUNCIAR JESUS

Qual a última vez que você falou de Jesus para alguém? Você tem caminhado pelas ruas pensando na eternidade? Você já se deu conta que diariamente Deus põe muitas pessoas diante de você que ainda precisam conhecer Jesus?

Paulo teve uma experiência muito interessante em Atenas. Lemos isso no capítulo 17 do livro de Atos.

Paulo aguardava Silas e Timóteo em Atenas e aproveitava o tempo para falar de Jesus na sinagoga e na praça todos os dias. Aquela atitude chamou a atenção de filósofos e intelectuais da cidade, que conduziram Paulo até o Areópago para que ele explicasse melhor aquela mensagem sobre Jesus e ressurreição.

Lá ele se deparou com centenas de ídolos e, no meio desses ídolos, encontrou um altar com a escrita “Ao deus desconhecido”. Em cima dessa frase, Paulo expos o evangelho e anunciou Jesus a todos os que ali estavam tendo alguns resultados positivos com a sua pregação.

O que me chama atenção no texto é perceber como Paulo aproveitou todas as oportunidades pra anunciar Jesus com atitudes marcantes na sua vida que servem como direção para a nossa caminhada como cristãos, discípulos de Jesus na terra.

Essas atitudes servem como dicas para aproveitarmos todas as oportunidades para falar de Jesus. Vejamos então:

1. Mantenha uma “revolta” no seu espírito diante da distância do homem de Deus – v.16

“Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade.”

Atenas era o centro intelectual da época. Ali havia universidade, vasto estudo filosófico e muita cultura compartilhada e comentada. Normalmente, quando conhecemos um lugar, ficamos maravilhados com a sua arquitetura, cultura, costumes, etc. Paulo experimentou o que o texto chama de “revolta no espírito” diante da idolatria.

Se a minha missão na terra é fazer discípulos frutíferos de Jesus por onde passar, então preciso estar mais atento a realidade espiritual do local onde estou. Todo mundo precisa de Deus. As melhores e as piores pessoas da terra precisam de Deus.Enquanto essa “revolta” pela ausência de Deus não domina o meu espírito, não aproveitarei as oportunidades para falar de Jesus para as pessoas.

2. Sempre que houver oportunidade fale de Jesus – v.17

“Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali”

Vamos encontrar pessoas tementes a Deus (como os judeus a quem Paulo se dirige) e precisamos falar de Jesus para essas pessoas. Vamos nos deparar com religiosos, frequentadores de cultos ou outras atividades religiosas e precisamos falar de Jesus para eles. Pessoas cruzarão o nosso caminho diariamente e precisamos aproveitar as oportunidades para falar de Jesus para essas pessoas.

3. Mantenha o foco da sua pregação – v.18

“E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição.”

Paulo estava diante de um público com convicções próprias. Os epicureus (ideia de Epicuro) não acreditavam nos deuses e eram materialistas. Buscavam o prazer nobre e desprezavam o sensualismo. Os estóicos (ideia de Zenão) eram racionais e tinham um conceito panteístico de Deus, vendo-o como a alma do universo. A sua ética ressaltava a autossuficiência individual e a obediência aos deveres.

Paulo é chamado de tagarela pelas pessoas. Uma palavra utilizada para pássaros que recolhe restos de comida do esgoto, um desocupado sem valor, ou alguém que apenas tinha fragmentos do conhecimento.

Paulo tinha um foco na sua pregação e não abria mão desse foco – Jesus e a ressurreição. Vivemos em um contexto parecido. A razão domina as mentes; Deus é visto em tudo e em todos; há uma busca pelo prazer bom e destruidor; o materialismo é marca dos nossos dias. Precisamos manter o foco – Só existe esperança eterna para o mundo porque Jesus veio, morreu por nós, ressuscitou e está vivo com todo o poder para salvar a todos aqueles que se chegam a ele.

4. Fique atento ao mover de Deus e saiba como falar – v.22,23

“Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.”

