sábado, 31 de dezembro de 2011

ESCOLHAS – QUAIS AS SUAS ESCOLHAS PARA 2012?


Escolhas fazem parte da nossa vida. Diariamente somos colocados diante de escolhas. Li esses dias uma reportagem com o título “Antes de traçar metas para 2012, avalie os erros de 2011”. Os resultados que tivemos em 2011 são frutos das nossas escolhas, direta ou indiretamente.

2012 está aí. Quais as escolhas para esse novo ano?

Na Bíblia temos dois fortes convites a escolhas no Antigo e Novo Testamentos. Moisés fala sobre escolhas e Paulo amplia o leque utilizando a mesma mensagem de Moisés

Vejamos Moisés em Deuteronômio 30

Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires. Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal... escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência...

Moisés diz aqui ao povo que tudo aquilo que foi revelado como mandamento de Deus não era incompreensível nem inatingível. Nada estava tão distante que não pudesse ser alcançado nem escondido que não pudesse ser compreendido. O que é enfatizado no texto é a questão da escolha. Dependendo de qual escolha fosse feita poderia resultar em vida e bem ou morte e mal. Quando Moisés afirma que colocou diante do povo as possibilidades está dizendo que há uma necessidade de escolha. Muito interessante é ver Moisés sugerindo ao Povo que escolha a vida.

Paulo em Romanos 10

Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos. Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.

Para Moisés Deus tinha revelado o seu mandamento e se aproximou do povo para mostrar um caminho de obediência. A ideia era receber a Palavra de Deus, que veio em forma de lei, com coração humilde. Para Paulo havia uma nova situação. Deus agora se aproximava dos homens em Cristo e não era solicitado um esforço sobrehumano, mas sim uma aceitação alegre da sua graça.

Escolher Jesus como Senhor, para Paulo, tinha claras implicações: Significava um profundo conhecimento do que estava dizendo, pois sabia o significado teológico dessa expressão. Cada um que se declarava cristão naquela época estava fazendo a escolha de se render a Jesus como Senhor da sua vida. Ele era tanto o salvador como o Senhor da vida daquele cristão. Significava assumir um compromisso radical com Jesus. E isso envolvia mudança de mentalidade. A forma de avaliar e enxergar a vida. Agora não era a minha forma de pensar ou avaliar a vida que prevalecia, mas o que Jesus dizia era o que contava. Envolvia também uma mudança de comportamento. O meu modelo de conduta agora deveria ser Jesus. O que ele fez e ensinou deveria ser o meu estilo de vida. Envolvia uma mudança de propósitos. Agora não seriam mais os meus planos pessoais que prevaleceriam, mas os propósitos eternos de Deus na minha vida. Envolvia uma mudança de relacionamentos. Pessoas teriam que ser importantes para mim. Viver uma vida em função das pessoas, lutando para vê-las bem e sendo restauradas pela graça de Deus seria a minha forma de viver relacionamentos. Isso significa uma mudança de postura. Uma nova postura como empregado ou empregador, como cidadão, como participante da sociedade. Agora Jesus estabelecia o meu comportamento e não mais a “voz do povo”. Significava uma nova forma de enxergar o mundo. Muito mais do que lugar de conquistas pessoais e de grandes males, mas um lugar que aguardava com ansiedade a restauração que só se encontra em Cristo Jesus.

Escolher Jesus como Senhor tinha implicações. Paulo disse então: Essa foi a minha escolha.

Jesus encerra o tema em Mateus 7

Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.

O texto é claro – escolha a porta que você quer passar e o caminho que você quer caminhar. Se você quer encontrar a vida, então precisa passar pela porta estreita e andar pelo caminho estreito.

São as escolhas que definem onde passaremos a eternidade. 2012 está iniciando. Hoje mesmo você precisará fazer escolhas. Desde o Antigo Testamento até o novo Testamento a proposta de Deus é que escolhamos a vida. Não é fácil. É um desafio diário, mas uma garantia de uma eternidade com Deus.

Um texto de alguém dos nossos dias que um dia acordou e colocou no papel quais escolhas faria para aquele dia. Ele já havia escolhido a vida, a porta e o caminho estreitos, Jesus como Senhor e Salvador. Max Lucado escreveu o seguinte em um dos seus escritos:

Tudo está em silêncio. Ainda é muito cedo. Meu café está quente. O céu está escuro. O mundo ainda dorme. O dia está para chegar.
Em alguns momentos ele surgirá. Despontará com o nascer do sol. A calma da alvorada será trocada pelo barulho do dia. A tranquilidade do isolamento será substituída pelos passos pesados da raça humana. O refúgio da madrugada será invadido pelas decisões a serem tomadas e prazos a serem cumpridos.
Durante as próximas 12 horas ficarei à mercê das demandas diárias. Este é o momento em que preciso fazer escolhas. Por causa do Calvário, estou livre para escolher.
Escolho o amor...
Nenhum fato justifica o ódio; não há injustiça que justifique a amargura. Escolho o amor. Hoje amarei a Deus e o que Ele ama.
Escolho a alegria...
Convidarei o meu Deus para que seja o Deus da circunstância. Recusarei a tentação de ser cínico... a ferramenta do pensador preguiçoso. Recusar-me-ei a ver as pessoas como nada menos que seres humanos, criados por Deus. Recusar-me-ei a ver qualquer problema como nada menos que uma oportunidade de ver Deus.
Escolho a paz...
Viverei o perdão. Perdoarei para que possa viver.
Escolho a paciência...
Negligenciarei as inconveniências do mundo.
Ao invés de amaldiçoar aquele que tenta tomar o meu lugar, convidá-lo-ei a fazer isto. Não reclamarei a longa espera, mas agradecerei a Deus pelo momento de oração. Ao invés de cerrar meus punhos face a novas designações, enfrentá-las-ei com alegria e coragem.
Escolho a generosidade...
Serei generoso para com os pobres, por estarem solitários. Generoso para com os ricos, por estarem temerosos. E generoso para com o mau, pois é assim que Deus tem tratado a mim.
Escolho a virtude...
Prefiro ficar sem um tostão a ganhar algum desonestamente. Serei negligenciado para não ser jactante. Confessarei antes que seja acusado. Prefiro a virtude.
Escolho a fidelidade...
Hoje cumprirei minhas promessas. Meus devedores não lastimarão sua confiança. Meus associados não questionarão minha palavra. Minha esposa não questionará o meu amor. E meus filhos nunca temerão que seu pai possa não retornar ao lar.
Escolho a mansidão...
Nada pode ser vencido à força. Escolho a mansidão. Se levantar a minha voz, que ela possa ser apenas em louvor. Caso cerre meus punhos, que sejam em oração. Caso dê uma ordem, que seja apenas para mim mesmo.
Escolho o autocontrole...
Sou um ser espiritual. Após a morte deste corpo, meu espírito subirá. Recuso-me a permitir que a podridão domine o que é eterno. Escolho o autocontrole. Ficarei embriagado apenas pela alegria. Comovido apenas pela minha fé. Serei influenciado apenas por Deus. Serei ensinado apenas por Cristo. Escolho o autocontrole.
Amor, alegria, paz, paciência, generosidade, virtude, fidelidade, mansidão, autocontrole. A estes submeto o meu dia. Caso seja bem-sucedido, louvarei a Deus. Se falhar, buscarei sua graça. E então, ao anoitecer, colocarei minha cabeça sobre o travesseiro e descansarei.

Um 2012 com escolhas especiais para você e sua família

Grande abraço

Ricardo

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL E UM 2012 ESPECIAL


Certa vez um homem chamado Moisés fez a seguinte oração:

“De repente, os nossos dias são cortados pela tua ira; a nossa vida termina como um sopro. Só vivemos uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições. A vida passa logo, e nós desaparecemos... Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio”.

Assim como temos dito que o ano de 2011 voou, a nossa vida também está “voando”. Se deixarmos, continuaremos nessa corrida desenfreada na tentativa de alcançar mais alguma coisa e tudo passará tão rápido que perderemos os detalhes da vida.

Final de ano é época de festa, compras de presentes e muitas comemorações. É tempo de traçar objetivos para o próximo ano e tentar alcançar locais desejados. Mesmo nesse contexto, a correria não acaba na nossa vida.

Parar em algumas ocasiões faz bem. Andar a pé e perceber aquilo que é imperceptível quando estamos de carro também. Sentar com a família, conversar com os filhos, comermos juntos, ter um tempo só para jogar conversa fora, tudo isso é restaurador.

Refletir sobre o verdadeiro sentido do Natal também é bom. Muito mais do que festas, Natal significa Deus conosco. Um profeta certa vez definiu o Natal assim:

Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de “Conselheiro Maravilhoso”, “Deus Poderoso”, “Pai Eterno”, “Príncipe da Paz”. Ele será descendente do rei Davi; o seu poder como rei crescerá, e haverá paz em todo o seu reino. As bases do seu governo serão a justiça e o direito, desde o começo e para sempre. No seu grande amor, o SENHOR Todo-Poderoso fará com que tudo isso aconteça.

Essa criança veio ao mundo há mais de dois mil anos, viveu entre nós, foi crucificado e no terceiro dia ressuscitou dentre os mortos, subiu aos céus e um dia voltará para buscar aqueles que são seus. O seu nome, Jesus.

Natal não é religião. Natal é uma pessoa. Natal fala de um Deus que se fez gente e andou entre nós. Natal fala de relacionamento com aquele que preenche o nosso coração com a paz que o mundo não pode dar, porque ele é o “Príncipe da Paz”.

A todos aqueles que visitam o meu blog e são edificados com o que aqui é escrito, um Feliz Natal e um 2012 cheio de realizações e “paradas” estratégicas.

Ricardo Carvalho

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O DEUS DE TODA CONSOLAÇÃO


Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!

Quando li essa frase pronunciada pelo apóstolo Paulo, fui levado a pensar mais um pouco sobre essa consolação concedida por Deus a cada um de nós.

A palavra que se traduziu aqui por “consolação” é a mesma palavra de onde sai a expressão que define o Espírito Santo, o nosso consolador. Alguém que segura na outra ponta conosco. Um Deus sempre presente, providenciando livramentos e cuidando do seu povo. É a mesma expressão citada por Lucas ao apresentar Simeão (Lc 2:25). Ele era um dos que esperavam a “consolação de Israel”, ou seja, o livramento que Deus providenciaria quando enviasse o Messias para restaurar todas as coisas.

No capítulo 1 da Segunda carta aos coríntios, Paulo abre o coração de uma forma marcante. Ele expressa toda a sua gratidão a Deus porque em meio às tribulações sempre sentiu e experimentou da Sua presença restauradora. Paulo sabia que por mais que as tribulações fossem em grande medida, Deus derramaria consolo de forma transbordante.

