quarta-feira, 25 de maio de 2011

COMO ESTÁ A SUA FAMÍLIA?


Houve um momento na história de Israel em que uma família viveu uma tragédia. Nessa época, o temor de Deus praticamente já não mais existia e cada um fazia aquilo que achava mais reto. A voz de Deus já não era tão conhecida e as manifestações do Senhor já não eram tão freqüentes. Poucos eram aqueles que se derramavam diante do Senhor.

Exatamente nesse momento da história, Eli era juiz e sacerdote de Israel. O grande problema de Eli era a omissão e cumplicidade diante do pecado da sua família.

Os seus filhos eram conhecidos pela prostituição e maldade. Talvez, por terem sido criados no tabernáculo, estavam profundamente acostumados com as cerimônias e os sacrifícios. O fato é que eles cresceram sem o menor respeito ao sagrado. Faziam exigências indevidas ao povo e deturpavam o culto de Israel.

Outra “fraqueza” bem presente nos rapazes, eram as mulheres. Sempre que eles achavam alguma “irmãzinha” interessante, levavam pra cama. Isso deixou de ser algo desconhecido e se tornou público. Todo mundo sabia quem eram os filhos de Eli e como era o comportamento de cada um.

A mulher de Eli não aparece na história. As esposas dos filhos só aparecem mais adiante. Mas o que parece é que todos se calavam diante da postura daqueles jovens.

Num determinado momento, quando ninguém esperava que algo fosse ocorrer, a arca de Deus foi conduzida pelos dois filhos de Eli até o local de guerra contra os filisteus. A euforia tomou conta de todo o povo que ali estava.

A arca era muito importante para a nação pois todos sabiam que ela simbolizava a soma de tudo aquilo que Deus é. A arca representava a glória de Deus presente – era a própria presença de Deus.

Os filisteus ficaram assustadíssimos com tudo aquilo, lembrando das vitórias passadas, mas ao invés de fugirem, resolveram lutar com todas as suas forças naquele dia. A derrota de Israel foi terrível (30.000 foram mortos). Hofni e Finéias morreram naquela batalha, Israel foi derrotado e a arca de Deus foi levada para o território inimigo.

Eli, já cego, estava à porta da cidade aguardando alguma notícia, quando ouviu o alvoroço de todos e ao questionar a um dos sobreviventes o que havia acontecido, este lhe relatou a morte dos filhos e a perda da arca. Eli caiu de costas e morreu quando ouviu a notícia da arca.

A sua nora, que estava prestes a dar a luz, entrou em trabalho de parto e naquele momento nasceu o neto que Eli não conheceu. As mulheres tentaram anima-la, mas por causa da morte do marido e do sogro e, principalmente, por causa da arca, ela chama o menino de Icabô. Naquele momento ela só conseguia enxergar que a glória de Deus não mais estava lá.

A história é trágica mas não está longe de nós. O que mais necessitamos em nossas famílias é a presença de Deus, manifesta e gloriosa.

O que provocou tudo aquilo? Vejamos detalhes na vida daquela família

1. Havia uma excessiva ocupação em atividades temporárias

Eli, apesar de ser um homem religioso, era omisso em muitas ocasiões. Vivia ocupado nos seus afazeres no templo e na porta da cidade como juiz. Onde estava Eli? Cuidando de causas alheias. Resolvendo a vida dos outros. Certa vez, li duas histórias interessantes em um livro.

A primeira é de uma garotinha com 09 anos fez a seguinte redação sobre a vovó: “As vovós não têm de fazer nada, só ser vovó. Quando elas saem para passear com a gente, param para ver as coisas bonitas, como as folhas das árvores e as lagartas. E nunca dizem: Anda, menina! As vovós em geral são gordas, mas mesmo assim conseguem amarrar nosso sapato. Elas usam óculos, e a roupa de baixo delas é muito engraçada. Algumas tiram os dentes e as gengivas. As vovós não precisam ser inteligentes. Só precisam saber responder às perguntas que a gente faz, como: Por que Deus não é casado? Por que os cachorros gostam de correr atrás de gatos? As vovós não conversam com a gente errado, que nem criança pequena (como as visitas fazem). Elas sabem que nós não conseguimos entender direito. Quando lêem historinha pra nós, não saltam páginas, nem se importam se a gente pede pra ler sempre a mesma história. Todo mundo precisa ter uma vovó, principalmente quem não tem televisão... pois elas são as únicas gentes grandes que têm tempo.”