600 anos antes do Nascimento de Jesus. Atenas estava dominada por uma praga que afligia todo o povo. A sacerdotisa da cidade disse que todos os sacrifícios que haviam sido feitos apaziguaram todos os deuses menos um. Então Nícias um dos conselheiros deu a idéia de irem até Cnossos na ilha de Creta para trazer um homem chamado Epimenides. Quando Emipenides chegou em Atenas ao andar pelas ruas percebeu quantos deuses haviam naquela cidade, centenas de centenas. Ao ser interrogado de como faria aquela praga cessar sobre a cidade, Epimenides ordenou que ao nascer do sol trouxessem um rebanho de ovelhas, um grupo de pedreiros e uma grande quantidade de pedras e argamassa até a ladeira coberta de relva, ao pé da rocha sagrada, as ovelhas deveriam ser todas sadias, brancas ou pretas. No outro dia bem cedo todos foram ao pé o monte sagrado e Epimenides começou a dizer: “Vocês já se esforçaram muito ofertando sacrifícios aos seus numerosos deuses e foi inútil, na verdade existe ainda um outro deus cujo nome não conhecemos e que não está sendo representado por nenhum outro ídolo nesta cidade… e vou supor que este deus é bastante poderoso e suficientemente bondoso para livrar Atenas desta praga, se apenas pedirmos sua ajuda.” Depois de dizer estas palavras Epimenides mandou que soltassem o rebanho junto a relva onde encontrariam alimento, as ovelhas deveriam ser seguidas por homens que observariam o comportamento daqueles animais. Então Epimenodes orou: “Ó deus desconhecido! Contempla a praga que aflige esta cidade, e se de fato tens compaixão, perdoa-nos e ajuda-nos, e revela tua disposição em nos responder fazendo com que qualquer ovelha que te agrade deite na relva ao invés de pastar. Escolhas as brancas ou pretas e aquelas que te agradarem iremos sacrificar”. Aos poucos algumas ovelhas foram se deitando. Então Epimenides ordenou que onde cada ovelha havia se prostrado deveria ser construído um altar com as pedras e argamassa, onde aquela ovelha deveria ser sacrificada. Após construírem os altares, os pedreiros perguntaram qual deveria ser o nome do deus a ser gravado nos altares. Epimenides desencorajou-os ao dizer que o deus desconhecido havia se agradado justamente da humildade deles em reconhecer a ignorância em que viviam e que não poderiam correr o risco de dar nome ao deus que eles sequer conheciam. Então simplesmente escreveram: “ AO DEUS DESCONHECIDO” No final de uma semana depois dos sacrifícios, os doentes já estavam curados e reconheciam que o Deus Desconhecido havia sido bondoso para com eles. (Relato de Diógenes Laércio, autor grego do século III A.D, na obra clássica “As vidas de filósofos eminentes”).

O nosso Deus se revela em todas as épocas e em todos os lugares. Ele é Deus e não existe um outro igual ao nosso Deus. Estejamos atentos. Deus continua se movendo na historia e manifestando o seu poder.

5. Apresente Deus como ele realmente é – v.24-26

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;”

O Deus soberano criador de todas as coisas. Só ele pode dar vida. Ele não precisa ser suprido ou alimentado. Ele subsiste eternamente. Só ele pode preencher por completo todas as nossas necessidades. Só ele tem toda a nossa história nas mãos. Ele é o único e verdadeiro Deus e disso não devemos temer ou duvidar.

6. Mostre a todos que é possível ter uma relação íntima e pessoal com Deus – v. 27,28

“para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.”

Isso é fantástico. O mesmo Deus soberano, grandioso e majestoso, está bem perto de nós e com esse Deus podemos construir um relacionamento íntimo e pessoal. Qual o Deus semelhante ao nosso Deus?

Is 57.15 Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.

7. Deixe claro que só existe um caminho para retomar a caminhada com Deus – arrependimento e fé em Jesus – v.30,31


“Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”

Rm 10:9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

8. Faça a sua parte e deixe que Deus faça a dele – v.32-34

“Quando ouviram falar de ressurreição de mortos, uns escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouviremos noutra ocasião. A essa altura, Paulo se retirou do meio deles. Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e, com eles, outros mais.”

A nós cabe fazer a nossa parte, que é anunciar Jesus a tempo e fora de tempo. a Deus, o convencimento das pessoas a seguirem Jesus e conviverem com ele eternamente.

São dicas que preciosas que nos ajudarão a aproveitar todas as oportunidades para anunciar Jesus, o único senhor e Salvador.

Boa semana

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 25 de junho de 2012

DANIEL E AS IGUARIAS DO REI – PARECIA UMA BÊNÇÃO, MAS ERA MALDIÇÃO



Daniel 1

Vivemos um dos momentos mais preocupantes da história do cristianismo. Os valores absolutos estão se tornando praticamente extintos e o pensamento individual tem se tornado verdade absoluta na vida de cada indivíduo. Cada um declara abertamente a sua opção sexual, espiritual, filosófica, material, e por aí vai.

O nosso contexto demonstra a mesma coisa que aconteceu em Gênesis 11 quando os homens se juntaram e tentaram a todo custo tornar o próprio nome conhecido e famoso no mundo inteiro. A consequência foi uma enorme confusão provocada por Deus. Vivemos uma enorme confusão de ideias e pensamentos, cada um definindo o seu próprio modo de viver.

Isso tem afetado profundamente a igreja. Não estamos imunes a isso. Estamos agindo de acordo com o nosso contexto. Nós conseguimos separar vida espiritual, limitando-a aos nossos momentos devocionais aos domingos, da nossa vida secular.

A confusão citada em Gênesis 11 permaneceu naquela terra com o passar dos anos. Sinar se tornou a Babilônia dos dias de Daniel. Quem conhece a história sabe que Judá foi levado cativo para a Babilônia. Sinar – Babilônia; o lugar da torre de babel (Gn 11:2); era sinônimo de oposição a Deus; de inimizade com Deus, era o lugar em que a perversidade tinha a sua morada (Zc 5:5-11); a retidão poderia esperar oposição; lugar caracterizado pela altivez, idolatria, feitiçaria.

Foi nesse contexto que Daniel foi inserido. A possibilidade de se tornar parte daquele contexto era enorme. Assim como nós. Facilmente somos induzidos a conduzir a nossa vida de acordo com o contexto que nos cerca. Por sermos mais guiados pelo contexto do que pela Palavra de Deus, muitas vezes, encontramos a “bênção” de Deus naquilo que a Bíblia chama de maldição; sentimos paz naquilo que deveria causar inquietação.