Ele compartilha no texto uma experiência dolorosa vivenciada em alguma ocasião. O que sabemos sobre esse acontecimento é que foi devastador na vida do apóstolo Paulo. Ele entrou em desespero, porque foi algo acima das suas próprias forças. Foi tão forte a tribulação, que Paulo achou que iria morrer.

Se a situação de que Paulo se livrara fora uma forte oposição dos judeus de Éfeso, então podemos pensar no que aconteceu. O seu ministério foi extremamente eficaz em Éfeso. Pessoas se entregaram a Jesus, muitos deixaram a magia e outros tantos foram curados. A revolta de um ourives chamado Demétrio por causa da queda nos lucros relacionados ao grande templo da deusa Diana provocou um dos maiores tumultos na cidade. Paulo viu dois companheiros seus sendo arrancados e levados pela multidão. Ele mesmo quis agir, mas foi impedido de sair. Se esse foi o momento, então Priscila e Áquila foram usados por Deus para livrar Paulo da morte. Ele mesmo cita isso em Romanos 16:3,4Saudai a Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram as suas próprias cabeças”.

O fato é que essa experiência traumática ensinou a Paulo a confiar e depender somente de Deus. “Com tudo o que enfrentou Paulo aprendeu que um dos propósitos de Deus ao atirar-nos em aflições é ensinar-nos total dependência dele”.

Em tudo isso, no capítulo 1 da segunda carta aos coríntios, Paulo deixa lições preciosas para a nossa vida. Ele nos ensina que podemos contar sempre com o Deus de toda a consolação.

1. Temos um Deus que nos conforta em todas as tribulações que enfrentamos – v.4

2. Temos um Deus que nos traz consolo transbordante quando os sofrimentos se manifestam em grande medida – v.5

3. Temos um Deus que nos dá coragem e paciência para não desistir – v.6

4. Temos um Deus que nos ensina a confiar nele, mesmo quando não enxergamos mais possibilidade de livramento – v.8,9

5. Temos um Deus que nos dá a certeza de que nos livra hoje e nos livrará amanhã – v.10

6. Temos um Deus que sempre “levanta” outros para orarem em nosso favor – v.11

Não estamos sozinhos. Em nenhum momento ficamos desamparados. Está vivendo um momento devastador na sua vida? Está enfrentando tribulações acima das suas forças? Entrou em desespero? Temos um Deus que “segura as pontas” conosco e não deixa a “peteca” cair.

Assim, repetimos em alto e bom som:

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!

Paz

Ricardo

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CONFIAR EM DEUS


Na última terça-feira, dia 07.11.2011, acordei às 3h30 bastante preocupado com a situação da venda do imóvel onde estamos. Antes do prazo esperado fomos desafiados a uma compra impossível aos nossos olhos. Não sei como explicar, mas depois de um tempo Deus foi me enchendo de paz. Pela manhã, ao chegar à CPA, abri a Bíblia em 2 Samuel 24 e pude entender o que Deus estava requerendo nesse momento de imenso desafio.

O texto de Samuel mostra Davi num momento de fraqueza. É o mesmo texto citado em 1 Crônicas 21, sendo que lá há uma referência da ação de satanás na vida de Davi.

Num determinado momento da sua vida Davi resolveu levantar o censo militar da nação de Israel. O censo em si não é pecado. No caso específico de Davi, provavelmente a intenção fosse formar um exército regular. Davi queria conhecer o potencial das forças combatentes disponíveis.

Por muito tempo não entendi o erro de Davi e a reação de Joabe em não querer obedecer à ordem do rei. Só agora entendo que o pecado de Davi é o do orgulho de auto-suficiência, exatamente contrário da atitude que o caracterizou em toda a sua trajetória como rei. Medir a força do exército era esquecer tudo aquilo que ele cria e praticava. Era abrir mão da dependência do Senhor.

Davi, com esse gesto, estava abrindo mão da confiança em Deus para confiar na sua própria capacidade.

A minha preocupação diante do desafio de compra do imóvel nada mais era do que o reflexo da minha incredulidade. Estava tentando “calcular” o meu potencial. Medir a minha condição de alcançar o “alvo” tão difícil.

Deus falou comigo nesse texto. E me ensinou um caminho para restaurar a confiança nele.

Davi sentiu “bater” o coração quando o resultado do censo veio depois de nove meses e vinte dias. Ele tinha um coração sensível e orou imediatamente, primeiro confessando o seu pecado e, então, pedindo a remoção da iniqüidade, ou culpa, e de suas conseqüências.

As atitudes de Davi são lições preciosas para a nossa vida. Deixamos de confiar em Deus sem perceber que estamos agindo dessa forma. De repente, queremos resolver as coisas com as nossas forças. A ansiedade, preocupação e inquietação nada mais são que reflexos de uma vida que parou de confiar em Deus.

Davi precisou restabelecer a confiança no Senhor.

Primeiro, ele reconheceu que tinha pecado – v. 10 – Esse é o primeiro passo; reconhecer que tenho confiado mais em mim do que em Deus e isso é pecado. Tenho dado muitos nomes a esse pecado, como responsabilidade, compromisso, dedicação, trabalho, etc., mas no fundo é a minha tentativa de fazer acontecer com a minha própria força.

Quando Davi fez essa oração, Deus falou com o profeta Gade e deu três escolhas a Davi como punição por causa do seu pecado – Três anos de fome na terra, três meses nas mãos dos inimigos ou três dias com uma peste enviada por Deus. Davi escolheu a terceira. Aí está uma segunda atitude que nos leva de volta a confiar em Deus – Quando resolvo novamente colocar tudo nas mãos de Deus, seja em momentos bons ou ruins – v.14

Foram 70 mil israelitas mortos por causa da peste. Quando a doença estava chegando em Jerusalém, Davi orou mais uma vez ao Senhor e demonstrou uma terceira atitude necessária para quem quer restabelecer a confiança em Deus – Quando paro de culpar os outros e reconheço que o problema está em mim – v.17 – foi isso que ele fez. Reconheceu que tudo aquilo estava acontecendo por sua culpa. Muitas vezes as coisas não vão bem e ficamos procurando responsáveis sem assumir a nossa responsabilidade pessoal.

Deus ouviu a oração de Davi e mais uma vez enviou uma palavra através de Gade. O que foi solicitado, Davi obedeceu sem demora. A ordem era construir um altar em um determinado local, um campo de Arauna, para que a praga cessasse. Davi obedeceu tudo aquilo que lhe foi solicitado.

A gente pode guardar mais uma lição preciosa para restabelecer a confiança em Deus – Quando obedeço tudo o que Deus ordena e restauro a vida no altar – v.18 – Não existe nada melhor do que ter a vida no altar de Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável a Ele. Restaurar o altar é restaurar a adoração, restaurar o culto a Deus. Quanto mais próximo de Deus, mais confiante fico.

Davi recebeu de Arauna o campo e os bois para sacrificar, mas não aceitou e pagou o valor devido pelo terreno e pelos bois. Ele sabia que vida de confiança em Deus mexe na zona de conforto, custa muito, não é tão simples. Essa última lição é preciosa – Quando entendo e assumo o compromisso de pagar o preço devido para viver a confiança em Deus – v.24 – Não é simples. É um desafio. Mexe no meu eu, na minha tendência natural. Preciso aprender com Davi que confiança em Deus é algo que custa “caro”. Preciso me esforçar por isso. Não é sem motivo que a Bíblia me ensina que crer é uma batalha e que descansar é um esforço. Me custa muito confiar em Deus e eu quero aprender a pagar o preço devido.

Davi retomou a sua caminhada de confiança em Deus. Um detalhe marcante desse altar construído nesse local é que, posteriormente, o templo foi erguido aí.

A incredulidade nem sempre se manifesta de forma clara, mas ela sempre quer nos pegar de alguma forma. Não existe lugar mais seguro para apresentar tudo do que as mãos de Deus. Cada um tem a sua responsabilidade. Cada um responde por si e não pelos outros. A verdadeira prosperidade é encontrada na dependência que temos em Deus, e somente nele. Quando oferto de forma sacrificial, a repercussão espiritual do gesto alcança mais do que posso imaginar.

Se vamos conseguir comprar o imóvel eu não sei. Mais adiante quem sabe lhe respondo isso. Mas que eu estou em paz, isso estou. A única coisa que quero agora é confiar em Deus.

E como diz Paulo Cesar Baruk, “milagres ocorrem quando de joelhos estou”.

“Confiar em ti, de joelhos em amor ...”

Paz

Ricardo

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

REVITALIZANDO A VIDA, SENDO LIVRE DO MARASMO ESPIRITUAL


Eu acredito que em algumas ocasiões Jesus curava alguém não apenas para abençoar aquela vida, mas para ensinar lições preciosas aos seus discípulos. Em Marcos 8, a partir do versículo 22, encontramos a cura de um cego da cidade de Betsaida. Essa cura aconteceu logo depois da conversa de Jesus com os seus discípulos acerca do “fermento dos fariseus”. Eles não entenderam nada e Jesus questionou se eles eram cegos ou surdos. No capítulo 7 ele já havia curado um surdo. Agora no capítulo 8 ele cura um cego. Nos dois casos ele afasta a pessoa do local e usa saliva para curar.

A falta de compreensão e percepção dos discípulos demonstrava certa apatia e marasmo espiritual. É como se Jesus dissesse: vocês precisam enxergar e ouvir de forma diferente. Está na hora de acordar e despertar para a realidade espiritual.

Se essa cura serviu como canal de ensino de Jesus aos discípulos (acredito que ele utilizou a cura para isso), então algumas lições podem ser retiradas e colocadas em nossa vida.

Houve um momento na minha vida que Deus ministrou muito forte ao meu coração esse texto. Em 1990 esse foi texto que preguei após retornar de um congresso desafiador. Deus tinha tocado nos meus olhos pela segunda vez e eu enxergava a vida e ministério de forma diferente a partir de então. Na semana passada, todos os dias o Espírito Santo trouxe essa passagem bíblica ao meu coração e mais uma vez sabia que Deus queria me falar.

A história é simples. Fala de um homem que foi trazido por outras pessoas para ser curado por Jesus. Jesus toma o homem pela mão e o leva para fora da cidade. Do lado de fora, cospe e com a saliva toca nos olhos do cego e impõe as mãos sobre ele. Após esse gesto pergunta como ele está e este responde que vê homens como árvores andando. Jesus impõe mais uma vez as mãos e toca pela segunda vez no homem e agora este passa a ver plenamente. A ordem em seguida é que ele vá para casa e não entre mais na aldeia.

O que pude retirar para a minha vida a partir desse simples relato?

