segunda-feira, 29 de julho de 2013

E FARÃO DE TUDO PARA IMPEDIR A SUA CAMINHADA CRISTÃ

Efésios 6:10-24

Seria muito bom que a nossa vida aqui na terra fosse sem lutas e desafios. Principalmente quando encontramos o caminho da comunhão com Deus. O grande problema é que na caminhada com Deus somos levados a uma batalha diária cruel que tentará de todas as formas impedir a continuidade da nossa caminhada cristã.

Paulo destaca aqui que uma furiosa batalha está sendo travada. É invisível aos nossos olhos, mas é real. Ele começa com a expressão “quanto ao mais”. A ideia não é a de uma introdução à conclusão, mas sim, “a partir de agora”, ou seja, “durante o tempo que resta”.

A partir de agora, tome atitudes que ajudarão você a vencer essa batalha espiritual ferrenha que tentará te afastar de tudo aquilo que Deus tem preparado para você. Paulo orienta a igreja a enfrentar essa batalha.

Quais as atitudes da igreja para enfentar os dias maus e alcançar a vitória final?

1. Diariamente se fortaleça em Deus e no seu poder – v.10

Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.

A nossa fonte de poder é Deus. Ele tem o poder infinito. Paulo está mostrando algo razoável uma vez que ele já tinha falado sobre o poder de Deus antes. Se para ele Deus é capaz de fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, precisamos diariamente nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder.

É em Deus que encontramos forças para ir adiante e é ele toda fonte de poder. Deus tem todo o poder e quer usar esse poder em nosso favor. Quanto mais o buscamos e nos aproximamos dele, mais somos fortalecidos pela sua presença e pela força do seu poder.

2. Saiba quem de fato é o seu inimigo – v.11,12

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

Paulo nos alerta quanto ao verdadeiro inimigo e deixa bem claro no texto que os nossos inimigos não são seres humanos. O conhecimento do inimigo das nossas almas e um respeito sadio pelas suas proezas funcionam como uma espécie de preliminar necessário para que o vençamos nas batalhas.

Nossos inimigos não são humanos, mas demoníacos. É interessante lembrar que a igreja de Éfeso conhecia muito bem esse tipo de coisa porque no seu início o acontecimento com os filhos de um sacerdote que apanharam de demônios se tornou conhecido e gerou temor entre todos.

Paulo diz que esse inimigo é poderoso. As expressões principados e potestades não nos deixam saber se há uma hierarquia no inferno, mas nos mostra o poder e a autoridade que exercem. A expressão “dominadores desse mundo tenebroso” nos mostra a ideia de que eles tentam controlar o destino da humanidade.

Paulo também afirma que estes são malignos. Como o poder em si é neutro, ou seja, pode ser usado para o bem ou para o mal, Paulo faz questão de enfatizar que eles são do mal. Paulo os chama de “forças espirituais do mal”, que operam nas “regiões celestes”. São verdadeiros agentes secretos do mal.

Outro detalhe forte dos inimigos é que eles são astutos. Paulo descreve aqui as ciladas do diabo. Um dos maiores êxitos das astúcias do diabo é quando ele consegue persuadir as pessoas que ele não existe.

Nós não estamos lidando com seres quaisquer, mas contra seres que querem a todo custo nos destruir e afastar de Deus.

3. Revista-se corretamente com tudo aquilo que garantirá a sua vitória contra o seu maior adversário – v.13-17

Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; 16 embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;

A expressão de Paulo no texto se refere a armadura completa de um soldado pesadamente armado. É interessante ver que Paulo alista em detalhes as seis peças principais do equipamento do soldado – o cinto, a couraça, as botas, o escudo, o capacete e a espada – e usa cada uma delas como ilustração daquilo que deve estar presente em nossas vidas – verdade, justiça, evangelho da paz, fé, salvação e da Palavra de Deus.

Quando ele cita a verdade, nos mostra que o diabo abomina a verdade transparente. É o contrário da mentira mesmo!