Daniel chegou na Babilônia aguardando uma sequência de sofrimentos, mas o que poderia ser ruim pareceu uma grande bênção de Deus na sua vida. Foi escolhido entre os demais, com mais três amigos, para ser alimentado no palácio, aprender tudo sobre a terra e servir ao rei posteriormente.

Para Daniel e seus amigos, receber aqueles benefícios seria a destruição da caminhada com Deus. Deus abençoou profundamente a vida de Daniel e tudo por causa de algumas decisões cheias de discernimento espiritual.

Acredito que essa é uma das maiores carências da igreja. Confesso que fico assustado muitas vezes com o que ouço de pessoas que já estão há um bom tempo no contexto de igreja. Discernimento não tem sido um dom desejado pela igreja. E quando falo de discernimento, falo da necessidade de discernirmos qual o espírito que está por trás daquilo que estamos vivendo ou fazendo. Não podemos, nunca, ignorar os desígnios de satanás.
Daniel sabia onde estava, sabia porque estava ali, sabia das consequências de cada gesto, de cada atitude. Ele me ensina a viver hoje num contexto semelhante ao que ele foi inserido. Vivemos em Sinar, num ambiente de profunda oposição a Deus e sua Palavra, ambiente confuso, com várias verdades e cada um optando por estilo de vida. Somos bombardeados por uma mídia destruidora da família, alimentadora da promiscuidade. Uma mídia que ridiculariza o cristão e aplaude o iníquo. Ser correto nos nossos dias é vergonhoso. Ser cristão é alienação. Ser pastor é ser ladrão. Daniel surpreende e resolve ser servo no meio de uma terra distante de Deus.

Algumas lições preciosas que retiramos do texto:

Você pode luz ainda que inserido em um contexto de trevas – v.2

Jesus disse em Mt 5: 14-16 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Muitas vezes é inevitável o fato de estarmos num ambiente de oposição a Deus. Ruas, cidade, escola, país, trabalho, universidade, etc. Mas podemos ser luz. Daniel nos mostra isso. Mesmo estando em Sinar ele não deixou de ser servo de Deus.

Discernimento nos ajuda a não enxergar bênção na maldição – v.5

“Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei”.

Aparentemente, uma grande bênção, porque além de serem bem tratados, teriam o privilégio de aprender sobre a cultura do país e, mais adiante, servir ao rei daquela terra. Agora eles precisavam discernir e decidir como se ajustariam para viver em um ambiente que fazia oposição às suas convicções religiosas. Todo envolvimento transcultural precisa ser bem analisado e estudado quanto as implicações das decisões tomadas.

Daniel aceita a reeducação e o novo nome, mas não aceita comer a mesma comida do rei. O ponto principal – Toda comida na Babilônia ou na Assíria era ritualmente impura – Ez 4:13; Os 9:3,4

Ef 5:5-10 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor.

A percepção de Daniel ia além do que estava na sua frente. Ele não era um vegetariano, mas discernia bem de perto as consequências espirituais diante de um simples ritual – alimentar-se da iguarias do rei.

Temos andado muito distraídos. Talvez para muitos isso seria uma honra, um privilégio... Nem sempre o que parece bênção é de fato uma bênção. Precisamos cortar tudo o que fazemos ou recebemos com a Palavra de Deus. Está na Bíblia? Deus aprova? Jesus no meu lugar faria o mesmo?

Muitas vezes aquilo que é aparentemente simples, pode ser destruidor as nossas vidas – v.8

“Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se”.

Pelos padrões orientais, compartilhar de uma refeição era se comprometer a uma amizade. Comendo das iguarias, aceitavam uma obrigação de lealdade ao rei. Alimentar-se junto com outro tinha uma significação pactual – Gn 31:54; Ex 24:11; Ne 8:9-12; Mt 26:26-28

Daniel preferiu rejeitar esse símbolo de dependência do rei para estar livre na sua relação com Deus.

A falta de discernimento tem feito que declaremos frases que se tornaram muito comuns entre nós: “Mas o que isso tem demais?” “Pra que esse radicalismo todo?” “É tão comum, todo mundo faz”

As iguarias do príncipe deste mundo tem atraído a muitos de nós. Faço esta oração: Deus, levanta adolescentes, jovens, adultos, idosos, que rejeitem, que resolvam firmemente não contaminar-se com as iguarias do príncipe deste mundo!

Deus estabeleceu sua Palavra para discernirmos entre o puro e o impuro.

A disposição de uma vida santa agrada a Deus e inspira pessoas– v.9

Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.

De Deus ele encontrou misericórdia. E esse mesmo Deus mexeu no coração do chefe dos eunucos para compreender a atitude.

Pv 16:7 Sendo o caminho dos homens agradável ao SENHOR, este reconcilia com eles os seus inimigos.

A prática de uma vida disciplinada provoca consequências positivas na nossa vida como um todo – v.12,13

Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber. Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos.

O resultado de 10 dias justificou a confiança de Daniel de que a mudança não traria nenhum prejuízo ou problema para ninguém.

1o As suas feições eram diferentes – v.15 No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.

2o As suas mentes eram diferentes – v.17 Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos.

3o As suas vidas eram incomparáveis – v.19 Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei.