Aprendi que para vencer o marasmo espiritual e revitalizar a vida com Deus eu preciso experimentar algo parecido com o que aquele homem vivenciou.

Aprendi que tem momentos que precisarei da ajuda de outros. Sozinhos, ficamos sem direção. Por vezes ficamos tateando de um lado para o outro procurando dar um jeito na cegueira, marasmo e escuridão espiritual que cerca a nossa história. E não conseguimos nada. Tem momentos que precisamos de ajuda. Precisamos de alguém para nos conduzir a Jesus, orar conosco, nos levar até o lugar onde ele está. O verso 22 diz que alguns o levaram a Jesus.

Aprendi que em algumas ocasiões preciso sentir Jesus segurando a minha mão – v. 23a Tomando o cego pela mão. Peça isso a ele hoje. Diga a ele: Jesus segura a minha mão e conduz os meus passos. Para ele isso não era tão difícil porque ser conduzido por outros era a sua realidade diária. E essa condução faria uma enorme diferença na sua vida. Nós resistimos a isso. Nós sempre achamos que já sabemos andar sozinhos. Está na hora de admitirmos a nossa insensatez e dizer a Jesus – segura a minha mão e conduz a minha vida.

Aprendi que ele pode me tirar de um determinado ambiente e colocar em outro que seja melhor para mim. O v.23b diz que ele levou-o para fora da aldeia. No caso de Betsaida os motivos são expostos em Mateus 11:20-22. Jesus já havia exercido um profundo ministério nesta cidade – “operara... milagres”; O investimento de Jesus ali não tinha sido pequeno – “numerosos” milagres; Por mais que Jesus fizesse, não havia mudança de vida naquele povo – “pelo fato de não se terem arrependido”; Muitos, se tivessem tido a oportunidade de Betsaida, teriam mudado de vida – “Porque se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram”; Aquela cidade estava sob o juízo do Senhor – “haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras”. Você pode até pensar em mudança de cidade ou mudança de igreja, mas não é essa a ênfase que quero trazer. O que você precisa questionar é se o contexto no qual você está inserido atrai a presença de Deus ou não. Se o Senhor se agrada ou não; se ele vai agir ali ou não. Acredito plenamente que aquele homem amava a sua cidade e queria estar ali. Aquele era o ambiente que dava prazer a ele. Jesus o retira desse ambiente e o cura. Em seguida lhe dá uma ordem de não mais retornar ao mesmo ambiente.
Com quem você está andando? Que tipo de ambiente você tem freqüentado? Qual tem sido a sua rotina?

Aprendi que nem tudo aquilo que acontece comigo tem explicação lógica. Às vezes não entendo o que Deus está fazendo. Parece estranho, mas se Deus está fazendo, então resultados maravilhosos virão sobre a minha vida – v.23c aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos.

Aprendi que poderei ser questionado e confrontado e que o melhor é dizer a verdade para Deus – v.23d perguntou-lhe: Vês alguma coisa? – A sinceridade é chave para a cura em momentos assim. Não podemos continuar dizendo que está tudo bem quando sabemos que as coisas não estão bem. Admitir o que enxergamos e como estamos é o que faz a diferença na nossa vida.

Aprendi que todos nós teremos momentos onde o discernimento e o entendimento da realidade estará embaçado. Melhor do que ficar tateando de um lado para o outro é admitir para Jesus que está tudo turvo à nossa frente – v.24a Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando.

Aprendi que em algumas ocasiões precisarei de um segundo toque de Jesus – v.25 novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito.

Aprendi que quando ele me tocar e restaurar a minha vida essa bênção também será para a minha família – v26 E mandou-o Jesus embora para casa – Era esse o local que Jesus queria que ele fosse. Vá mostrar aos seus o que fiz com você. É fato, a mudança de Deus na sua vida trará reflexos maravilhosos na sua família.

Por fim, aprendi que o toque de Jesus muda radicalmente a minha rotina – v.26b recomendando-lhe: Não entres na aldeia – Jesus não queria que ele ficasse naquela aldeia. A nova vida, a nova visão, o novo momento o levava a uma nova rotina. Talvez esteja na hora de dar um rumo diferente a sua vida.

Eu aprendi com esse texto. E como aprendi.

Boa semana

Ricardo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

E ele se fez chefe deles... de um “bando” a um grande exército


Lendo o texto em 1 Samuel 22:1,2 encontrei essa frase: “E ele se fez chefe deles...”. Aqueles eram dias de medo, lágrimas, de choro, de quebrantamento. Davi estava fugindo de Saul, perseguido sem motivo e se refugiou em um lugar chamado “Caverna de Adulão”, que significa refúgio, em Judá, a meio caminho entre Gate e Belém. Perto dali havia uma colina fortificada e famosa por suas cavernas, as quais serviam de abrigo natural para o desamparado Davi, embora os seus passos fossem sempre notados. Nesse tempo uns quatrocentos homens se juntaram a ele. Todos aqueles que não se sentiam seguros em suas casas (família de Davi); Todos aqueles que estavam profundamente oprimidos; Todos aqueles que não encontravam mais saída para os seus problemas; Todos aqueles que estavam fracassados financeiramente; Todos aqueles que estavam descontentes e sem esperança, amargurados de espírito. Davi se fez chefe dessa turma.

Se a gente sair desse momento quando o “bando” se forma e for para 1 Crônicas 12, momentos antes de Davi se tornar rei e descrever o seu exército, não há como não se admirar com a mudança. Aqueles homens foram tratados e trabalhados de tal forma que em pouco tempo se tornaram valentes capazes de fazer qualquer coisa por Davi. O exército de Davi é definido em crônicas como um exército formado por Formado por homens hábeis – v.2; Formado por homens semelhantes a leões – v.8; Para esse exército não havia obstáculos – v.8; Homens de extremo valor – v.14; Venciam os obstáculos e continuava na batalha – v.15; Homens cheios do Espírito Santo – v.18; Homens valentes – v.21; Homens que verdadeiramente faziam parte do exército celestial – v.22; Homens que frutificavam, verdadeiros discipuladores – v.28; Homens com nomes conhecidos e já estabelecidos – v.30; Homens com profundo discernimento, que buscavam conhecimento – v.32; Providos com todas as armas necessárias – v.33; Homens resolvidos e perseverantes – v.33; Homens dispostos e disponíveis – v.36; Convictos dos propósitos de Deus – v.38.

Claro que outros muitos entraram nesse intervalo, mas a mudança na vida desses homens é simplesmente marcante. Deus pode fazer uma mudança radical em nossas vidas. Isso é fato.

Quando eles se juntaram a Davi, eram homens despedaçados. Davi também estava apavorado, fraco, sem saber como escapar das mãos de Saul. Mas havia um detalhe que percorria a vida do rei Davi. Ele tinha Deus como o centro da sua história.

O que aqueles homens aprenderam com Davi? Deus era o centro da sua vida, por isso, Davi lidava bem com a rejeição. Apesar de ser desprezados por todos, sabia jamais seria negligenciado por Deus. Cria que Deus faz o impossível, por mais impossíveis que fossem as questões ela sabia que o Deus que tudo pode estava no controle de toda e qualquer situação. Esperava sempre em Deus. Para ele valia à pena continuar esperando no Senhor. Podia perder tudo, mas não ficava sem a presença de Deus, ou seja, ainda que tudo estivesse perdido ou fosse tomado, Deus continua presente na sua vida. Sempre louvava o Senhor e através do louvor ele alcançava vitórias.
Davi era sincero diante de Deus. Para ele não era errado dizer que estava doendo, nem tampouco trazia maldição declarar que estava sofrendo. Era quebrantado diante de Deus. Sabia que não era nada mais que um homem.

Chama a minha atenção a Bíblia não esconder nenhum detalhe da vida desse homem.
Davi não era perfeito. Era um pecador e precisava da graça de Deus sobre a sua vida. Desde quando foi ungido, o Espírito Santo tomou conta da sua vida, mas mesmo assim o seu caráter precisou ser muito trabalhado. Quando lemos os salmos entendemos quem ele era pelas suas orações. Ele se tornou um homem segundo o coração de Deus não porque era perfeito em seus atos, mas por admitir sua imperfeição e buscar uma vida de excelência diante de Deus, tendo o Senhor como o centro da sua história.

Nesse momento difícil da sua vida ele foi para a caverna de adulão (refúgio) e ali o seu exército começou a ser formado. Apesar de todas as suas imperfeições como homem, Deus estava no centro da sua vida. E foi isso que fez a grande diferença.

Deus faz assim. Pega um “bando” de derrotados e assustados e cria um poderoso exército. Deus capacitou Davi. Ali ele exercitou a sua liderança e a partir dali se tornou um dos grandes chefes da história bíblica.

Não sei se eu teria a coragem de Davi, de me fazer chefe de uma galera igual aquela. O que sei é que essa coragem veio porque ele sabia dos planos e propósitos de Deus para a sua vida.

O que aprendo com essa história é que não importa como eu esteja hoje. Se eu colocar Deus como o centro da minha vida e o procurar como refúgio, Ele fará mudanças radicais no meu caráter e, de membro de “bando”, me transformará em um grande guerreiro do seu exército.

Busque a Deus como você está hoje. Aceite os desafios mesmo estando cheio de medos. Busque a “caverna de Adulão”, o lugar de refúgio, e assista o trabalhar de Deus no seu caráter e na sua vida.

Só assista. O show Deus fará.

Boa semana

Ricardo

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SOBRAS, SOMENTE SOBRAS...

Algo tem me intrigado profundamente nesses dias. As notícias da igreja perseguida são alarmantes e a profunda dedicação daqueles irmãos me deixa constrangido. No Brasil não sofremos as mesmas perseguições daqueles irmãos, mas não temos visto aqui a mesma dedicação e entrega. A igreja sofredora está disposta a morrer por Jesus. Nós parecemos mais dispostos a continuar na zona de conforto.

Lendo o texto do livro de Malaquias, no capítulo primeiro, a partir do verso seis, me deparei com uma palavra forte do Senhor. Ler esse texto e não sentir nada é não perceber o grito do Senhor para cada um de nós.

Deus se mostra cansado com o tipo de serviço feito no templo. Os sacrifícios não eram mais feitos com o mesmo empenho e dedicação. Os animais não eram selecionados conforme as normas do Senhor. Tudo acontecia de qualquer jeito. Ouvir Deus dizendo que era melhor que eles não abrissem o templo se fosse para manter aquele tipo de serviço é no mínimo assustador.

Vendo esse texto lembrei de uma frase que ouvi há muitos anos do pastor Bill Hybels. Ele compartilhou que escreveu em um guardanapo a seguinte frase: “Se eu continuar fazendo a obra de Deus desse jeito, vou terminar destruindo toda a obra que Deus fez em mim”.