Justiça significa, frequentemente, na Bíblia justificação, ou seja, a iniciativa graciosa de Deus em fazer com que os pecadores fiquem de bem consigo através de Cristo. Se vivemos esse relacionamento correto com Deus mediante Cristo, temos uma forte couraça que nos protege contra as acusações satânicas.

As botas para o cristão são a preparação do evangelho e “preparação” traz a ideia prontidão, preparo, firmeza. Quanto mais firmeza no evangelho, mais possibilidade de vitória.

O nosso escudo é a contra todos os dardos do maligno, que são suas acusações maliciosas que inflamam nossa consciência com pensamentos de dúvida, desobediência, rebeldia, concupiscência, malícia ou de medo. É a fé que toma posse das promessas de Deus nos tempos de dúvida e depressão, toma posse do poder de Deus nos tempos de tentação.

O capacete do cristão é a esperança da salvação, ou seja, a certeza da salvação futura e definitiva. Nós já fomos perdoados por Deus, libertados da escravidão de satanás e fazemos parte da família de Deus.

As primeiras peças funcionam para a defesa, mas a última serve tanto para a defesa como ataque. A Palavra de Deus é a espada do cristão, chamada aqui por Paulo de Espada do Espirito. É assim que estamos completamente protegidos contra os ataques do inimigo das nossas almas.

A verdade em todos os momentos, porque a mentira nos alia a ele; a certeza de que já fomos perdoados (justificados por Deus) e, por isso, já não há mais nenhuma acusação sobre nós; firmeza e conhecimento do evangelho de Deus que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16); convicção de que aquilo que Deus falou na sua Palavra, vai se cumprir na minha vida – fé – que nada mais é do que acreditar plenamente que Deus não mentiu naquilo que disse; ter a certeza de que foi salvo por Jesus e estará eternamente com ele; e por fim, aprender mais e mais da Palavra de Deus e torna-la o seu guia de fé e prática.

4. Encare todos os desafios sem abrir mão da mais poderosa arma de vitória – v. 18a

com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito

A oração é a maior arma de vitória. Jesus governa o universo pela oração. Ele vive para interceder. Mesmo tendo todo o Poder e um nome acima de todo nome, resolveu reinar através da intercessão – Hebreus 7:24,25 este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.

Além de termos o Deus Filho (Jesus) como nosso companheiro de oração entronizado, temos o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade, que foi enviado por Jesus e pelo Pai (veja João 16:7 e 14:26) para habitar em nós – 1 Coríntios 3:16,17 Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.

O que o Espírito Santo faz ao habitar em nós? – Ele nos santifica2 Tessalonicenses 2:13 (Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,) ; Ele nos capacitaAtos 1:8 (mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.) ; Ele nos guia em tudoJoão 16:13 (quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.) ; Ele testemunha através de nós1 João 5:8 ; e nos ajuda a orarRomanos 8:26 (Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.)

Deus nos capacitou e entregou tudo aquilo que é necessário para termos uma vida de oração. Não existem portas fechadas que impeçam a oração; não existem prisões que nos impeçam de orar. A oração é uma arma que ninguém pode retirar de você. Só você pode rejeita-la e deixar de usa-la. Não existe nada que detenha a oração.

5. Ore pelos seus irmãos em Cristo, para que eles também sejam vitoriosos. É na vitória da igreja que encontramos a nossa vitória – v.18b

e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos

Wesley Duewel diz em seu livro Toque o mundo através da oração: “Certas ocasiões não sabemos a razão de nos sentirmos como se carregássemos um peso sobre os ombros, apenas sentimos ter recebido um impulso especial do Senhor para orarmos, uma sensação de chamado e responsabilidade para orar num determinado momento”.

Sempre que você lembrar de alguém, ore por essa pessoa. Pode ser que seja uma simples lembrança, mas pode ser que Deus está te convidando a fazer parte dessa cadeia de intercessão.

6. Seja suficientemente sábio para saber da sua própria necessidade e humilde para pedir a outros que orem por você – v.19a

E também por mim

Nós precisamos uns dos outros. Precisamos de oração. Ser humilde nesse sentido nos ajuda a caminhar a carreira cristã.