4o As suas capacidades superabundavam a dos demais – v.20 Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino.

Você pode continuar sendo uma bênção e influenciando vidas – Daniel continuou

... Precisamos ser diferentes, precisamos continuar diferentes.

v. 21 Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro.

Que Deus ministre ao seu coração da mesma forma que ministrou ao meu.

Boa semana

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 11 de junho de 2012

MARTA E MARIA - Atitudes distintas diante da mesma oportunidade


Você já perdeu uma grande oportunidade? Por vezes ela não se repete. Simplesmente passa e não volta. Como você reage diante das oportunidades de Deus na sua vida? Oportunidades da vida podem ser perdidas e lamentadas, mas as oportunidades de Deus quando perdidas trazem sérios prejuízos espirituais.

Marta e Maria receberam Jesus em casa (Lucas 10). Poucos lares tiveram o privilégio de hospedar Jesus. Marta, Maria e Lázaro tiveram essa grata experiência. Eu fico imaginando como seria a minha reação ao receber Jesus. Como você acha que reagiria aquela presença tão ilustre?

Vejamos as atitudes das mesmas:

MARTA

1. Abriu a sua casa para Jesus – “hospedou” – v.38

Ela queria ter Jesus na sua casa e escancarou as portas para recebe-lo. Hospitalidade é algo que deveria ser experimentado por todos nós. A Bíblia ordena a hospitalidade – Hebreus 13.2 Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos.

Vivenciar isso é fazer algo que agrada ao coração de Deus. Marta queria ter Jesus em sua casa e o recebeu com o melhor que podia.

2. Aproveitou a oportunidade para fazer algo especial para Jesus – “agitava-se de um lado para outro” – v.40a

Ela fez o que nós fazemos quando temos uma pessoa ilustre na nossa casa. Fazemos o melhor que pudermos para receber bem essa pessoa. Não há erro algum em fazer o melhor se isso não nos tira do foco. O grande problema em Marta foi a correria desenfreada para ver se dava tempo para fazer tudo o que queria.

3. Experimentou momentos de proximidade de Jesus – “se aproximou de Jesus”- v.40b

Afinal Jesus estava em sua casa e não era difícil chegar perto dele. Jesus era acessível e isso facilitava a aproximação. Ela se aproximou de Jesus. Esse é um dos pontos que me impressionam na Bíblia. O livre acesso a Jesus.

4. Preferiu decidir o que fazer de forma independente

Ela tinha planos para uma boa refeição ou coisa parecida e resolveu se empenhar nos seus projetos de hospedagem. No fundo era algo comum na sua vida. Jesus estava ali e como fazer o melhor era o seu desejo, ela resolver fazer do seu jeito.

5. Deixou que a agitação e a preocupação fossem o combustível da sua vida

Fator comum a todos nós que queremos fazer as coisas acontecerem. Entramos numa roda viva e, quando menos imaginamos, estamos completamente envolvidos em preocupações e numa correria sem fim.

MARIA

1. Além da porta da casa, abriu também o seu coração – v.39a

As coisas começam a ficar diferentes. Para Maria era muito bom tê-lo em casa, mas melhor ainda era tê-lo presente no coração. O mais importante para Maria era vivenciar aquela oportunidade com toda intimidade possível. Ela sabia que tudo o que acontecesse naquela ocasião provocaria uma repercussão incrível na sua vida. Tê-lo em casa era muito bom, mas melhor ainda era tê-lo presente na sua vida.

2. Aproveitou a oportunidade para ouvir algo especial de Jesus – “ouvir-lhe os ensinamentos”- v.39c

Jesus não ficava calado quando estava nas casas. Se estudarmos com cuidado esses momentos dentro das casas, veremos que eram momentos de profundo ensinamento, detalhamento das parábolas, explicações de temas difíceis. Dentro das casas a conversa era sempre mais íntima e mais profunda. Maria aproveitou cada ensinamento ministrado por Jesus.

3. Não apenas se aproximou, mas permaneceu com Jesus quedada aos seus pés” – v.39b

Essa é a expressão bíblica presente no texto. Isso é intimidade. Isso é adoração. É o mesmo que encontrar o trono do altíssimo e dali não se afastar. Deus se agrada daqueles que descobrem a intimidade.

Salmo 25:14 A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.

Jesus gostava de intimidade. Ele demonstrou isso quando os discípulos tentaram impeder que as crianças se aproximassem.

Mateus 19:14 Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.

Jesus não impediu que mulheres se prostrassem e molhassem os seus pés com lágrimas e perfume. Jesus sabia que aquilo faria uma enorme diferença nessas vidas. Maria ficou quedada – parada, quieta, demorou, manteve-se ali, permaneceu o tempo todo.

4. Demonstrou durante todo o tempo dependência de Jesus – “aos seus pés”

A rendição é gesto que gera crescimento. “Render-se” não é uma palavra muito agradável aos nossos ouvidos. Rendição é perda. Nós não gostamos de perder. O que mais gostamos é de contar sucessos e vitórias pessoais. Só que com Deus a nossa vida spiritual só acontece com a rendição. Somente quando nos rendemos descobrimos a adoração. E são os adoradores que Deus tem procurado, ou seja, homens e mulheres que se submetem a ele. Maria escolheu a rendição como estilo de vida.