Essa frase foi como um tapa em mim. É exatamente essa a realidade da minha vida. De repente me vi destruindo toda a obra que Deus tem feito na minha vida.

Sempre fui adepto de fazer tudo com excelência para Deus. Eu acredito que a excelência honra a Deus e inspira pessoas. Excelência não é perfeição, mas o melhor que posso fazer. Confesso que, em algumas ocasiões, não tenho visto excelência na minha vida, nem naquilo que faço. Duro admitir, mas em muitos momentos tenho me visto fazendo algmas coisas mais por obrigação...

Aí li outra frase do Valdemar Figueiredo - “Muita gente diz que Deus merece o melhor, enquanto alimenta seu próprio delírio de grandeza”

Por que não tenho dado o meu melhor para Deus? Por que não tenho retribuído tudo aquilo que ele tem feito por mim?

Vamos pensar um pouco no que Deus fez por nós. Deus criou tudo de forma excelente. Deus nos separou e nos firmou como preciosidade sua. Ele diz em Jeremias 2:21 Eu mesmo te plantei como vide excelente, da semente mais pura; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide brava?. Diz também em Ezequiel 17:8 Em boa terra, à borda de muitas águas, estava ela plantada, para produzir ramos, e dar frutos, e ser excelente videira. Diz mais em Ezequiel 17:23 No monte alto de Israel, o plantarei, e produzirá ramos, dará frutos e se fará cedro excelente. Debaixo dele, habitarão animais de toda sorte, e à sombra dos seus ramos se aninharão aves de toda espécie.

Ele não parou por aí. Estando nós em pecado preparou a maravilhosa vinda de Jesus para que tivéssemos a salvação. O Senhor Jesus de uma forma gloriosa morreu na cruz, uma morte com poder para salvar a todos quantos creiam no seu nome. De forma gloriosa e excelente Deus o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu um nome que está acima de todo o nome. Como lemos em Hebreus 1:4 Tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.

Com esse Jesus estabelecemos uma nova aliança. A nova aliança em Cristo Jesus está acima de qualquer aliança - Hebreus 8:6 Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas - Jesus volta para o céu para preparar a nossa morada eterna, mas não nos deixa sozinhos aqui na terra. Deixa para toda a igreja o Espírito Santo, que é chamado também na Bíblia de Espírito Excelente. A gente pode ver isso em Daniel 5:12 porquanto espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de casos difíceis se acharam neste Daniel, a quem o rei pusera o nome de Beltessazar; chame-se, pois, a Daniel, e ele dará a interpretação. Daniel 5:14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham luz, inteligência e excelente sabedoria. E também em Daniel 6:3 Então, o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino.

Ele não parou por aí. Nos ensinou a andar como igreja, deixando os dons para que funcionássemos como um corpo, bem como um modelo de caminhada que teríamos como igreja. Em 1 Coríntios 12:31 ele diz: Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons. E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente.

Qual a nossa resposta a tudo o que Deus nos tem feito?

Eu tenho aprendido que tudo na vida é uma questão de relacionamento. Se não tenho compromisso com Deus, não conseguirei ter compromisso com o meu próximo, nem tampouco com o seu trabalho.

O que vou dizer a Deus? Ele só tem derramado amor sobre a minha vida. Em Malaquias 1:2 o Senhor nos diz: “Eu vos tenho amado”

Você tem dado o seu melhor para Deus?

Tenho dito algo com toda convicção. A realidade da igreja hoje é essa: Temos na igreja um povo bom, reconhecido na sociedade pelo potencial e capacidade, mas que dá tudo o que tem lá fora e usa a igreja como local de descanso e refrigério. Na maioria das vezes temos oferecido sobras a Deus.

Por que temos oferecido a Deus apenas sobras? Sobras do nosso tempo, sobras do nosso amor, sobras do nosso potencial, sobras da nossa capacidade, sobras das nossas forças, sobras, sobras...

Temos dito muitas vezes que o trabalho na igreja é voluntário. Segundo as Nações Unidas, o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos... Hoje já se define o voluntário contemporâneo como alguém engajado, participante e consciente; já se diferencia também o seu grau de comprometimento: ações mais permanentes, que implicam em maiores compromissos, que requerem um determinado tipo de voluntário, e que podem levá-lo inclusive a uma "profissionalização voluntária; "A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento”. Aplicando para a vida da igreja, o amor, a visão, a fé, os valores do reino e o compromisso com o Senhor são componentes vitais para o engajamento.

Se fosse só essa a nossa posição na igreja já estaríamos fora da definição – porque nem bons voluntários temos sido. O agravante é que somos mais que voluntários, somos servos, somos chamados, vocacionados por Deus, chamados para sermos discípulos, convocados por Deus a deixar tudo e servi-lo integralmente.

A Bíblia diz em Hebreus 11:4 Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala.

A Bíblia fala de uma vida que se dedicou de tal maneira ao Senhor, que mesmo depois da morte a dedicação desse homem ainda é um testemunho vivo. A Palavra de Deus em Malaquias trata exatamente disso: dedicação com excelência.

Por que não tenho entregue o excelente para Deus? Por que tenho deixado tanto a desejar? Por que só sobras para aquele que sempre se dedicou por completo a mim?

Será que todo o potencial que recebi de Deus foi para ser utilizado nos meus projetos pessoais? Por que não tenho dado o meu melhor para Deus?

Por que?

Que o Senhor nos ajude e acorde

Ricardo

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ÊUTICO E O CRISTÃO DOS NOSSOS DIAS


A história de Êutico é relatada no livro de Atos, capítulo 20. Na véspera da partida de Paulo de Trôade para Jerusalém, os cristãos da cidade se reuniram para a realização de um culto. Era uma última oportunidade de ouvir Paulo. O discurso de Paulo durou até a meia-noite. O local onde eles estavam reunidos era iluminado por lamparinas a óleo. A fumaça e o cheiro desse óleo queimado, além do tempo gasto com a pregação, provavelmente, ajudaram no sono do jovem Êutico. Êutico era um rapazinho entre 8 e 14 anos que foi vencido pela canseira, caiu pela janela aberta no terceiro andar para a terra. Certamente era uma construção com apartamentos, bastante comuns nas moradias mais humildes das cidades romanas. O rapaz foi recolhido como morto. Lucas retrata no texto a capacidade de Paulo de ressuscitar os mortos. Quando o rapaz retomou a vida, os membros da igreja ficaram grandemente confortados e o culto continuou até o nascer do sol.

O fato histórico foi relatado por Lucas. Com essa história teríamos mais uma oportunidade de compartilhar sobre o poder de Deus se manifestando no meio da Igreja.

Gostaria de fazer algo diferente com o texto. Gostaria de criar uma simbologia a partir do fato e fazer aplicações para a nossa realidade. Quero direcionar o texto para o contexto cristão atual. Acho que não fará mal algum pensar nas ocorrências passadas por Êutico como estágios destruidores na vida de um cristão.

Vejamos esses estágios...

A busca pela janela

Sentar na janela é buscar uma zona de conforto – é ficar no lugar onde nos sentimos melhor e mais seguros. É buscar a conveniência pessoal. É criar um estilo de vida cristã no qual possa ser servido e beneficiado, perdendo de vista o meu maior objetivo como servo que deveria estar aqui para servir. Sentar na janela é correr o risco de se distrair com qualquer coisa que aconteça do lado de fora. A distração afasta a nossa atenção do foco principal. A distração com o que acontece do lado de fora nos afasta da caminhada cristã sem percebermos. Em pouco tempo isso pode gerar descaso com a Palavra de Deus. Isso pode destruir a nossa sensibilidade à voz de Deus. Sentar na janela é iniciar uma caminhada de não ter mais prazer de gastar tempo na presença de Deus. Deixar de investir tempo na presença de Deus é trazer insensibilidade espiritual para a nossa vida. De repente, celebrar e estar congregado se torna algo enfadonho e cansativo. Sentar na janela não afasta apenas o prazer de estar nos cultos, mas a alegria de cultivar a devoção. Sentar na janela é evitar o aconchego da comunhão – Na janela você se isola dos demais. Muitas vezes a igreja parece o pior lugar para se construir relacionamentos saudáveis por causa de algumas decepções que sofremos, mas esse não é a realidade do todo. Apesar dos atropelos com alguns, a igreja ainda é o melhor lugar para encontrar crescimento espiritual. Na comunhão você descobre gente que é gente como você, que sofre, que tem lutas, que não desiste de Deus apesar do sofrimento. Descobre gente que já sofreu decepções, mas que aprendeu que decepções fazem parte da construção de relacionamentos. Se a comunhão não fosse essencial a Bíblia não estaria abarrotada de mandamentos recíprocos. Sentar na janela é brincar com o perigo. É correr o risco de ser surpreendido pela morte. Sentar na janela é inverter valores e tentar estabelecer novos conceitos como se fossem verdadeiros. Janela não foi feita para sentar. Você até pode sentar, mas não é lugar para sentar. Sentar na janela pode trazer conseqüências destruidoras para a sua vida.

O estado de sonolência

Muitos caem por estarem tomados por um profundo sono. A fumaça e o calor do ambiente, além da extensa pregação de Paulo, tudo isso provocou um sono enorme em Êutico. Muitas vezes somos tomados pelo sono. Existe o sono saudável, mas também existe um sono prejudicial. Êutico foi tomado por um sono que lhe foi prejudicial. Sono “representa um estado comportamental de desligamento da percepção do ambiente e com modificação do nível de consciência e da resposta a estímulos internos e externos”. Em Romanos 13:11 Paulo nos adverte: E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos.

Aquela não era a hora de dormir. Quantos estão dentro das igrejas e dormindo espiritualmente? Lembra de Jesus quando estava no Jardim do Getsêmani? Presentes ali estavam Pedro, Tiago e João, o círculo mais íntimo dos discípulos de Jesus. O momento é de grande agonia. Jesus estava prestes a ser preso e sofrer a crucificação. Ele disse aos discípulos: “A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai.” (Marcos 14:34). Por três vezes o Senhor Jesus orientou seus discípulos a vigiarem e a orarem e, por três vezes, os encontrou dormindo, por que “os seus olhos estavam pesados” de sono. E Jesus os repreendeu: “Ainda dormis e repousais! Basta!” (Marcos 14: 41).

Êutico simboliza o cristão que dorme. Dorme profundamente, na hora errada e no lugar errado. E parece que hoje muitos estão experimentando esse sono profundo. O desinteresse, o descompromisso, a ausência de gente que quer pensar, o não querer aprofundar no conhecimento bíblico, o desânimo, a falta de envolvimento nas atividades da igreja, tudo isso reflete um sono profundo presente nos cristãos.