Outra história que li traz uma empresa de publicidade com os melhores publicitários que foi contratada para um serviço – criar um slogan onde ensinaria que os pais deveriam ficar menos tempo com os filhos. O prêmio para o vencedor seria um cargo na diretoria. Uma semana depois reuniram-se novamente para ouvir as idéias. O primeiro começou explicando: - vamos dizer aos pais que quando eles fazem horas extras, em última análise, estão visando ao bem dos filhos. As crianças poderão ter boas férias, joguinhos eletrônicos e roupas das melhores marcas. O slogan: PAPAI ESTÁ AUSENTE PORQUE QUER O MELHOR PRA VOCÊ! O próximo apresentou o seu slogan – HOMEM MODERNO: TRABALHANDO PARA GARANTIR UM FUTURO MELHOR À SUA FAMÍLIA. Assim outros dois apresentaram, até que chegou a vez do último. Ele começou a falar: vamos dizer aos pais que os filhos precisam muito deles; que o período de tempo que têm para gozar da companhia das crianças é muito curto, que a infância termina logo, e quando acaba, não volta mais. Se não dedicarem alguns momentos agora a eles, mais tarde irão arrepender-se amargamente. Ninguém entendeu nada, mas ele continuou: vamos insistir com eles em que precisam se esforçar ao máximo para passar bons momentos com a família... nesse ponto, ele fez uma pausa de suspense: - mas diremos também que, como estão muito ocupados agora, devem deixar isso... para depois! E já comemorando declarou o seu slogan : ‘UM DIA DESSES TEREMOS MAIS TEMPO”.

Você já ouviu alguém no leito de morte pedir para ver os diplomas conseguidos, o relógio de ouro que comprou um dia, os extratos bancários? Geralmente, quando restam poucas horas, as pessoas pedem que tragam os mais chegados para ficarem com elas.

2. Eles perderam a noção do sagrado

A grande questão envolvia o que havia de mais santo, que era o tabernáculo do Senhor. Eli conhecia cada utensílio daquele e sabia do seu simbolismo. Os filhos brincavam de escolher a melhor carne, atrapalhando os sacrifícios do povo e Eli muito mal dizia que não era bom aquilo que eles faziam. Deus é santo e tudo aquilo que é dedicado a Ele é santo. A gente vê na Bíblia pessoas sendo perdoadas por adultério e por outros pecados, mas em se tratando das coisas sagradas a história bíblica nos mostra pessoas sendo fulminadas por Deus. Arão assistiu os seus filhos sendo consumidos pelo fogo do Senhor por apresentarem fogo estranho. Uzá foi consumido por ter tocado na arca. Os filisteus foram visitados por males terríveis por causa da arca. Jesus entrou quebrando mesas e soltando animais no templo porque ninguém valorizava o sagrado. Eli não afastava os seus filhos do sacerdócio, simplesmente os “admoesta”, deixando bem claro que não era preciso ser tão radical, afinal pra que tanto zelo e exagero com as coisas de Deus. Só que Deus não pensa assim.

3. Não agiram quando foi preciso

Eli sabia da vida que os seus filhos levavam, mas nem por isso agiu de forma enérgica. É exatamente isso que tem acontecido em nossos lares. Pendências ficam e não são tratadas. De uma forma inconsequente, estamos acumulando maldade sobre maldade e pecado sobre pecado na vida dos nossos filhos.

4. Não obedeceram a Palavra de Deus

O profeta enviado por Deus foi claro com Eli. O testemunho de Samuel foi muito claro também, mas nada mudou. Tudo continuou do jeito de sempre.

Não adianta assumir atividades na obra de Deus, participar de cultos, oferecer sacrifícios de louvor, jejuar, “consagrar” para receber uma resposta de Deus, se a Palavra do Senhor não tem sido praticada.

5. Ficaram insensíveis ao mover do Senhor

Entendemos a dificuldade de Samuel em discernir a voz do Senhor, mas em Eli isso era inconcebível. Mas o que esperar de alguém que enxergava a vida religiosa como ele enxergava? Saber qual a vontade de Deus em determinadas circunstâncias era muito difícil para ele. Não perceber o mover do Senhor é parar no tempo, é assistir a sua glória indo embora.

Num dia inesquecível, dia de derrota e tristeza, dia de profundo luto, nasce Icabô. Um menino que recebe um nome trágico – passou de nós a glória do Senhor. Em outras palavras – a bênção foi embora, a nossa casa está em ruínas.

Não sei onde você se encontra, nem tampouco onde se encontra a sua família. Talvez você ainda esteja gerando Icabô no seu ventre ou quem sabe ele já nasceu. Mas assim como Deus afasta a sua glória, Ele também deseja traze-la de volta quando nos arrependemos e mudamos de conduta. O profeta Ezequiel mostra que o desejo do Senhor é trazer de volta a sua glória. Em Ezequiel 43:2,4 e 5 lemos: E eis que a [glória] do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandecia com a [glória] dele. E a [glória] do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta oriental. E levantou-me o Espírito, e me levou ao átrio interior; e eis que a [glória] do Senhor encheu o templo. E finalmente, no capítulo 44:4: Então me levou pelo caminho da porta do norte, diante do templo; e olhei, e eis que a [glória] do Senhor encheu o templo do Senhor; pelo que caí com o rosto em terra.

É a glória de Deus retornando ao seu devido lugar.

Hoje pode ser dia de choro, mas também de arrependimento e de clamor ao Senhor.

Que não venha Icabô, mas que venha sobre nós a glória do Senhor.

Uma boa semana

Ricardo

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