5. Escolheu a boa parte – e esta não foi retirada da sua vida – v.42

Na teoria nós sabemos qual a melhor parte, mas na prática essa boa parte nem sempre tem sido escolhida. Maria escolheu. Maria decidiu. Maria quis a boa parte. E a palavra de Jesus é clara. Ela escolheu isso, ninguém vai retirar isso da sua vida.

Somos muito mais “Martas” do que “Marias” em nossas reações:

Até abrimos a nossa casa, mas temos dificuldade para abrir o nosso coração. Marta abriu as portas da casa, mas o seu coração continuou cheio de agitação e preocupação. Deus tem acesso a todos os corações e tem acesso irrestrito, mas esse mesmo Deus espera de nós entrega irrestrita. Não estou me referindo a momentos de “quebrantamento” durante o louvor, mas de um coração aberto para Deus e sua Palavra. Resistimos colocar em prática os ensinos de Deus. Resistimos obedecer a sua Palavra.

Jogamos fora, por vezes, oportunidades preciosas de experimentarmos o melhor de Deus. Marta estava com Jesus em casa e deixou de aproveitar o melhor da visita, deixou de ouvir ensinamentos preciosos de Jesus. Deus fala conosco muitas vezes. Em várias ocasiões temos a oportunidade de crescer mais em Deus, mas perdemos essas oportunidades. Se tivéssemos a oportunidade de perguntar aqui a cada um sobre experiências que tiveram com Deus ficaríamos surpresos com as manifestações do Senhor em nossas vidas. Deus disse ao povo através de Jeremias 35.17 por isso, assim diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá e sobre todos os moradores de Jerusalém todo o mal que falei contra eles; pois lhes tenho falado, e não me obedeceram, clamei a eles, e não responderam.

A agitação e as preocupações tem nos cegado diante das oportunidades de crescermos com Deus. Marta conseguiu ficar diante de Jesus “de um lado para o outro”. Até quando vamos ficar nessa correria desenfreada? Até quando estaremos agitados de um lado para o outro? Nos tornamos uma geração movida pelas preocupações. Mateus 6.25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Filipenses 4.6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.

Estamos mais ocupados em ter e fazer do que em ser. Marta queria fazer algo. Maria queria ser alguém. É tão simples avaliar isso na nossa vida. Escreva em um papel todos os seus projetos e o seu dia-a-dia. Depois de listar tudo, veja o que está voltado para o TER, FAZER e SER. Como já questionei em algumas ocasiões, até quando construiremos a nossa vida em cima de projetos temporários e negligenciaremos os projetos eternos?

Preferimos assumir o controle da nossa vida e definir o que é melhor para nós, do que deixar que Jesus instrua quais passos devemos tomar. Marta traçou o cardápio do dia e o que poderia fazer de melhor e, quando percebeu que os seus projetos de hospedagem não seriam concretizados, reclamou da escolha de Maria. Maria queria ouvir o que Jesus tinha a dizer. Maria encontrou a rendição como estilo de vida. Entregar-se, admitir a dependência é um grande desafio para todos nós.

Por não entendermos o que é a “melhor escolha” ficamos indignados com aqueles que já a fizeram. Marta não entendia porque Maria não se juntava a ela para fazer o melhor para Jesus. O serviço não é questionado no texto. Deus nos convoca ao serviço. Fomos chamados para servir. Servimos na igreja, servimos ao nosso próximo. Sempre que houver necessidades, devemos dispor a nossa vida para o serviço. O grande problema é quando confundimos as atividades de serviço com adoração e rendição.

Por vezes Jesus também precisa repetir o nosso nome de forma terna e carinhosa para entendermos que precisamos aprender a parar. Marta, Marta, foi o que disse Jesus de forma carinhosa. Em outras palavras, “Marta, me agrada mais a sua presença comigo do que tudo aquilo que você tenta fazer pra mim”.

Ainda não entendemos que vida cristã é algo simples e que tudo depende de um “boa escolha”. Precisamos recuperar a simplicidade da vida cristã. Precisamos redescobrir o lugar da adoração.

Jesus está em nossa vida e nós estamos correndo de um lado para o outro. Ele só nos observa e de vez em quando nos chama pelo nome dizendo: Pare um pouco; Descubra a boa parte.

Boa semana

Ricardo





segunda-feira, 4 de junho de 2012

INTIMIDADE COM DEUS - Exodo 33


É possível viver uma profunda intimidade com Deus no meio de uma geração corrompida? Vivemos em dias difíceis. Parece que tudo nos impulsiona na direção da superficialidade espiritual. Intimidade com Deus não é um dos temas mais pregados e praticados na vida eclesiástica.

Toda vez que penso em intimidade, penso em tempo, sossego, quietude... São palavras que não combinam com a minha realidade atual de correria e pressa para fazer o que é “preciso”.

Outro ponto que me incomoda é como definimos quem de fato vive essa intimidade. Os “íntimos” de Deus dos nossos dias não convivem com os demais mortais. São tão “íntimos” de Deus e tão alheios ao próximo. Imagine como fica a minha cabeça quando comparo essa galera com Jesus. Entro em parafuso...

Moisés viveu uma realidade muito parecida com a nossa. Moisés viveu essa intimidade com Deus no meio de uma geração corrupta e alheia a Deus.

