segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu sempre tive uma vida muito boa...

Eu sempre tive uma vida muito boa. Tive um pai muito presente na minha história. O nosso relacionamento sempre foi muito bom. Apesar de toda dedicação ao trabalho, meu pai sempre foi muito amoroso e proporcionou momentos especiais de comunhão. Não houve uma ocasião sequer que me sentisse desamparado por ele.

Um dia, não sei por que, comecei a perder a graça pela vida boa que levava. Decidi viver por conta própria. A verdade é que eu não sentia mais prazer em conviver com o meu pai e com o meu irmão. Aquela comunhão, aquele pai amoroso, as suas história, nada mais chamava a minha atenção. Comecei a desejar muito uma vida fora de casa.

Foi quando criei coragem e disse ao meu pai que não queria mais ficar naquela vidinha de sempre. Queria ser dono do meu nariz. Por mais que ele me mostrasse o quanto era bom viver em família, eu não conseguia mais ouvi-lo. Hoje sei a tristeza que causei a ele.

Resolvi sair de casa. Peguei aquilo que “tinha direito” e fui para bem longe. Agora eu podia curtir a vida do meu jeito. Entrei de cabeça na “vida” e que “vida”. Nunca tive tantas mulheres, tantos amigos, tanta alegria.

De vez em quando até lembrava as história que meu pai me contava. Ele sempre me falava do quanto era seguro estar na sua presença. Ele me falava de santidade e dos benefícios de caminhar em santidade, mas o que me atraía era a vida que eu estava levando. Sabe quando você tem certeza que o prazer jamais vai acabar, que choro é coisa do passado, que a “mesmice” desapareceu da sua vida? Era assim que eu enxergava aquele meu momento. Curti, ah como curti. Fiz tudo o que imaginei. Relances das palavras do meu pai de vez em quando vinham a minha mente, mas eu não dava a menor atenção aquelas lembranças.

Um dia, perdi tudo. Perdi as mulheres, perdi os “amigos”, perdi a alegria, perdi todo “prazer”. Tentei sobreviver naquele ambiente vazio, mas não tinha como continuar vivo ali. Cheguei ao fundo do poço. Estava afundado na lama e não sabia mais como sair. Foi exatamente nesse momento que lembrei muito do meu pai. Que saudade! Por que perdi o prazer na vida que eu levava. Eu era tão feliz e não enxergava isso. Eu estava morrendo e sabia que não teria muito tempo de vida.

Olhei no espelho e fiquei espantado com a imagem que vi. Eu estava acabado. O pecado destruiu tudo de bom que conseguia enxergar em mim. Preciso voltar, pensei! Mas será que me pai vai me receber?

Voltei! Quando estava chegando perto de casa, percebi que tinha um senhor na porta olhando na minha direção. Os seus cabelos estavam mais brancos agora, mas eu sabia que era o meu pai. Eu até pensei em desistir, mas ele fixou os olhos onde eu estava e começou a vir ao meu encontro. Quando me dei conta, aquele velho estava correndo na minha direção. Fiquei sem ação. Nenhum homem da sua idade faria aquilo a não ser que algo muito sério estivesse acontecendo.

Quando ele chegou perto eu já estava em prantos. Ele me agarrou, me abraçou forte! Eu tentei falar e pedir perdão, mas ele só me dizia: “não diga nada, meu filho, meu filho amado, que saudade filho, você é o meu amado”. Ele me abraçava, me beijava, repetia que eu era o seu filho amado e eu só conseguia chorar.

De verdade, eu queria ser punido de alguma forma, mas meu pai continuava a repetir que eu era o seu filho amado. A festa que ele fez foi incrível. A alegria quando olhava para mim enchia o meu coração de paz e satisfação.

Hoje estou em casa novamente. Redescobri a alegria de estar em casa, o prazer de estar com o meu pai, de ouvir as suas histórias. Como é bom conversar com ele. Como é bom saber que ele nunca desistiu de mim. Como é bom conviver intimamente com o meu pai.

