terça-feira, 15 de novembro de 2011
CONFIAR EM DEUS
Na última terça-feira, dia 07.11.2011, acordei às 3h30 bastante preocupado com a situação da venda do imóvel onde estamos. Antes do prazo esperado fomos desafiados a uma compra impossível aos nossos olhos. Não sei como explicar, mas depois de um tempo Deus foi me enchendo de paz. Pela manhã, ao chegar à CPA, abri a Bíblia em 2 Samuel 24 e pude entender o que Deus estava requerendo nesse momento de imenso desafio.
O texto de Samuel mostra Davi num momento de fraqueza. É o mesmo texto citado em 1 Crônicas 21, sendo que lá há uma referência da ação de satanás na vida de Davi.
Num determinado momento da sua vida Davi resolveu levantar o censo militar da nação de Israel. O censo em si não é pecado. No caso específico de Davi, provavelmente a intenção fosse formar um exército regular. Davi queria conhecer o potencial das forças combatentes disponíveis.
Por muito tempo não entendi o erro de Davi e a reação de Joabe em não querer obedecer à ordem do rei. Só agora entendo que o pecado de Davi é o do orgulho de auto-suficiência, exatamente contrário da atitude que o caracterizou em toda a sua trajetória como rei. Medir a força do exército era esquecer tudo aquilo que ele cria e praticava. Era abrir mão da dependência do Senhor.
Davi, com esse gesto, estava abrindo mão da confiança em Deus para confiar na sua própria capacidade.
A minha preocupação diante do desafio de compra do imóvel nada mais era do que o reflexo da minha incredulidade. Estava tentando “calcular” o meu potencial. Medir a minha condição de alcançar o “alvo” tão difícil.
Deus falou comigo nesse texto. E me ensinou um caminho para restaurar a confiança nele.
Davi sentiu “bater” o coração quando o resultado do censo veio depois de nove meses e vinte dias. Ele tinha um coração sensível e orou imediatamente, primeiro confessando o seu pecado e, então, pedindo a remoção da iniqüidade, ou culpa, e de suas conseqüências.
As atitudes de Davi são lições preciosas para a nossa vida. Deixamos de confiar em Deus sem perceber que estamos agindo dessa forma. De repente, queremos resolver as coisas com as nossas forças. A ansiedade, preocupação e inquietação nada mais são que reflexos de uma vida que parou de confiar em Deus.
Davi precisou restabelecer a confiança no Senhor.
Primeiro, ele reconheceu que tinha pecado – v. 10 – Esse é o primeiro passo; reconhecer que tenho confiado mais em mim do que em Deus e isso é pecado. Tenho dado muitos nomes a esse pecado, como responsabilidade, compromisso, dedicação, trabalho, etc., mas no fundo é a minha tentativa de fazer acontecer com a minha própria força.
Quando Davi fez essa oração, Deus falou com o profeta Gade e deu três escolhas a Davi como punição por causa do seu pecado – Três anos de fome na terra, três meses nas mãos dos inimigos ou três dias com uma peste enviada por Deus. Davi escolheu a terceira. Aí está uma segunda atitude que nos leva de volta a confiar em Deus – Quando resolvo novamente colocar tudo nas mãos de Deus, seja em momentos bons ou ruins – v.14
Foram 70 mil israelitas mortos por causa da peste. Quando a doença estava chegando em Jerusalém, Davi orou mais uma vez ao Senhor e demonstrou uma terceira atitude necessária para quem quer restabelecer a confiança em Deus – Quando paro de culpar os outros e reconheço que o problema está em mim – v.17 – foi isso que ele fez. Reconheceu que tudo aquilo estava acontecendo por sua culpa. Muitas vezes as coisas não vão bem e ficamos procurando responsáveis sem assumir a nossa responsabilidade pessoal.
Deus ouviu a oração de Davi e mais uma vez enviou uma palavra através de Gade. O que foi solicitado, Davi obedeceu sem demora. A ordem era construir um altar em um determinado local, um campo de Arauna, para que a praga cessasse. Davi obedeceu tudo aquilo que lhe foi solicitado.
A gente pode guardar mais uma lição preciosa para restabelecer a confiança em Deus – Quando obedeço tudo o que Deus ordena e restauro a vida no altar – v.18 – Não existe nada melhor do que ter a vida no altar de Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável a Ele. Restaurar o altar é restaurar a adoração, restaurar o culto a Deus. Quanto mais próximo de Deus, mais confiante fico.
Davi recebeu de Arauna o campo e os bois para sacrificar, mas não aceitou e pagou o valor devido pelo terreno e pelos bois. Ele sabia que vida de confiança em Deus mexe na zona de conforto, custa muito, não é tão simples. Essa última lição é preciosa – Quando entendo e assumo o compromisso de pagar o preço devido para viver a confiança em Deus – v.24 – Não é simples. É um desafio. Mexe no meu eu, na minha tendência natural. Preciso aprender com Davi que confiança em Deus é algo que custa “caro”. Preciso me esforçar por isso. Não é sem motivo que a Bíblia me ensina que crer é uma batalha e que descansar é um esforço. Me custa muito confiar em Deus e eu quero aprender a pagar o preço devido.
Davi retomou a sua caminhada de confiança em Deus. Um detalhe marcante desse altar construído nesse local é que, posteriormente, o templo foi erguido aí.
A incredulidade nem sempre se manifesta de forma clara, mas ela sempre quer nos pegar de alguma forma. Não existe lugar mais seguro para apresentar tudo do que as mãos de Deus. Cada um tem a sua responsabilidade. Cada um responde por si e não pelos outros. A verdadeira prosperidade é encontrada na dependência que temos em Deus, e somente nele. Quando oferto de forma sacrificial, a repercussão espiritual do gesto alcança mais do que posso imaginar.
Se vamos conseguir comprar o imóvel eu não sei. Mais adiante quem sabe lhe respondo isso. Mas que eu estou em paz, isso estou. A única coisa que quero agora é confiar em Deus.
E como diz Paulo Cesar Baruk, “milagres ocorrem quando de joelhos estou”.
“Confiar em ti, de joelhos em amor ...”
Paz
Ricardo
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