Desculpe o meu exagero, mas o contraste é chocante quando leio o texto bíblico. Enquanto Moisés estava no monte buscando direção de Deus para o Seu povo, o povo de Deus estava embaixo tentando direcionar a vida do seu jeito. Enquanto Moisés ouvia a voz de Deus, o povo de Deus ouvia a voz do coração. Enquanto Moisés adorava a Deus, o povo de Deus adorava a figura de um bezerro feito por mãos humanas. Enquanto Moisés experimentava um tempo de restrição e jejum, o povo de Deus se levantava para se divertir.

A gente não entende porque Deus não se manifesta no nosso meio como antes. Imagine a santidade no meio da corrupção... Seria uma destruição.

Naqueles dias, dias de infidelidade e distância de Deus, Moisés viveu uma íntima e profunda relação com Deus. Tudo isso nos traz lições preciosas e que nos incentivam a buscar a verdadeira intimidade com o Senhor. Vejamos algumas lições preciosas que retiramos das experiências de Moisés:

1. Quem vive intimidade com Deus não precisa dizer nada, pois todos sabem que essa pessoa anda com o Senhor – v.7,8

Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la para si, fora, bem longe do arraial; e lhe chamava a tenda da congregação. Todo aquele que buscava ao SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial. Quando Moisés saía para a tenda, fora, todo o povo se erguia, cada um em pé à porta da sua tenda, e olhavam pelas costas, até entrar ele na tenda.

É tão interessante o detalhe do texto: “todo o povo se erguia e olhava”. Todo mundo sabia que Moisés iria ao encontro de Deus e que Deus viria ao seu encontro. Moisés não precisava dar explicações, nem tampouco mostrar que vivia uma relação íntima com Deus. Todos sabiam disso. Precisamos falar menos e viver mais. Precisamos "ser" mais e tentar "mostrar" menos. Os mais profundos momentos da nossa espiritualidade acontecem a sós com Deus. Redescobrir a quietude, o silêncio... arrancar a pressa e a atração pelo superficial nos conduzirá ao início de uma jornada em direção a “tenda da congregação” que fará uma enorme diferença em nossas vidas.

2. Intimidade atraí a presença de Deus e desperta a adoração – v.9,10

Uma vez dentro Moisés da tenda, descia a coluna de nuvem e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. Todo o povo via a coluna de nuvem que se detinha à porta da tenda; todo o povo se levantava, e cada um, à porta da sua tenda, adorava ao SENHOR.

Vi algo interessante acontecendo na CPA estes dias. Era momento de louvor no Fim de tarde e, de repente aconteceu um pequeno problema com um instrumento. Parecia que algo iria interromper o momento de louvor, mas o contrário aconteceu. Deus se apresentou no nosso meio e houve um tempo especial de adoração. O Deus da Bíblia está entre nós e ainda quer manifestar o seu poder. A gente canta uma música que diz: “que minha vida cante a ti”. Estou cansado de cantar músicas, estou desejando profundamente adorar, atrair a presença de Deus e influenciar outras pessoas nessa direção.

3. Intimidade é profunda amizade com o Senhor – v.11

Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda.

Diferente dos demais profetas, Moisés se comunicava com Deus não através de visões ou sonhos, mas boca a boca. Eu não sei o que é isso! Você sabe? Sei apenas que isso é possível. Ter Deus como amigo intimo... que coisa incrível. Não é uma realidade distante de nós. Jesus veio ao mundo para estabelecer essa relação conosco.

Jo 15.15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.

Essa é a relação que Deus quer ter conosco.

4. Intimidade trata o caráter e nos torna aprovados diante de Deus – v.12

Disse Moisés ao SENHOR: Tu me dizes: Faze subir este povo, porém não me deste saber a quem hás de enviar comigo; contudo, disseste: Conheço-te pelo teu nome; também achaste graça aos meus olhos.

Não tem como andar com Deus e ficar do mesmo jeito. Vida com Deus sempre mexe em caráter e muda a nossa postura.

5. Intimidade sempre transborda em compaixão – v.13

Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo.

Você é íntimo de Deus? Verei isso nas suas atitudes em relação ao seu próximo. Intimidade com Deus nos aproxima do coração de Deus. O coração de Deus é cheio de misericórdia.

6. Intimidade não pode ser momentânea, mas deve fazer parte do dia a dia – v.14-16

Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso. Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra?

A marca do povo de Deus é ter o Senhor no meio do seu povo. Por vezes, as nossas atitudes demonstram que queremos Deus em ocasiões onde surgem as necessidades, mas não o desejamos quando buscamos os nossos prazeres.

7. Intimidade mexe com o coração de Deus – v.17

Disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto que disseste; porque achaste graça aos meus olhos, e eu te conheço pelo teu nome.

Só cinco homens na Bíblia foram capazes de mexer o coração de Deus. Homens que poderiam fazer Deus mudar de ideia.

Ez 14:14 ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, salvariam apenas a sua própria vida, diz o SENHOR Deus.

Jr 15:1 Disse-me, porém, o SENHOR: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, meu coração não se inclinaria para este povo; lança-os de diante de mim, e saiam.

É possível viver intimidade profunda com Deus. Que Ele nos ajude a fazer parte da sua lista.