Pai, muito obrigado por me amar apesar de tudo que fiz.

Eu tenho certeza que sou o amado do meu pai.

Que bom!

Assinado, o filho pródigo


Por Ricardo Carvalho, recontando a história bíblica por outro ângulo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

COMO ESTÁ A SUA FAMÍLIA?


Houve um momento na história de Israel em que uma família viveu uma tragédia. Nessa época, o temor de Deus praticamente já não mais existia e cada um fazia aquilo que achava mais reto. A voz de Deus já não era tão conhecida e as manifestações do Senhor já não eram tão freqüentes. Poucos eram aqueles que se derramavam diante do Senhor.

Exatamente nesse momento da história, Eli era juiz e sacerdote de Israel. O grande problema de Eli era a omissão e cumplicidade diante do pecado da sua família.

Os seus filhos eram conhecidos pela prostituição e maldade. Talvez, por terem sido criados no tabernáculo, estavam profundamente acostumados com as cerimônias e os sacrifícios. O fato é que eles cresceram sem o menor respeito ao sagrado. Faziam exigências indevidas ao povo e deturpavam o culto de Israel.

Outra “fraqueza” bem presente nos rapazes, eram as mulheres. Sempre que eles achavam alguma “irmãzinha” interessante, levavam pra cama. Isso deixou de ser algo desconhecido e se tornou público. Todo mundo sabia quem eram os filhos de Eli e como era o comportamento de cada um.

A mulher de Eli não aparece na história. As esposas dos filhos só aparecem mais adiante. Mas o que parece é que todos se calavam diante da postura daqueles jovens.

Num determinado momento, quando ninguém esperava que algo fosse ocorrer, a arca de Deus foi conduzida pelos dois filhos de Eli até o local de guerra contra os filisteus. A euforia tomou conta de todo o povo que ali estava.

A arca era muito importante para a nação pois todos sabiam que ela simbolizava a soma de tudo aquilo que Deus é. A arca representava a glória de Deus presente – era a própria presença de Deus.

Os filisteus ficaram assustadíssimos com tudo aquilo, lembrando das vitórias passadas, mas ao invés de fugirem, resolveram lutar com todas as suas forças naquele dia. A derrota de Israel foi terrível (30.000 foram mortos). Hofni e Finéias morreram naquela batalha, Israel foi derrotado e a arca de Deus foi levada para o território inimigo.

Eli, já cego, estava à porta da cidade aguardando alguma notícia, quando ouviu o alvoroço de todos e ao questionar a um dos sobreviventes o que havia acontecido, este lhe relatou a morte dos filhos e a perda da arca. Eli caiu de costas e morreu quando ouviu a notícia da arca.

A sua nora, que estava prestes a dar a luz, entrou em trabalho de parto e naquele momento nasceu o neto que Eli não conheceu. As mulheres tentaram anima-la, mas por causa da morte do marido e do sogro e, principalmente, por causa da arca, ela chama o menino de Icabô. Naquele momento ela só conseguia enxergar que a glória de Deus não mais estava lá.

A história é trágica mas não está longe de nós. O que mais necessitamos em nossas famílias é a presença de Deus, manifesta e gloriosa.

O que provocou tudo aquilo? Vejamos detalhes na vida daquela família

1. Havia uma excessiva ocupação em atividades temporárias

Eli, apesar de ser um homem religioso, era omisso em muitas ocasiões. Vivia ocupado nos seus afazeres no templo e na porta da cidade como juiz. Onde estava Eli? Cuidando de causas alheias. Resolvendo a vida dos outros. Certa vez, li duas histórias interessantes em um livro.