Esse sono simboliza uma igreja amortecida, que dorme na hora errada e como conseqüência não sonha. Uma igreja que não incomoda, que não transforma ninguém, que não é relevante, que não revoluciona, que não deixa a sua marca na história, que esquece a sua missão e o seu chamado. Uma igreja que envelheceu e parou no tempo.

A queda e morte

Eram conseqüências naturais – a posição e a disposição de Êutico provocaram toda essa indisposição. Quando você cai e não morre, talvez consiga se levantar, mas quando a morte chega, só um milagre de Deus para ter vida novamente. Nós nos afastamos da vida com Deus muitas vezes de forma imperceptível. Pensamos que estamos bem, mas estamos diariamente nos afastando. O trágico é que quando damos conta da situação percebemos que estamos tão distantes que não sabemos mais como voltar para ele.

Para a retomada da vida cristã:

1. É necessário aconchego e empatia – Paulo o abraça

Se a comunhão profunda não for retomada, o mundo não irá crer em Jesus. Jesus afirma em João 17.21: a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

O que tenho visto hoje no meio da igreja? Pessoas muito amigas entre si, mas que não liberam espaço para mais ninguém nessa amizade; ausência de conexão entre pastores e igreja; pessoas completamente estranhas umas as outras (estão no mesmo local há anos e não se conhecem); pessoas ensimesmadas; pessoas que entram e saem e não são abordadas por ninguém.

Eu mesmo tenho tido dificuldades para construir relacionamentos com algumas pessoas. Tem gente que eu já tentei de todas as formas possíveis construir um relacionamento e nunca consegui. Eu sou pastor e passo por isso. Imagine quem está chegando em uma igreja. Eu nunca vi isso nos mais de 40 anos dentro de igreja.

2. Precisa ter a vida de volta (ressurreição) – Paulo ora por ele e traz de volta a vida

Mas eu entendo que só há ressurreição onde Jesus está presente e manifesta a sua glória. Ele é a ressurreição e a vida. João 11.25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;

3. É essencial estar em comunidade – A igreja voltou a cultuar até o amanhecer

Preciso freqüentar os cultos, preciso estar em grupo pequeno. Preciso ter prazer em ouvir a Palavra. Preciso priorizar meu tempo para Deus.

Quando a vida cristã é retomada:

1.. A alegria e o conforto de Deus retornam ao ambiente da igreja

2. Tempo com Deus deixa de ser um problema e se torna um investimento

3. A Palavra de Deus encontra vida no coração de todos

Podemos evitar sofrer o dano que Êutico sofreu, se as nossas atitudes forem diferentes das dele! Infelizmente, Êutico dormiu na hora errada e no lugar errado. Foi “vencido pelo sono” durante um culto, durante uma pregação de Paulo. Dormiu sentado na janela de uma casa que tinha três andares. O resultado, devido à queda, foi a morte. Ele caiu e “foi levantado morto”! A história de Êutico não termina com o seu sono ou com a sua morte: “Descendo, porém, Paulo inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a vida nele está. (...) Então, conduziram vivo o rapaz e sentiram-se grandemente confortados.” (Atos 20:10 e 12)

Podemos construir uma igreja diferente. Podemos sair hoje mesmo da "janela" e sentar no lugar correto. Podemos dizer a esse sono destruidor que basta!

Há uma Palavra de Deus para nós hoje:

“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.” (Ef 5:14)

Abração pra você

Ricardo

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

AGUARDAR COM PACIÊNCIA EM DEUS


Aprendi que existem 3 tipos de espera: A espera serena que é como sentar na varanda ao entardecer, refletindo sobre os acontecimentos do dia. A espera com expectativa que é como sentar em um restaurante aguardando um amigo que prometeu tomar o café da manhã com você. A espera frustrada que é como aguardar duas horas no consultório médico, sabendo que tem trabalho a fazer no escritório. A Bíblia ensina que esperar em Deus de forma serena e com expectativa.

Esperar em Deus é perseverar. Segundo o dicionário Michaelis, perseverar é Conservar-se firme, constante; persistir num estado de espírito ou num sentimento; não mudar de intenção ou orientação; permanecer, conservar-se; continuar, durar.

A Bíblia destaca Calebe como alguém que persistiu em seguir a Deus e confiar nas suas promessas. Um homem que aprendeu a esperar o momento certo para ver o cumprimento da promessa de Deus na sua vida.

Calebe foi um dos 12 espias enviados por Moisés para percorrer a terra prometida. Após 40 dias de exame da terra eles retornaram trazendo as notícias e frutos da terra. A presença de gigantes na terra trouxe pavor a 10 dos 12 espias e o povo se recusou a entrar na terra para tentar conquistá-la.

A Bíblia relata em Números 13 e 14 esses acontecimentos. Por causa dessa atitude de incredulidade toda a geração daqueles que tinham de 20 anos para cima foram impedidos de entrar na terra prometida. Deus anunciou que todos morreriam e estabeleceu um desvio pelo deserto que durou 40 anos até que o povo pudesse novamente entrar na terra de Canaã e conquistá-la.

Daquela geração, apenas Josué e Calebe tiveram o privilégio de permanecerem vivos e conquistarem o que Deus havia prometido.

Por que citamos Calebe aqui? O que aprendemos com ele? Com ele aprendemos verdades essenciais para a nossa vida com Deus. Quem aprende a seguir a Deus e aguardar com paciência o cumprimento da sua Palavra é alguém que toma as mesmas atitudes de Calebe. Em Josué 14:6 a 15 encontramos essas atitudes de Calebe.

Calebe, um homem que esperou em Deus.

Quem espera em Deus...

1. Aguarda em silêncio como se saísse da história porque sabe que o projeto de Deus na sua vida vai ser cumprido – v.6

Depois de Números 14, Calebe se retira da história. Ele não volta a agir ou falar se não em Josué 14. Não há nenhum relato bíblico durante 45 anos de algo que Calebe tenha dito ou tenha feito. Literalmente, Calebe se recolheu e continuou a sua caminhada em direção a promessa de Deus.

Somos por demais inquietos. Não é por acaso que a Bíblia ensina que precisamos nos esforçar para entrar no descanso. Hebreus 4:11 diz: Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência. O texto de Hebreus cita exatamente o contexto de Josué dividindo a terra entre as tribos de Israel. A impaciência é destruidora do descanso e pode trazer prejuízos irreparáveis. Foi a impaciência que afastou Moisés de entrar na terra prometida. Foi a impaciência que afastou Sansão da bênção de Deus. Por causa da impaciência Jonas não aprendeu mais sobre a graça e o perdão de Deus.

2. Mantém o coração aquecido, sustentado na Palavra do Senhor – v.7-10

Calebe relata o que aconteceu no passado e como se sustentou em Deus. Relata a sua experiência – uma que Josué já conhecia. Ele relembra como os outros espiões trouxeram um relatório desencorajador (“desesperaram o povo”; “derreteram o coração do povo”; “espalharam o medo no meio do povo”). O V.7 mostra que, conforme sentia no coração, ele agia. O coração dele era aquecido pela promessa de Deus na sua vida. Ele sabia que precisaria continuar crendo e sendo fiel ao Senhor para ver o projeto de Deus se cumprindo na sua vida.

Calebe sabia que a Palavra de Deus era verdadeira e poderosa. Nada o abateu. Ele não se deixou vencer pela incredulidade que diariamente rondava a sua vida, nem tampouco pelas circunstâncias vivenciadas durante a caminhada pelo deserto. Certamente não foram anos fáceis.

3. Mantém a coragem de prosseguir debaixo das promessas do Senhor – v.11

Em Números 13 e 14 Calebe assumiu uma posição impopular, baseado unicamente na promessa divina de que Israel receberia a terra. Mesmo não sendo ouvido, Calebe não abandonou o povo de Deus. Antes, permaneceu com eles, paciente e fielmente aguardando o cumprimento da promessa. O fato de ser agora um idoso não atemorizou a fé de Calebe. Ele falou e agiu ousadamente com o tipo de fé que é capaz de mover montanhas.

Diariamente seremos tentados a abandonar a confiança nas promessas de Deus. Ao encerrarmos a leitura desse blog seremos confrontados na nossa fé. Andar por fé é um desafio contínuo na nossa vida. A coragem foi um marco na vida daquele homem e ele buscou essa coragem na Palavra de Deus.

4. Encara os desafios como oportunidade de crescimento – v.12

Calebe escolheu exatamente a região de Hebrom para conquistar. A cidade dos gigantes que amedrontaram os israelitas. Ele nunca teve medo dos gigantes (que foi o que mais apavorou o povo de Deus). Foram 45 anos de espera para derrotá-los. Perceba que ele escolheu exatamente o lugar mais difícil de ser conquistado (A terra de Anaque – gigante). Isso significava enfrentar e destruir o que sempre foi um empecilho para a conquista das promessas de Deus.

Calebe não tinha visão de gafanhoto, como o restante da sua geração. Era como se ele dissesse continuamente: “agindo Deus, quem impedirá”.

5. Comemora a conquista e experimenta o cumprimento da promessa do Senhor

Ele venceu, entrou na terra, pisou com a planta dos pés conforme a promessa do Senhor na sua vida; viu suas filhas conquistando também; e ainda experimentou dias de paz (v.15).

Quais lições posso aplicar na minha vida?

1. Não precisamos ficar repetindo constantemente que Deus tem promessas para nós. Devemos guardar essas promessas e caminhar em direção às mesmas.

2. Sustentar-se na Palavra de Deus é o meio de manter-se revigorado quando o que tanto aguardamos pareça bastante demorado.

3. Mesmo tendo que passar por desertos, se os nossos olhos estiveram voltados para o Senhor e Sua Palavra, conquistaremos o que nos foi prometido.

4. Avalie tudo aquilo que afasta você da bênção de Deus e tenha como objetivo retirar isso da sua vida.

5. Nenhuma das promessas de Deus deixará de se cumprir em nossas vidas. O grande segredo é não parar de seguir ao Senhor.

Que Deus nos ensine a esperar nEle.

Boa semana

Ricardo

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DOIS PAIS, DOIS MODELOS DISTINTOS


Ser pai não é uma tarefa fácil. Como pai preciso ser um refúgio para os meus filhos, ou seja, alguém para quem eles possam correr e em quem encontrarão refúgio. Preciso ser amigo cordial e íntimo. Mais ainda, preciso ser um sustentador para que eles consigam vencer as dificuldades da vida. Preciso ser um companheiro, estar presente na vida dos meus filhos, ser um conselheiro e guia, funcionar como uma lente, dando aos meus filhos a visão correta das coisas. Preciso ser um pai perdoador e nunca guardar rancor. Meus filhos precisam confiar em mim.

A Bíblia traz várias histórias de pais. Duas delas me chamaram a atenção. Uma no Antigo Testamento e a outra no Novo Testamento.