8. Intimidade nos leva a buscar mais intimidade – v.18

Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória.

O pedido de Moisés – Ver a glória de Deus, literalmente o seu “peso” ou a soma de tudo aquilo que Deus é. Ver Deus como ele é, é impossível ao homem. O homem não pode suportar a visão de Deus. Como o próprio texto indica, o homem pode apenas contemplar o lugar por onde Deus passou e assim conhece-lo por seus atos no passado e no presente.

A revelação de Deus veio através de Jesus que se tornou homem e habitou no meio de nós. Deus informa a Moisés que mostraria a ele toda a sua bondade. De uma forma mais clara mostraria a sua graça e misericórdia.

v.19-23 Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer. E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha. Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.

Intimidade sempre nos leva a buscar mais intimidade. E quanto mais íntimos de Deus, mais parecidos com ele seremos. Assim, o alvo bíblico de caminhar de glória em glória começará a ser vivenciado no nosso dia a dia.

Que essa seja a nossa busca. Que esse seja o nosso anseio.

Ricardo Carvalho

sábado, 19 de maio de 2012

NÃO TEMAS! DEUS DE FATO AMA VOCÊ.

Quando leio a declaração de amor de Deus em Isaías 43:1-5, o meu coração se enche de uma paz e alegria indizíveis. A sensação de sentar-se com o Senhor e ter uma conversa amorosa entre pai e filho me incentiva a continuar a caminhada mesmo sabendo que muitas dificuldades ainda me alcançarão.

Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate e a Etiópia e Sebá, por ti. Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida. Não temas, pois, porque sou contigo; trarei a tua descendência desde o Oriente e a ajuntarei desde o Ocidente.

Eu gosto de ler essa passagem trocando os nomes. Onde está escrito Jacó ou Israel, coloco o meu nome. Faço isso por saber que essa palavra foi escrita para a nação de Israel, mas também é palavra de Deus para a minha vida hoje.

Existe um deus que tranquiliza corações como o nosso Deus? Imagine a cena... Você cheio de problemas e dificuldades sem saber como vencê-los... de repente Deus se aproxima, põe o braço no seu ombro, encosta a sua cabeça no ombro dele e diz palavras tão fortes e tão acalentadoras como essas!

Deus não muda. Ele é o mesmo ontem e hoje e o será para todo sempre. É difícil compreender esse amor, mas é um amor real e que se manifesta em cada momento da minha vida.

Relendo mais uma vez o texto, descubro verdades fortes de Deus, que me dão muita coragem para continuar:

1. Toda a minha vida foi planejada por Deus e Ele conduz toda a minha história.

Ele me criou, Ele me formou. Nada saiu do seu controle de qualidade. Tudo está nas suas mãos. Com Deus não há vida fora de controle. Com Deus até o que não entendo e não consigo controlar, está sob controle.

2. Eu fui comprado e pertenço a Ele.

Tu és meu. Eu não sou um filho abandonado, nem tampouco um órfão. Eu tenho um Pai Eterno. Eu tenho um dono que me ama e faz de tudo para me ver bem.

3. Terei muitas lutas aqui na terra, mas em todas elas Deus estará comigo.

Quando passares... É assim que Ele me prepara. Você e eu passaremos por momentos difíceis. Em alguns momentos ficaremos diante das muitas águas, como ficou o povo de Israel diante do Mar Vermelho achando que não havia mais saída. Nas muitas águas Deus abriu um caminho para o seu povo e destruiu o inimigo. Poderemos também ficar diante do rio transbordante e ter a sensação que ele nos afogará como ficou Israel quando estava prestes a entrar na terra prometida e mais uma vez Deus preparou um caminho para o seu povo. Quem sabe seremos lançados no meio do fogo, como foram lançados na fornalha os três jovens cativos na Babilônia. Mesmo nesses momentos teremos a presença de Deus conosco nos livrando do fogo e ensinando a passear no meio das chamas, provocando surpresa e conversão daqueles que assistem a nossa experiência. Seja qual for o tipo de luta que experimentarmos, Deus estará conosco.

4. Ele move céus e terra em nosso favor, simplesmente porque nos ama.

Deus é capaz de vender e trocar para que sejamos livres. Deus pagou o nosso resgate com um alto preço. Seu filho morreu no nosso lugar. Darei homens por ti e os povos pela tua vida...

Pensando em desistir? enfrentando um duro momento na sua vida?

Não desista. Você não está sozinho.

Existe um Deus, o Deus verdadeiro que ama você com um amor inexplicável. Ele ama de verdade.

Em Cristo

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 14 de maio de 2012

DIA DAS MÃES - VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DE JOQUEBEDE?


A história de Joquebede não tem muito espaço na Bíblia, mas a sua ação teve uma repercussão incrível na história do povo de Deus. São poucos os versículos que relatam os seus atos. Ela foi a mãe de Moisés.

Quem conhece a história sabe que na época do nascimento do seu filho, Joquebede e o seu marido Anrão estavam cercados por uma forte opressão do Egito. Por causa do crescimento do povo e do temor dos egípcios, o rei havia decretado que todas as crianças do sexo masculino nascidas entre os hebreus deveriam ser mortas.