A primeira é de uma garotinha com 09 anos fez a seguinte redação sobre a vovó: “As vovós não têm de fazer nada, só ser vovó. Quando elas saem para passear com a gente, param para ver as coisas bonitas, como as folhas das árvores e as lagartas. E nunca dizem: Anda, menina! As vovós em geral são gordas, mas mesmo assim conseguem amarrar nosso sapato. Elas usam óculos, e a roupa de baixo delas é muito engraçada. Algumas tiram os dentes e as gengivas. As vovós não precisam ser inteligentes. Só precisam saber responder às perguntas que a gente faz, como: Por que Deus não é casado? Por que os cachorros gostam de correr atrás de gatos? As vovós não conversam com a gente errado, que nem criança pequena (como as visitas fazem). Elas sabem que nós não conseguimos entender direito. Quando lêem historinha pra nós, não saltam páginas, nem se importam se a gente pede pra ler sempre a mesma história. Todo mundo precisa ter uma vovó, principalmente quem não tem televisão... pois elas são as únicas gentes grandes que têm tempo.”

Outra história que li traz uma empresa de publicidade com os melhores publicitários que foi contratada para um serviço – criar um slogan onde ensinaria que os pais deveriam ficar menos tempo com os filhos. O prêmio para o vencedor seria um cargo na diretoria. Uma semana depois reuniram-se novamente para ouvir as idéias. O primeiro começou explicando: - vamos dizer aos pais que quando eles fazem horas extras, em última análise, estão visando ao bem dos filhos. As crianças poderão ter boas férias, joguinhos eletrônicos e roupas das melhores marcas. O slogan: PAPAI ESTÁ AUSENTE PORQUE QUER O MELHOR PRA VOCÊ! O próximo apresentou o seu slogan – HOMEM MODERNO: TRABALHANDO PARA GARANTIR UM FUTURO MELHOR À SUA FAMÍLIA. Assim outros dois apresentaram, até que chegou a vez do último. Ele começou a falar: vamos dizer aos pais que os filhos precisam muito deles; que o período de tempo que têm para gozar da companhia das crianças é muito curto, que a infância termina logo, e quando acaba, não volta mais. Se não dedicarem alguns momentos agora a eles, mais tarde irão arrepender-se amargamente. Ninguém entendeu nada, mas ele continuou: vamos insistir com eles em que precisam se esforçar ao máximo para passar bons momentos com a família... nesse ponto, ele fez uma pausa de suspense: - mas diremos também que, como estão muito ocupados agora, devem deixar isso... para depois! E já comemorando declarou o seu slogan : ‘UM DIA DESSES TEREMOS MAIS TEMPO”.

Você já ouviu alguém no leito de morte pedir para ver os diplomas conseguidos, o relógio de ouro que comprou um dia, os extratos bancários? Geralmente, quando restam poucas horas, as pessoas pedem que tragam os mais chegados para ficarem com elas.

2. Eles perderam a noção do sagrado

A grande questão envolvia o que havia de mais santo, que era o tabernáculo do Senhor. Eli conhecia cada utensílio daquele e sabia do seu simbolismo. Os filhos brincavam de escolher a melhor carne, atrapalhando os sacrifícios do povo e Eli muito mal dizia que não era bom aquilo que eles faziam. Deus é santo e tudo aquilo que é dedicado a Ele é santo. A gente vê na Bíblia pessoas sendo perdoadas por adultério e por outros pecados, mas em se tratando das coisas sagradas a história bíblica nos mostra pessoas sendo fulminadas por Deus. Arão assistiu os seus filhos sendo consumidos pelo fogo do Senhor por apresentarem fogo estranho. Uzá foi consumido por ter tocado na arca. Os filisteus foram visitados por males terríveis por causa da arca. Jesus entrou quebrando mesas e soltando animais no templo porque ninguém valorizava o sagrado. Eli não afastava os seus filhos do sacerdócio, simplesmente os “admoesta”, deixando bem claro que não era preciso ser tão radical, afinal pra que tanto zelo e exagero com as coisas de Deus. Só que Deus não pensa assim.

3. Não agiram quando foi preciso

Eli sabia da vida que os seus filhos levavam, mas nem por isso agiu de forma enérgica. É exatamente isso que tem acontecido em nossos lares. Pendências ficam e não são tratadas. De uma forma inconsequente, estamos acumulando maldade sobre maldade e pecado sobre pecado na vida dos nossos filhos.