No AT encontrei a história de Eli, um sacerdote e juiz. Eli tinha dois filhos. Os seus filhos seguiram a carreira do pai como era determinação de Deus. Eram sacerdotes também, mas a vida deles não combinava com a atividade que exerciam. Eram terríveis em suas atitudes. Não levavam a sério nada do que era feito no templo e, para completar, viviam em plena prostituição. Eli ouvia falar o que os seus filhos faziam, mas não era enérgico o suficiente para retirá-los da vida que estavam levando. O resultado final foi a morte dos dois filhos no mesmo dia e um caos familiar que jamais pode ser restaurado. Você pode ler essa história no primeiro livro de Samuel, capítulos 2,3 e 4.

No NT encontrei a história de Jairo, um chefe da Sinagoga, o local de ensino da lei. Jairo tinha uma filha com 12 anos de idade que estava profundamente enferma. Sabendo que Jesus estava na sua região, saiu ao seu encontro e lhe pediu que fosse até a sua casa para curar a sua filha amada. O resultado final da história é uma experiência de vida na família com ressurreição e cura da sua filha querida.

São duas histórias muito parecidas com finais distintos.

Existem algumas semelhanças entre esses homens. Eram homens importantes na sua época – Eli era sacerdote e juiz; Jairo chefe da Sinagoga. Eram homens religiosos que conheciam a lei de Deus e tinham o compromisso de ensinar a Palavra de Deus ao povo. Eram homens que conheciam a realidade dos seus filhos – Eli sabia dos pecados dos filhos, assim como Jairo sabia da enfermidade da sua filha. Os dois ouviram notícias de morte dos filhos. Eram homens que recebiam orientações de Deus – Deus falou com Eli, assim como Jesus falou com Jairo.

O que a gente descobre, observando esses dois homens, é que ambos tiveram as mesmas oportunidades de Deus. O que contou foi a reação de cada um diante do que recebeu e ouviu.

Em que a história deles teve rumos diferentes?

Eli manteve uma vida excessivamente ocupada em atividades temporárias, pois era juiz e sacerdote ao mesmo tempo. Jairo não deixou que as suas atividades religiosas como chefe da sinagoga fossem mais importantes do que a sua família. Gastamos muito tempo em atividades que não tem valor eterno e perdemos a oportunidade de investir na salvação dos nossos filhos.

Eli teve sempre alguém aos seus pés para ser julgado ou ensinado, afinal essa era a atividade dele. Jairo, mesmo tendo o compromisso de ensinar e ter pessoas aos seus pés, preferiu buscar os pés de Jesus.

Eli não se gastou diante de Deus em favor dos seus filhos. Em toda história não encontramos Eli buscando Deus em favor dos seus filhos. Jairo insistiu em Jesus até ver a manifestação do seu poder em seu lar. Qual a última vez que você orou pelos seus filhos? Pelo casamento dos seus filhos? Pela sexualidade dos seus filhos? Vale muito investir em oração pelos filhos.

Eli envolveu-se tanto na religiosidade que perdeu a noção do sagrado, Jairo buscou um relacionamento com Jesus, pois sabia quem Ele era e o que era capaz de fazer. Cristianismo não é religião. Cristianismo é relacionamento. Estamos tão acostumados com as práticas religiosas que não temos mais a sensibilidade para ouvir a voz de Deus. Tornamo-nos religiosos praticantes sem a menor intimidade com o Todo-Poderoso.

Eli se mostrou muito preocupado com aquilo que o povo dizia a respeito da sua família. Foi isso que ele disse aos filhos. O que pesava para ele era a sua reputação como líder religioso. Jairo, para ver a filha restaurada, não se preocupou com nada daquilo que poderiam falar a seu respeito. Naquele contexto, onde os judeus faziam uma severa oposição a Jesus, buscar a sua presença era correr o risco de ser rejeitado. Eli não gostou do que ouviu por causa da sua posição. Jairo nem se importou pelo fato de ser o chefe da Sinagoga e pela provável retaliação por ter procurado Jesus.

Eli deixou que os filhos se “alimentassem” como quisessem. Os filhos de Eli arrancavam do povo as carnes que eram oferecidas em sacrifício, sem o menor respeito e viviam engordando comendo o que queriam e do jeito que achavam melhor. Jairo cuidou da “alimentação” da sua filha. Vivemos em dias onde os nossos filhos fazem o que querem. Fico estupefato ao ver a falta de limites dentro dos lares. Cada um diz como quer viver e os pais ficam em silêncio observando essa desgraça no meio da família. Muitos pais choram hoje porque um dia não estabeleceram limites e uma conduta na vida dos seus filhos. Jesus disse a Jairo, “dá de comer a sua filha”. Em outras palavras, cuide do crescimento dela. Acompanhe esse crescimento. Estabeleça uma caminhada para ela.

Eli não reagiu quando a morte dos seus filhos foi anunciada, Jairo ficou com Jesus e não desistiu até ver a vida de volta ao seu lar. Jairo aprendeu e creu quando Jesus manifestou o seu poder curando uma mulher. Eli, mesmo tendo diversas manifestações do Senhor não praticou o que aprendeu. Eli definiu que não havia mais tempo para fazer nada. Jairo aprendeu que o tempo nunca é perdido e tudo pode ser recuperado. Foi assistindo a cura de uma mulher que há 12 anos estava enferma que ele pode aprender que a sua filha de 12 anos poderia ser curada.

Eli trabalhou na casa de Deus, mas era insensível à Palavra do Senhor. Jairo trabalhou para Deus e confiou na Sua Palavra aguardando o cumprimento da mesma. Jesus foi até a casa de Jairo. Deus se afastou da família de Eli.

Quais lições podemos retirar das duas histórias?

1. A inversão de valores pode trazer conseqüências eternas na nossa família. Se o mais valioso para mim são as minhas atividades temporárias, então eu poderei com muita facilidade negligenciar aquilo que é eterno.

2. Ser religioso e estar bastante envolvido no trabalho de Deus não substitui a minha responsabilidade como pai e sacerdote do meu lar.

3. Deus dá a todos nós instrução sobre como trazer vida para o nosso lar. O que conta é a nossa reação diante dessa palavra.

4. Investir tempo com Deus em favor dos filhos sempre traz resultados abençoados.

5. O que conta mesmo no final das contas e se Deus tem prazer de estar em nossa casa.


Feliz dia dos Pais e boa reflexão

Ricardo

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

AS DIVERSAS VITÓRIAS DE DAVI - POR QUE NÃO SOU IGUAL A ELE?

Quando li o texto de 2 Samuel 8:1-14 me deparei com as diversas vitórias do Rei Davi. Fiquei impressionado com a quantidade de conquistas no período do seu reinado. Só nesse texto, o autor relata que Davi derrotou os filisteus (acabou com todo poder deles), os moabitas (matou 1/3 deles e o restante se tornou escravo), Hadadezer, rei de Zobá (prendeu 1700 cavaleiros, 20 mil soldados, aleijou quase todos os cavalos), sírios (matou 22 mil deles, dominou a terra deles), edomitas (18 mil foram mortos). Além disso, conquistou muito ouro, prata e bronze – mas dedicou tudo a casa de Deus.

Por que Davi era tão bem sucedido em suas batalhas? Em duas ocasiões a expressão “o Senhor fez com que Davi fosse vitorioso em todos os lugares aonde ia” é dita. Deus fez com que Davi vencesse. Como, então, ter uma vida vitoriosa? Por que nem sempre somos bem sucedidos naquilo que fazemos?

Li o seguinte pensamento do Stephen Covey: “Vitórias interiores precedem as vitórias públicas. Você não pode inverter esse processo da mesma forma que você não pode colher antes de plantar."

São essas vitórias interiores que descobri na vida de Davi. Para entender as suas constantes vitórias, resolvi estudar uma das primeiras batalhas vivenciadas por ele. Em 1 Crônicas 14:8-17 encontramos detalhes de uma das batalhas e a postura de Davi.

Quais as atitudes tomadas por Davi para alcançar vitórias? Cada atitude traz um princípio de grande valor para cada um de nós.

1. Davi fazia questão de ter a sua vida centrada em Deus – v.2,8

Davi sabia que Deus confirmara o seu reinado. Sabia que ali era o lugar onde deveria estar. Queremos que Deus abençoe as nossas ideias, antes mesmo de consultá-lo ou de ter uma palavra dele. Jesus certa vez disse que era o caminho, a verdade e a vida. Queremos a vida de Jesus a todo custo. Aceitamos a sua verdade, mas relutamos que ele seja o caminho. Quando chegarmos ao ponto de confiarmos em Jesus como o caminho, dirigindo passo a passo da nossa vida, então encontraremos o lugar e aquilo que Deus quer que façamos. Ter a vida centrada em Deus é poder afirmar: Jesus é o meu caminho.

2. Davi não tomava decisões antes de ter uma palavra do Senhor – v.10

Provérbios 19:2 diz que “não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado”. Em várias ocasiões, encontramos na Bíblia Deus orientando o seu povo. Esperar por uma palavra de Deus e tomar uma decisão consciente nele, faz uma diferença enorme. Se Deus não falou nada, aguarde mais um pouco. Há anos atrás fui pastorear em Fortaleza. Na ocasião era uma decisão que mexia com toda a minha família. Para mim era muito importante que Deus falasse com todos eles. Demorou alguns meses para que eu tivesse uma resposta. Enquanto Deus não falou com a Bel e com o Marcel, não confirmei a minha ida.

3. Davi reconhecia que era apenas um instrumento nas mãos de Deus – v.11 – Deus sempre recebia a glória

Deus não divide a glória dele com ninguém (Is 42:8). Eu sei se estou confiando no meu potencial ou em Deus. Buscar a glória e o reconhecimento é algo presente no nosso eu. Davi sempre dava glória a Deus. Quer glorificar a Deus em tudo? Concentre sua vida nele (1Co 10:31), use o seu corpo para glorificá-lo (1Co 6:20) e reflita Jesus em tudo (Mt 5:16).

4. Davi afastava da sua vida tudo aquilo que poderia afastá-lo de Deus – v.12

O que está presente na sua vida que precisa ser retirado? Pergunte a Deus. Ele vai mostrar comportamentos, atitudes, palavras, objetos, hábitos, etc. Todo tipo de ídolo deve ser queimado. Lembre-se que ídolo não é somente peças de madeira ou gesso em formato de um ser humano ou animal. Ídolo é tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus na nossa vida.