Sem medo algum no coração Joquebede e seu marido criam uma estratégia de preservar a vida do seu filho. digo sem medo porque esse é o relato de Hebreus 11:23. As lições aprendidas com essa mulher e mãe sevem para refletirmos um pouco sobre a importância do papel de uma mãe na vida do filho.

Tenho a grande alegria de ter em minha mãe uma mulher de oração. Em todos os momentos da minha vida ela sempre esteve presente. Quando todos se afastaram de mim em um tempo muito difícil, apenas duas mães se fizeram presentes em todo o tempo. Minha mãe e a mãe dos meus filhos.

A mãe é o termômetro do lar. além de ser uma auxiliadora do marido (título dado por Deus que também é o nosso auxílio), ela é a "criadora" do lar. Esse papel tão incrível tem feito uma enorme diferença na vida de muitos filhos.

Em Êxodo 2:1-10 encontramos as atitudes de uma mulher que fez uma enorme diferença na vida do seu filho.

Aprender com alguém que quase não é citado na bíblia e muito menos em mensagens pregadas foi gratificante para mim. Deixe eu compartilhar algumas lições que aprendi com essa mãe.

Joquebede foi uma mãe que pela fé guardou o seu filho em um contexto onde a morte era o destino certo para todas as crianças (v.2) – Hb 11:23

Qual a diferença daquele contexto para o nosso? É que não há um decreto do rei. Vivemos em dias onde criar filhos não é nada fácil. Estamos inseridos em um ambiente de morte e é preciso fé em Deus para criar filhos hoje. Não temer o contexto e crer em Deus é o segredo para enfrentar o contexto atual. Joquebede nos ensina essa lição.

Joquebede foi uma mãe que planejou uma forma de proporcionar ao seu filho um futuro seguro (v.3)

A ideia de colocar o filho em um cesto não foi de desespero, mas um plano muito bem articulado. Ela sabia que a filha de Faraó se banhava naquele local, sabia que o seu filho era muito bonito e possivelmente provocaria compaixão na filha de Faraó. Naquele contexto, só havia segurança para as crianças que estivessem no Egito.
Planejar um futuro seguro para o filho é característica de alguém que entende o seu papel como mãe e como pai. Sempre que vejo um pai ou uma mãe orando e pensando no futuro dos filhos, percebo que eles entenderam porque são pais.

Joquebede foi uma mãe que em nenhum momento deixou o seu filho desamparado (v.4)

Moisés não ficou sozinho. Sua irmã estava ali enquanto ele não era resgatado. Às vezes perdemos o filho de vista. O tempo passa e não percebemos as mudanças na vida dos nossos filhos. Esse foi um cuidado percebido na vida daquela mulher. Quanto mais presentes na vida dos nossos filhos, mais resultados proveitosos serão experimentados. Nunca transfira a outros responsabilidades que são suas.

Joquebede foi uma mãe que articulou uma estratégia para ter tempo de investimento na vida do filho (v.7)

Assim que Moisés foi encontrado, Miriã se apresentou oferecendo uma babá para aquela criança. A filha de Faraó nem teve tempo para pensar. Tudo tinha sido articulado em casa. Ou será que você ainda imagina que essa foi uma ideia que surgiu na hora e Miriã fez a proposta? claro que não.
Articular uma forma de investir na vida do filho é fantástico. Quais as suas ideias? Quais as articulações e estratégias para que você possa investir mais na vida do seu filho?

Joquebede foi uma mãe que teve a sua vida adaptada para ensinar o seu filho a permanecer firme nos caminhos do Senhor (v.9)

Isso é fantástico. A ama trazida foi a própria mãe. Joquebede se apresenta e recebe "de volta" o seu filho com um salário de quebra para cuidar do mesmo.
Isso me faz pensar na possibilidade de adaptarmos a nossa vida profissional para termos mais tempo com os nossos filhos.
Um pouco de criatividade pode proporcionar uma enorme diferença.

Joquebede foi uma mãe que viu o seu filho crescer e deu crescimento ao seu filho (v.10)

Imagino essa mãe amamentando e ministrando ao seu filho dia e noite. Todo investimento na infância tem repercussões incríveis na vida dos nossos filhos. Durante o tempo que teve o seu filho ao seu lado, Joquebede investiu alto levando-o a conhecer o Deus verdadeiro e servi-lo de todo o coração.

O resultado do investimento

Veja alguns exemplos da vida de Moisés:

1. Uma criança temente a Deus – aprendeu a viver com temor e fé (Hb 11:23)

2. Um jovem que não se deixou levar pelo fascínio do mundo nos seus dias (Hb 11:24,25)

3. Um jovem que aproveitou todas as oportunidades de crescimento (At 7:22)

4. Um homem que desde a infância conheceu os caminhos de Deus e em nenhum momento titubeou quanto a sua escolha (Hb 11:26)

5. Um homem que no temor do Senhor enfrentou a maior potencia mundial da sua época (Hb 11:27)

6. Um homem que andou com Deus e experimentou da intimidade do Senhor.

7. Um homem que deixou a sua marca na história redentora de Deus.


Agradeço a Deus por cada mãe.
Agradeço a Deus pela mãe que ele me deu.
Agradeço a Deus pela mãe dos meus filhos.

Feliz dia das mães

Ricardo Carvalho