4. Não obedeceram a Palavra de Deus

O profeta enviado por Deus foi claro com Eli. O testemunho de Samuel foi muito claro também, mas nada mudou. Tudo continuou do jeito de sempre.

Não adianta assumir atividades na obra de Deus, participar de cultos, oferecer sacrifícios de louvor, jejuar, “consagrar” para receber uma resposta de Deus, se a Palavra do Senhor não tem sido praticada.

5. Ficaram insensíveis ao mover do Senhor

Entendemos a dificuldade de Samuel em discernir a voz do Senhor, mas em Eli isso era inconcebível. Mas o que esperar de alguém que enxergava a vida religiosa como ele enxergava? Saber qual a vontade de Deus em determinadas circunstâncias era muito difícil para ele. Não perceber o mover do Senhor é parar no tempo, é assistir a sua glória indo embora.

Num dia inesquecível, dia de derrota e tristeza, dia de profundo luto, nasce Icabô. Um menino que recebe um nome trágico – passou de nós a glória do Senhor. Em outras palavras – a bênção foi embora, a nossa casa está em ruínas.

Não sei onde você se encontra, nem tampouco onde se encontra a sua família. Talvez você ainda esteja gerando Icabô no seu ventre ou quem sabe ele já nasceu. Mas assim como Deus afasta a sua glória, Ele também deseja traze-la de volta quando nos arrependemos e mudamos de conduta. O profeta Ezequiel mostra que o desejo do Senhor é trazer de volta a sua glória. Em Ezequiel 43:2,4 e 5 lemos: E eis que a [glória] do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandecia com a [glória] dele. E a [glória] do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta oriental. E levantou-me o Espírito, e me levou ao átrio interior; e eis que a [glória] do Senhor encheu o templo. E finalmente, no capítulo 44:4: Então me levou pelo caminho da porta do norte, diante do templo; e olhei, e eis que a [glória] do Senhor encheu o templo do Senhor; pelo que caí com o rosto em terra.

É a glória de Deus retornando ao seu devido lugar.

Hoje pode ser dia de choro, mas também de arrependimento e de clamor ao Senhor.

Que não venha Icabô, mas que venha sobre nós a glória do Senhor.

Uma boa semana

Ricardo

segunda-feira, 16 de maio de 2011

VOCÊ PODE SER UMA BENÇÃO


Vivemos em dias onde ser cristão tem sido um grande desafio. Quase todas as circunstâncias que nos cercam parecem nos conduzir para bem longe de Deus. Fora e dentro do contexto religioso somos cercados por atitudes e exemplos que não inspiram devoção e comunhão com Deus.

Como ser uma bênção se somos assediados diariamente por situações e pessoas que provocam afastamento de Deus e decepção religiosa?

Houve uma época no contexto bíblico onde algo bem parecido foi vivenciado. Josué, grande líder que substituiu Moisés tinha morrido e, após a sua morte, seguiu-se uma longa jornada onde a nação foi guiada por juízes (12 foram os mais conhecidos). Naqueles dias, cada um fazia aquilo que achava mais reto. A voz de Deus já não era tão conhecida e as manifestações do Senhor já não eram tão freqüentes. Poucos eram aqueles que se derramavam diante do Senhor. Nesse momento da história, Eli era juiz e sacerdote de Israel. Aparentemente reto e respeitado pelo povo, de certa forma, demonstrava fidelidade ao serviço do Senhor. Os grandes problemas de Eli eram omissão e cumplicidade diante do pecado presente na sua família. Os seus filhos viviam dominados por prostituição e maldade. Foram criados no tabernáculo e estavam acostumados com as cerimônias e os sacrifícios. Apesar disso, não tinham o menor respeito ao sagrado e deturpavam o culto de Israel, onde se prostituíam.