5. Apesar de toda prática e conhecimento, Davi nunca abria mão de consultar ao Senhor – v.14

Que tipo de mentalidade você tem? Principiante, que sempre pergunta e quer aprender mais um pouco ou especialista, que já sabe de tudo? Algumas pessoas se acham tão boas naquilo que fazem que se acham especialistas. Novamente os filisteus vieram e mais uma vez Davi consultou ao Senhor. Apesar de saber guerrear bem, Davi sabia que Deus sempre tem estratégias novas. Cuidado para não continuar a sua caminhada achando que você é determinado naquilo que faz e descobrir mais adiante que você é na verdade um teimoso.

6. Davi se firmava na certeza de que Deus ia adiante dele e vencia por ele – v.15

Ter Deus sempre indo a frente traz uma paz inexplicável. Davi sabia que nas suas batalhas Deus dava o show e ele colhia os frutos. Da mesma forma, Deus quer abençoar os nossos empreendimentos. Peça a Deus que vá sempre com você e adiante de você.

7. Davi não abria mão de uma vida de obediência a Deus – v.16

Quer sucesso nas batalhas do dia a dia e nos seus empreendimentos? Obedeça a Deus. A gente sempre gosta de estar por cima, de conquistas, do topo. A Bíblia ensina em Deuteronômio 28:13 o seguinte: O Senhor te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e os cumprir. Nada substitui a obediência.

Vendo essas atitudes em Davi consigo entender porque perco de vez em quando e porque ele sempre foi um vencedor.

Que Deus fale contigo como tem falado comigo.

Uma semana de paz

Ricardo



segunda-feira, 25 de julho de 2011

ADORAR E NADA MAIS - QUANDO O CULTO SE TORNA A MINHA VIDA


Certa vez ouvi a seguinte frase do pastor Caio Fábio: “Se não tem culto na vida, não há vida no culto”. A falta de entusiasmo na celebração de domingo é fruto de um distanciamento do culto durante a semana. O entusiasmo das minhas declarações de amor está diretamente ligado ao nível de intimidade que vivencio com a pessoa. Quanto mais íntimo e próximo, mais intensifico o que sinto. Ninguém prega sobre isso, mas conseguimos estabelecer semanalmente o seguinte comportamento: Domingo é de Deus e a semana é minha. Estamos perdendo o nosso maior objetivo aqui na terra – glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Um dos salmos mais conhecidos da Bíblia é o de número 100. Já tinha estudado esse texto várias vezes, mas nunca tinha atentado nos imperativos presentes no mesmo. Pelo menos quatro imperativos podem sem destacados com lições preciosas para a nossa vida.

Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Em outras palavras, adore a Deus com toda a sua força e com todo o seu ser. O grito jubiloso é o equivalente na adoração ao grito de homenagem ou fanfarra para um rei. Em outras palavras precisamos celebrar a Deus com todo o nosso ser. Celebrar é realizar com solenidade, comemorar, festejar, publicar com louvor, exaltar. De muitas maneiras podemos expressar louvor a Deus. Você pode erguer as mãos; Você pode curvar-se e prostrar-se; Você pode aplaudir; Você pode dançar; Você pode gritar; Você pode sorrir; Você pode chorar. A ordem de Deus é celebrai – use todo o seu ser para o Senhor.

Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. Traduzindo, tenha a adoração como estilo de vida. A Bíblia nos ensina que fomos criados para agradar a Deus e adorá-lo para sempre. Dar prazer a Deus e agradá-lo é o que chamamos de adoração. A celebração contínua é algo presente na vida daquele que se tornou um adorador. Por guardarmos conceitos errados sobre celebração não conseguimos entender atitudes como a de Jó, que adorou a Deus logo após ter perdido tudo, nem a de Paulo e Silas na prisão, que mesmo açoitados e machucados puderam exaltar a Deus com altos louvores. Celebração é para toda vida, em momentos de alegria ou pesar. Isso significa que não importa o que estamos passando ou enfrentando. Sabemos que Deus está conosco e que todas as coisas cooperam para o nosso bem. Adoração não é um momento de culto, nem tampouco uma parte da nossa vida. Adoração deve ser um estilo de vida. Você e eu fomos criados para sermos adoradores. Adorar é muito mais do que música. A adoração não é para nosso benefício. Quando adoramos, nosso objetivo é agradar a Deus, não a nós mesmos. A adoração não é parte da nossa vida; ela é a nossa vida. Cada atividade pode ser transformada em ato de adoração, quando você a faz para louvar, glorificar e agradar a Deus. 1Co 10:31 Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus. Cl 3:23 O que vocês fizerem façam de todo o coração, como se estivessem servindo o Senhor e não as pessoas.

Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. Isso quer dizer, construa uma profunda amizade com Deus. Quer construir essa amizade com Deus? Rick Warren dá algumas dicas interessantes: Converse constantemente, medite continuamente, seja sincero com Deus, tenha uma vida de obediência na fé, valorize o que Deus valoriza, deseje ser amigo de Deus.

Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome. Entrar na presença de Deus e se colocar nos seus átrios, ou seja, renda-se por completo a Deus. “A simplicidade deste convite talvez oculte a maravilha do mesmo, pois o convite aqui é para entrar nos átrios do Senhor. Há um lugar reservado para o povo de Deus – a Sua presença”. Ele vem seguido de dois outros mandamentos – Rendei e Bendizei. Render traz o sentido de manifestar admiração e homenagem. Bendizer significa dar glória, declarar como bendito. Quando nos reunimos, como povo de Deus que somos, e temos o privilégio de entrar na Sua presença, um sentimento profundo, ardente e íntegro de resposta a Deus pelo que Ele é, deve encher os nossos corações. A verdadeira adoração acontece quando você se entrega totalmente a Deus. Render-se a Deus não é resignação passiva, fatalismo ou desculpa para a preguiça. Não é desistir de um raciocínio lógico – Deus não quer ser servido por robôs. Não é suprimir a sua personalidade. A rendição se manifesta claramente na obediência e confiança em Deus. Todo mundo em todo tempo se rende a alguém. Se não for a Deus, você se renderá às opiniões ou expectativas dos outros, ao dinheiro, ao rancor, ao medo, ao orgulho, luxúria ou ego. Stanley Jones dizia: “Se você não se rende a Cristo, se rende ao caos”.

O salmo começa alargando o horizonte – todas as terras – e conclui ampliando a visão e as nossas expectativas – Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.

Como aplico tudo isso a minha vida

1. Tornar a vida um culto a Deus é iniciar uma preciosa caminhada de adoração.

2. Se não há em mim uma santa expectativa de encontrar Deus nas celebrações, então comprovo o quanto estou distante dele.

3. Fomos criados para adorar. Não ter a adoração como estilo de vida é estar fora do propósito de Deus.

4. Não existe a menor possibilidade de se construir uma amizade íntima com Deus sem mudança de postura do dia a dia.

5. Render-se a Deus não é a melhor maneira de viver, é a única maneira de viver.

Uma semana de adoração pra você

Ricardo

segunda-feira, 11 de julho de 2011

ELA INSISTIU EM JESUS


Insistir em algo pode ser sinônimo de teimosia ou determinação. No caso da mulher cananéia, descrita em Mateus 15, acredito que foi determinação.

Uma mulher sem nome, de uma etnia diferente, que impressionou Jesus pela sua insistência em busca da libertação da filha.

As atitudes dela me levam a refletir sobre o tipo de cristianismo que tenho vivido. Ter convicções teológicas bem definidas distantes da prática tem me levado a muita teoria e pouca experiência.

Nas suas atitudes pude relembrar verdades essenciais da vida cristã. Rever essa história reacendeu o "cristianismo puro e simples" no meu coração.

Quais as atitudes vistas na mulher cananéia que servem para todos nós?
Vejamos algumas delas:

1. Buscou a solução naquele que era capaz de resolver o seu problema

Ela queria uma solução para a possessão da sua filha. Ouviu falar de Jesus e resolveu buscar nele a solução para a restauração da sua filha. Ela sabia qual o problema da sua filha – espiritual - Sabia quem era Jesus – promessa dos judeus (Filho de Davi)- pois havia uma consciência messiânica nela. Se é para buscar alguém, por que não buscar quem de fato pode ajudar? Por que não agimos da mesma forma? Por que sempre tentamos resolver do nosso jeito e só na última instância recorremos a Jesus?

2. Clamou a Jesus do fundo da sua alma

Se existe algo que chega aos ouvidos de Deus é o clamor do seu povo. Pelo menos em 70 ocasiões podemos ver o clamor na Bíblia. Até Jesus no momento de agonia e dor se utilizou desse recurso, pois com forte "clamor e lágrimas" ele buscou a face do Pai. O seu clamor foi de uma mãe aflita intercedendo por uma filhoa aflita. Isso agrada a Deus.

3. Expôs a sua dor sem medo de ser notada

A mulher continuou clamando por misericórdia, mesmo sem Jesus lhe responder. Os discípulos supuseram que Jesus estava aborrecido ao ser importunado pela mulher, mas na verdade eles estavam muito irritados. Foram a ele e pediram que mandasse ela embora sem atender o seu pedido. Mas mesmo essa irritação dos discípulos não intimidou aquela mulher. Ele não teve o menor receio de externar a sua dor. E nós ainda insistimos em aparecer como isentos de dor e sofrimento diante dos outros. Se está doendo, por que não dizer que está doendo?

4. Insistiu atrás daquele que parecia não lhe ouvir

Talvez eu desistisse depois de algumas tentativas. Acho que tenho feito isso em alguns momentos. Ela não desistiu e me relembrou com esse gesto ensinamentos de Jesus quando falou que deveríamos pedir e bater até abrir, quando contou a parábola do juiz iníquo e a viúva pobre. Insistir em Jesus... Ah como preciso praticar isso!

5. Adorou mesmo sem ter alcançado o que tanto buscava

Sabe o que é isso? Derramar-se em adoração mesmo sem ter da sua parte alguma “atenção”? Ela simplesmente não se intimidou pela "relutância" de Jesus em ajudá-la. Ele o adorou antes de receber algo da sua parte.

6. Entregou-se como serva e se submeteu ao seu senhorio

Ao declarar que Jesus era o Senhor da sua vida, com sinceridade, sem acanhamento, ela repetiu o mesmo clamor de maneira mais abreviada e mais pungente, Senhor, socorre-me!, enquanto se arrojou quase desesperadamente sobre a sua piedade.

7. Sabia que, vindo de Jesus, qualquer bênção era suficiente para realizar tudo o que era necessário

Jesus continuou negando-lhe atendimento quando afirmou não é bom tomar o pão dos filhos... A resposta da mulher foi direto ao alvo – mas até os cachorrinhos comem das migalhas. Em outras palavras, “não estou pedindo o que pertence aos outros; estou apenas pedindo que seja tratada como os cachorrinhos da casa que podem comer tudo que cai no chão”.