Nesse contexto de descaso à vida com Deus surge Samuel. Ele foi uma bênção em dias de trevas. Eram dias onde o nome do Senhor não era honrado – 1 Sm 2:12. Dias onde o comum era viver transgredindo a lei do Senhor – 1 Sm 2:13,14. Dias onde os interesses pessoais desprezavam por completo os propósitos do Senhor – 1 Sm 2:15. Dias onde muitos se levantavam como pedra de tropeço no meio da congregação – 1 Sm 2:16 – Os filhos de Eli, simplesmente, impediam que o povo recebesse o perdão de Deus. Dias onde a prostituição era marca registrada no contexto religioso – 1 Sm 2:22. Dias onde os relacionamentos familiares estavam profundamente estremecidos – 1 Sm 2:23-25. Dias onde o chamado de Deus para ter uma vida separada e santa era completamente negligenciado - 1 Sm 2:28. Dias onde o especial e santo era pisado e desprezado como se fosse lixo – 1 Sm 2:29. Dias onde a palavra de Deus estava em baixa na vida de muitos - 1 Sm 3:1 - E onde as maravilhas de Deus se tornaram exceção. Dias onde aqueles que “conheciam Deus” estavam tão distantes que já não sabiam discernir com facilidade a sua voz – 1 Sm 3:9. Dias onde a glória de Deus era passado e a sua arca um mero amuleto da sorte – 1 Sm 4:3. Dias onde "a voz do povo era a voz de Deus".

Nesse terrível contexto, Samuel desde criança serviu ao Senhor – 1 Sm 2:11; Ministrou perante o Senhor – 2:18; Cresceu diante do Senhor – 2:21; Achou graça diante do Senhor e dos homens – 2:26; Ouviu a voz do Senhor – 3:10; O Senhor era com ele e confirmava toda palavra que saía da sua boca – 3:19; Foi confirmado como profeta em Israel – 3:20; Por sua causa Deus continuou a se manifestar em Silo – 3:21.

É fato. Mesmo cercado por um ambiente que se opõe a Deus, podemos ser uma bênção. Usar as circunstâncias que nos cercam como desculpa para o estilo de vida alheio que temos levado não é possível. Você pode ser uma bênção no seu trabalho, na sua escola, na sua família. Onde você estiver poderá ser um instrumento nas mãos de Deus.

Deus continua sendo Deus apesar de todo descaso e toda a negligência em busca de uma vida santa ao seu lado. Ele mostrou isso na história. Samuel andou com Deus numa época onde isso não era comum.

Precisamos ficar espertos. Acostumar-se com o sagrado e tornar o mesmo comum, pode nos levar ao cinismo e a hipocrisia. Era assim que vivam os filhos de Eli. Quando a Palavra de Deus não é o nosso guia de fé e prática construímos um cristianismo com base naquilo que achamos ser certo e não nos princípios deixados pelo Senhor. Naqueles dias cada um fazia aquilo que achava ser mais certo.

Todo investimento na espiritualidade familiar trará repercussões positivas na vida de dos que fazem parte da mesma. Valeu muito Elcana investir na sua família. Eli colheu os frutos da sua omissão.

As circunstâncias podem ser contrárias à vida cristã, mas estas não impedem que vivamos uma vida de fidelidade a Deus. Deus honra aqueles que se dispõem a “remar contra a maré”, ou seja, caminhar com ele mesmo cercado por pessoas que o desprezam. Você pode ser uma bênção onde você está – no seu trabalho, na sua casa, na sua escola – e isso só não será uma realidade se você não quiser.

Em Filipenses 4.22 lemos "Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César". Até na casa de César, centro da corrupção, orgias, maldades, etc., haviam servos de Deus – onde você estiver poderá ser uma bênção.

Seja uma bênção hoje e escreva uma história abençoada.

Ricardo

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ana, um bom exemplo de mãe


Ontem comemoramos o dia das mães. Fico impressionado com a capacidade de uma mãe. Um dia para homenagear as mães é muito pouco.

Algumas mães se destacam pela postura e comportamento que adotam. Na Bíblia, especificamente no Velho Testamento, encontramos alguns exemplos muito interessantes. Um deles é Ana, a mãe de Samuel (1 Samuel 1,2). Ela é um bom referencial para nós.

Estudando a sua história, pude perceber alguns detalhes interessantes na sua vida. Ana era mulher de Elcana. Elcana era um homem devotado a Deus e anualmente subia ao templo para adorar ao Senhor. Ele tinha uma outra esposa (Penina) que massacrava as emoções de Ana pelo fato de ser estéril. A angústia por não ter um filho levou Ana a pedir a Deus que lhe desse um filho. Deus a abençoou e lhe deu Samuel, o qual foi consagrado a Deus e desde a infância ficou no templo servindo a Deus.

Ana foi uma mulher que orou para ser mãe

A adoração constante oferecida ano após ano por Elcana e sua família estabeleceu um exemplo positivo de vida fiel e piedosa. Naqueles dias sabia-se que os líderes sacerdotais levavam vidas escandalosas (1Sm 2:12-17). Em um desses momentos, enquanto todos os demais festejavam, Ana aproveitou a oportunidade para orar no templo do Senhor. Ele orou chamando Deus de Senhor dos Exércitos. O fato de Ana clamar pelo Senhor dos exércitos era porque Ana acreditava que o poder do Senhor não se limitava às conquistas militares; Ana era estéril e acreditava que Ele sabia tudo sobre ela e que podia lhe dar um filho.

A vida de Ana era uma batalha diária. A outra esposa de Elcana continuamente a irritava e humilhava pelo fato de não ter filhos. E isso acontecia sempre nos momentos onde todos deveriam se alegrar na presença do Senhor. Todo amor dedicado por Elcana não era suficiente para alegrar o coração de Ana. Nenhuma mulher que quer ser mãe se sente realizada sem um filho. As lágrimas eram constantes na sua vida. Ana era movida por angústia, aflição na alma, desespero, muita tristeza.

Ela resolveu se derramar na presença de Deus. Pediu a Deus por um filho e, mesmo antes de ter uma resposta, o consagrou a Deus. Para aquela campesina simples, desesperada por ter um filho, era a maneira apropriada de demonstrar sua gratidão.

Eli a censurou por achar que ela estava bêbada. Quando percebeu o que fez tentou confortá-la dizendo que ela fosse em paz e que o Senhor lhe concedesse o que estava pedindo. Sem saber, Eli foi usado por Deus. Ana recebeu aquela palavra e a paz do Senhor tomou conta da sua vida. Ela creu que Deus tinha ouvido a sua oração.

Embora exteriormente suas circunstâncias não tivessem mudado, agora ela estava jubilosa e decidida, cheia de confiança de que sua oração seria respondida. Deus “se lembrou” de Ana e lhe respondeu a oração. Ela deu à luz Samuel, que significa “o nome [de Deus] é El” – uma referência ao poder do Deus a quem ela havia orado.

Ana foi uma mãe que aproveitou o máximo o “ser mãe”

“Criou o filho ao peito” é a expressão bíblica usada. Muito mais do que lhe oferecer o leite materno, Ana investiu todo o tempo que pode na vida do seu filho. Não apenas tempo, mas ministração e cuidado. Era normal uma mãe judia desmamar quando a criança estava com 3 anos. Talvez ela tenha demorado um pouco mais já que ele ficaria em definitivo servindo a Deus. Todo o tempo que teve com o seu filho, investiu na vida dele.

Ela orou pelo filho e Deus ouviu as suas orações. Orou antes do seu nascimento, orou agradecendo a sua chegada, dedicou o filho a Deus, Consagrou toda a vida do seu filho. Ana reconhecia a importância da oração. Colheremos muitos frutos se orarmos pelos nossos filhos. Muitas vezes serão orações com muitas lágrimas, mas colheremos frutos de vitórias.

Ela conduziu o filho à casa de Deus. É nosso compromisso conduzir os nossos filhos a comunhão com Deus. Semelhante a Maria e José que costumavam ir ao templo com Jesus, Ana e Elcana conduziram os seus filhos a casa de Deus.