Ela alcançou a vitória – v.28 - Que fé extraordinária! Foi a resposta de Jesus. A sua fé chamou a atenção de Deus. Desde aquela hora a sua filha possuída por um espírito maligno ficou sã. Isso é persistência motivada por uma esperança inquebrantável.

O que sustentou essa mulher mesmo em meio a tanta oposição?

A fé. Ela acreditava que com apenas uma palavra Jesus poderia salvar a sua filha e se agarrou nessa fé.

A fé é a vitória que vence o mundo – 1 Jo 5:4. Duas vezes nos diz a Bíblia para buscarmos a fé – 1Tm 6:11; 2Tm 2:22; Sem fé é impossível agradar a Deus – Hb 11:6; As vitórias para Deus são alcançadas mediante a fé – Hb 11:32-39. Desde o momento da salvação até a entrada no céu, a fé é a chave todo-importante para Deus.

Fé é ter confiança profunda em Deus, no seu amor, sabedoria e poder. É ter a certeza de que Deus está no controle de tudo aquilo que envolve a sua vida. É ser capaz de dizer como Jó: “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13:15). Fé é obedecer mesmo quando o coração pergunta “por quê”?. Fé é ver as coisas na perspectiva de Deus, é ter a visão do amanhã de Deus. Fé é a disposição de agir conforme as promessas de Deus, como Abraão, de obedecer a Deus mesmo quando não sabe para onde Ele o está levando. Fé é a capacidade de suportar a mais violenta tempestade. Fé é conseguir louvar a Deus apesar das circunstâncias. "É a capacidade de sorrir quando todos estão sombrios, a capacidade de louvar a Deus quando todos os outros ao seu redor criticam e se queixam, a capacidade de cantar quando muitos à sua volta estão chorando".

A Fé a levou até Jesus, fez com que ela pedisse ajuda a Jesus. A fé a levou a se achegar a Jesus. A fé a levou a perseverar na hora da prova, na hora da dúvida. A fé a levou a vitória. A fé a levou a um conhecimento pessoal e íntimo com Jesus. A sua a levou um forte testemunho para o seu lar.

Tudo isso traz ensinamentos preciosso para a nossa vida

1. A persistência motivada por uma esperança inquebrantável sempre traz resultados incríveis da parte de Deus.

2. O silêncio de Deus em situações difíceis da nossa vida jamais significa descaso do Senhor, mas sempre uma oportunidade de crescimento.

3. Evidenciamos a nossa fé em Deus pelas nossas atitudes e ações.

4. Em Deus, a bênção, por mais insignificante que pareça, é capaz de transformar uma família. Nunca menospreze uma bênção por menor que seja. Eram só migalhas, mas capazes de libertar uma filha das garras do diabo.

5. Vitoriosos, na perspectiva de Deus, serão os que crêem nele de forma incondicional.

Insista em Jesus

Uma semana abençoada pra você

Ricardo

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Aba – Pai – A Intimidade que podemos ter com Deus


Quando observamos a relação de Jesus com o Pai ficamos impressionados. O termo usado pelas crianças judias, uma forma coloquial e íntima quando falavam com seus pais, foi o mesmo que Jesus empregou para se dirigir ao Pai. Aba (paizinho) não tinha precedentes no judaísmo nem em qualquer outra das grandes religiões do mundo. Jesus chocou mais uma vez os teólogos da época e a opinião pública.

O mais fantástico em tudo isso é que Jesus não guardou o privilégio para si mesmo. Ele nos convida e convoca a compartilhar a mesma intimidade e o mesmo relacionamento libertador. Paulo afirma em Rm 8:14-16 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

Somos levados pelo Espírito a clamar, Aba, Pai. É isso o que Jesus quer que vivamos. Intimidade com Deus é o principal efeito da encarnação de Jesus – Jo 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;

Somos filhos de Deus. 1 Jo 3:1 Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.

Saber disso abre a nossa mente para enxergar a nós mesmos e o outro de forma diferente.

Somos Filhos de Deus, portanto:

1. A maneira como nos enxergamos pode ter pouco a ver com aquilo que realmente somos.

Como você se enxerga? Qual a visão que você tem formado acerca de si mesmo? Talvez você se enxergue na visão dos outros. Talvez seja muito bem visto na sua aparência cristã. Você constantemente ouve uma voz interior sussurrando: “você é uma bênção, um sucesso no Reino de Deus...” Parece bonito, mas essa não é uma definição correta.

“Da mesma forma, quando você mergulha em desânimo, e a mesma voz interior sussurra: ‘você não tem nada de bom, é uma fraude, um hipócrita, um sujeito superficial’, não há nenhuma verdade em qualquer imagem que eu forme a partir dessa mensagem”.

Você é aquilo que Deus enxerga em você. É por isso que precisamos fazer do Senhor e de seu imenso amor os elementos constitutivos do nosso valor pessoal.

Quer uma boa definição pessoal? Defina-se como alguém que é amado por Deus. O fato de Deus amá-lo e escolhê-lo é que determina o seu valor. Aceite isso e permita que se torne a coisa mais importante da sua vida.

2. Deus nos ama

É uma frase simples, mas que exprime uma verdade transformadora – Somos amados de Deus.

Is 49:15 Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.

Deus nos amou sendo nós ainda pecadores – Rm 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.

“Ser o amado é nossa identidade, o centro da nossa existência. Não se trata de mera arrogância, uma ideia inspiradora ou uma designação entre tantas: é o nome pelo qual Deus nos conhece, e o modo como se relaciona conosco”.

Deus tem feito isso. A cada momento nos relembra que somos amados dele. Infelizmente, muitos de nós continuamos a cultivar uma identidade artificial e impedimos que a verdade libertadora de sermos os amados a suplante.

Ele diz em Is 43:1,4; 54:10 Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu... Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida... Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti.

Henry Nouwen escrevendo para um intelectual de Nova York, de quem era amigo íntimo, afirmou: “Tudo o que quero lhe dizer é: Você é o amado; e tudo o que espero é que você ouça essas palavras como se tivessem sido ditas com toda a ternura e a força que o amor é capaz de conter. Meu único desejo é fazer com elas reverberem em cada canto de seu ser: ‘Você é o amado’”.

3. Precisamos ser compassivos com o nosso próximo

Se eu sou filho de Deus, preciso reagir como ele reage. Quando observo a vida de Jesus percebo que ser como Deus é mostrar compaixão.

Donald Gray disse assim: “Jesus revela, numa vida excepcionalmente humana, o que é viver uma vida divina, uma vida compassiva”.

É sinal característico do filho de Deus a disposição de perdoar os inimigos. Lc 6:35 Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.

Como é duro vivenciar o perdão. Só existe um lugar para aprendermos mais sobre o perdão, o Calvário. Se ficarmos ali por um bom tempo, veremos o nosso Senhor perdoando apesar de toda tortura e sofrimento. É nessa unidade com o Crucificado, que conquistou nossa paz por meio do seu sangue na cruz, que aprendemos mais sobre perdão e compaixão.

“Compaixão sincera, que gera o perdão, amadurece quando descobrimos onde o inimigo chora”.

4. Somos aqueles que mais evitam julgar os outros

“Viver na sabedoria de quem aceitou a ternura afeta profundamente meu modo de perceber a realidade, a forma pela qual reajo às pessoas e às situações em que se encontram”.

O Preconceito tem destruído o cristianismo. Jesus deixou para todos nós a ordem de amarmos uns aos outros e de forma indiscriminada. Ou seja, não havia limites quanto “à nacionalidade, ao status, à etnia, a preferência sexual ou à amabilidade inerente ao ‘outro’”.

Você sabe o que é compaixão indiscriminada? É o que o evangelho nos ensina.

“Jesus, a face humana de Deus, nos convida a uma reflexão profunda sobre a natureza do discipulado verdadeiro e o estilo de vida radical do filho de Deus”.

Podemos ter uma fantástica intimidade com o Pai a ponto de chamá-lo de paizinho. Jesus deixou esse privilégio para cada um de nós. Podemos curtir essa relação íntima de uma forma especial. Ela será restauradora da visão que temos construído de nós mesmos e nos trará uma forma compassiva de olhar para as pessoas.

Comece hoje mesmo essa caminhada em direção ao Pai. Aproxime-se dele e chame-o de Aba.

Uma boa semana para você.

Ricardo

* As frases entre aspas são de Brennan Manning (O Impostor que vive em mim)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

DEUS CONTROLA TUDO


Há alguns dias tive a oportunidade de rever duas cidades do nordeste brasileiro. Em uma dessas cidades, uma cena chamou a minha atenção. O mar avançou tanto que vários edifícios estão no limite de serem atingidos pelas ondas.

Lembrei então de uma conversa que Jó teve com Deus. Após uma longa lista de questionamentos por causa dos seus problemas, sem obter nenhuma resposta de Deus, Jó resolveu silenciar. Enquanto estava em silêncio, Deus se pronunciou, mas não com respostas e sim com perguntas. Em uma delas Deus disse a Jó: Ou quem encerrou o mar com portas, quando irrompeu da madre; quando eu lhe pus as nuvens por vestidura e a escuridão por fraldas? Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus ferrolhos e portas,e disse: até aqui virás e não mais adiante, e aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas? (Jó 38:8-11)

Fiquei observando aquelas ondas do mar batendo nas pedras e retornando sem causar nenhum dano aos edifícios ali presentes e pensei: talvez eles nem parem para pensar nisso, mas por causa de uma ordem de Deus todos conseguem morar nesses locais com certa "tranquilidade".

Imagine se o mar fosse independente e fizesse o que quisesse. Deus traçou limites até para as ondas do mar. Não existe nada no universo que esteja fora do controle de Deus. Ele tem tudo nas mãos. Deus jamais será surpreendido por coisa alguma que aconteça.

A nossa história também está nas mãos de Deus. Não há nada que nos aconteça que fuja do seu controle. Deus estabeleceu todos os limites de segurança na nossa vida. Nada acontece sem a Sua permissão. Ele controla tudo.

Talvez você se veja sem controle diante de uma situação presente na sua vida. Você pode até ter perdido o controle, mas Deus não. Tudo está sob o Seu controle.

Temos hoje a possibilidade de vivenciar esses momentos difíceis de duas maneiras. Primeiro, entrar em desespero achando que não tem mais jeito. Segundo, acreditar que Ele está no controle.

Lembra do que Deus disse através do profeta Jeremias?

"Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais."

Você pode ter hoje circunstâncias difíceis na sua vida e tudo pode ser uma dura realidade. Mas não veja esses momentos como a verdade final da sua história. Experimente olhar para aquele que controla tudo e ouça a sua voz suave e forte dizendo: Não perdi o controle de coisa alguma.

Confie nEle. Ele sabe cuidar de tudo.

boa semana

Ricardo