Ela acompanhou o crescimento do filho. Sabia como seu filho estava, mesmo morando distante. Todos os anos levava uma túnica nova (1 Sm 2:19). Filhos crescem mais rápido que imaginamos. É muito duro estar envolvido em tantas coisas e não perceber o crescimento dos filhos.

Ana foi uma mãe que colheu frutos por causa da sua devoção

Ela cumpriu os votos que fez

Em 1 Sm 1:27,28 lemos: Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a petição que eu lhe fizera. Pelo que também o trago como devolvido ao SENHOR, por todos os dias que viver; pois do SENHOR o pedi. E eles adoraram ali o SENHOR. Como devolvido ao Senhor. Ela votou e cumpriu o seu voto.

Ela Cultivou vida de adoração

Naquela época nem os sacerdotes levavam Deus a sério. Ana sempre cumpriu a sua dedicação a Deus. O cântico de Ana e toda a sua devoção expressaram a sua relação com Deus. Ela levava a sério a sua devoção.

Viu a bênção de Deus na sua vida – 1 Sm 2:20,21

Porque foi fiel, Deus abençoou a sua vida e lhe deu mais cinco filhos. Deus se agrada de quem é fiel e leva a sério a devoção.

Ana foi um referencial de mulher e mãe. Cada mãe pode se inspirar nela.

O meu sincero desejo é que agradeçamos constantemente a Deus pela mãe que temos e que cada mãe aproveite o máximo a oportunidade de ser mãe.

Feliz dia das mães

Em Cristo

Ricardo

domingo, 1 de maio de 2011

Viver em Comunidade


Quando lemos o texto de Marcos 2:1-12, ficamos impressionados com a postura de alguns homens daquela época. Jesus acabara de chegar em casa e estava reunido dentro da mesma, pregando a palavra. Um pequeno grupo fica sabendo da sua presença naquele lugar e resolve levar um paralítico para que o mesmo seja curado. Não conseguindo entrar por causa da multidão, aqueles homens abrem o telhado da casa e descem o homem para que Jesus pudesse curá-lo. Não sabemos quantos eram aqueles, pois o texto nos diz apenas que “alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens”. O número era impreciso. Quem eram esses, também não sabemos. Sabemos que Jesus estava reunido com muitos religiosos da época e que esses “anônimos” surgem no meio da pregação e ensinam coisas tremendas para todos os que ali estavam e para nós também.

Todos nós precisamos viver em comunidade. Todos nós necessitamos de comunhão. Não há ninguém que não necessite de amor. É muito bom sabermos e sentirmos que somos queridos e amados. Vida em comunidade é vida onde o amor é expresso de forma clara e real.

Existem algumas lições que podemos guardar bem de perto quando observamos esse “punhado” de homens que resolvem levar um paralítico até Jesus. Eles nos ensinam como é viver em comunidade.

1. Viver em comunidade é se dispor a servir a quem precisa – v.3

Não sabemos quantos eram, nem quem eram, mas sabemos que alguns, mais quatro homens, resolveram levar um paralítico até Jesus. Ninguém que vive em comunidade vive a sua vida em função de si mesmo. Comunidade nos ensina a sentir a dor do nosso próximo, nos faz olhar para os que estão precisando de ajuda e nos move na direção desses.

2. Viver em comunidade é alargar fronteiras e romper com a prática de grupos fechados – v.4a

Quando aqueles homens chegam à porta da casa, a multidão não permite que eles entrem. Os grupos fechados são os maiores obstáculos para vivermos a vida em comunidade e conhecermos de perto a Jesus.

Eu acredito que uma igreja sadia deve ser toda dividida em grupos pequenos. Há uma enorme diferença entre grupo pequeno e grupos fechados. O grupo pequeno gera envolvimento pessoal, enquanto grupo fechado não abre fronteiras para ampliar relacionamentos; Grupo pequeno gera intimidade, enquanto grupo fechado gera exclusividade (que exclui, privativo, restrito). Grupo pequeno gera evangelização, enquanto grupo fechado não tem espaço para novos; Grupo pequeno gera pastoreio, enquanto grupo fechado gera protecionismo; Grupo Pequeno gera serviço e grupo fechado gera troca de favores.

3.Viver em comunidade é colocar pessoas à frente de projetos – v.4b

Não podendo entrar pela porta, por causa da multidão, “ descobriram o eirado “. Eles são simplesmente fascinantes. Imagine a situação! No meio da pregação de Jesus, começam a descer um homem numa maca. O culto pára e toda a liturgia é modificada. Pessoas sempre serão mais importantes do que qualquer projeto que estivermos realizando. Isso é comunidade.

4. Viver em comunidade é se tornar “Sustentador de cordas” – v.4c

Todas as vezes que alguém sustenta a corda para outro na Bíblia é para livramento. A gente percebe isso em Josué 2:15, quando os espias são libertos por Raabe. Também o mesmo acontece em 1 Sm 19:12, quando Mical livra Davi da morte e em Atos 9:25, quando Paulo é descido num cesto pelos discípulos. Ser “sustentador de corda” nos traz a idéia de pegar alguém que está em situação delicada e declarar para ele que pode ficar tranqüilo, pois não estará sozinho naquele momento tão delicado e difícil da sua vida.

5. Viver em comunidade é praticar uma fé visível – v.5a

É na verdadeira comunidade que a Fé é vista. A igreja é comunidade dos que crêem. Jesus orou assim: “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” Jo 17:21. Jesus observa o esforço na restauração de um paralítico e enxerga fé. A fé é para ser vivida na prática. A vida comunidade demonstra fé e atrai pessoas a Cristo.

6. Viver em comunidade é vivenciar o Perdão – v.5b

Jesus olha para aquele paralítico e declara: “Filho, os teus pecados estão perdoados.” Não há como negar o perdão onde há comunhão. Mágoas e ressentimentos caem por terra em ambiente de comunidade. Fofocas desaparecem. Porque onde há comunidade, há gente que se olha com franqueza, há gente perdoada por Deus, que sabe que só é gente por que o sangue de Jesus purificou por completo a sua vida.

7. Viver em comunidade é ter coração sincero – v.6-8

Jesus sabia o que os fariseus estavam pensando naquele momento e fala com eles sobre o assunto presente em seus corações. Sabia que eles estavam questionando se de fato Jesus poderia fazer aquilo ou não – perdoar pecados. Demonstravam na face um tremendo interesse em ouvi-lo, mas os seus corações diziam outra coisa. Jesus expõe o coração de cada um. Quem vive em comunidade não consegue esconder o coração. Na comunidade os corações ficam expostos. Dá pra perceber os que ainda precisam ser transformados e os que já são novos. Vida em comunidade traz o desejo de ter um coração novo, de carne, tendo a Palavra de Deus escrita.

8. Viver em comunidade é manifestar Deus e a força do Seu Poder – v.9-12a

É impressionante, mas o que aconteceu diante de todos os que estavam naquele lugar, acontece em outras ocasiões na Bíblia. O paralítico foi completamente curado por Jesus. Vida em comunidade é comunhão verdadeira e atrai o poder de Deus.

9. Viver em comunidade é ver Deus sendo glorificado pelos homens – v.12

Ninguém sabe dizer o nome daqueles que estavam conduzindo aquele paralítico, nem tampouco o nome do paralítico. Simplesmente, aqueles homens desapareceram no contexto e somente Jesus ficou em evidência. Todos perceberam o que foi feito, todo mundo viu o gesto daqueles homens, mas no final somente Deus foi glorificado. Na vida em comunidade, o homem desaparece e somente Deus é exaltado.

Tenho sonhado com essa igreja e percebo que Deus tem começado a realizar esse mover entre nós. Os poucos que ainda não entenderam, serão plenamente contagiados pelo Senhor e pela Sua igreja. Que não desistamos, mas façamos história no meio da nossa geração e sejamos de fato conhecidos como COMUNIDADE.

Boa semana

Ricardo