Não caminhe sozinho. Busque ajuda sempre. Existem batalhas que precisamos de cobertura de oração em nossas vidas. Não tenha o menor constrangimento de pedir a outros irmãos que orem por você.

O que Paulo estava precisando naquele momento? Que Deus que lhe desse intrepidez para testemunhar continuamente o poder do evangelho – v.19b para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho,

Precisava ser fortalecido e não perder a ousadia. Paulo queria se lembrar sempre de quem era e qual o seu propósito na terra. v.20 pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.

Não tenha receio de pedir a outros que orem por você. Paulo estava preso e sabia que precisava de oração para continuar com o mesmo ânimo e determinação.

7. É na comunhão e no compartilhar com os irmãos que encontramos consolo e força para continuar – v.21,22

E, para que saibais também a meu respeito e o que faço, de tudo vos informará Tíquico, o irmão amado e fiel ministro do Senhor. Foi para isso que eu vo-lo enviei, para que saibais a nosso respeito, e ele console o vosso coração.

Não se afaste da comunhão com os irmãos. Enquanto estamos juntos somos fortalecidos. A reciprocidade é chave na caminhada da igreja na terra. Juntos nos fortalecemos, nos consolamos, nos animamos, admoestamos uns aos outros, oramos uns pelos outros; juntos vivemos a ideia de igreja corpo vivo de Cristo.

8. Aproprie-se e viva diariamente com aquilo que só Deus pode dar - v.23

Paz seja com os irmãos e amor com fé, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. A graça seja com todos os que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus Cristo.

Paz é uma expressão bem presente nessa carta. Paulo disse que Jesus é a nossa paz. Tão interessante o desejo de Paulo que a igreja viva nessa dimensão de paz e amor com fé.

A fé a igreja já tinha. Agora ele pede a igreja que vivam essa fé encharcada de amor.

Ele também ministra a graça, mas veja que é sobre aqueles que amam sinceramente (sem corrupção).

Paz, Amor com fé e Graça. Viva em paz, creia com amor e lembre-se que a graça de Jesus te basta.

Tome posse hoje mesmo da paz e da graça que só Jesus pode dar. E creia com a fé que um dia ele te deu, mas que essa fé seja cheia de amor.

As lutas serão diárias. Às vezes muito intensas, outras vezes menos. O que é certo é que elas acontecerão sempre em nossas vidas.

Que estejamos preparados para que os nossos inimigos não interrompam a nossa caminhada cristã.

Uma semana de vitória pra você.

Ricardo Carvalho

segunda-feira, 22 de julho de 2013

NÃO BASTA APENAS SER UMA BOA PESSOA E FAZER TUDO CERTINHO

É preciso também ter um coração apaixonado...

Apocalipse 2 e Atos 19

Deus resolveu escrever uma carta a igreja que se reunia na cidade de Éfeso. Paulo visitou esta Igreja (At 18:19-21) em sua passagem de Corinto a Jerusalém. Isto foi durante a sua Segunda viagem missionária, cerca de 52 AD. Foi ali que ele deixou Priscila e Áquila (At 18:19); e que Apolo ensinou com ardente zelo (At 18:25). Em sua terceira viagem missionária, Paulo gastou ali 3 anos (At 20:31). O seu trabalho foi grandemente abençoado, não só em Éfeso, mas também na região circunvizinha.

Além de Apolo, a Bíblia nos diz que Timóteo também pastoreou em Éfeso (1 Tm 1:3). A igreja teve grandes pastores e foi uma benção para aqueles que ali congregavam. Uma tradição antiga, confirmada pela maioria dos estudiosos, diz que, no período da revelação do Apocalipse João era o pastor daquela igreja. Isso antes de estar em Patmos, exilado. Se a tradição é correta, a pulsação de João deve Ter acelerado quando ouviu que a primeira das sete cartas destinava-se exatamente à igreja em Éfeso.

Uma igreja boa e que fazia tudo certinho

As declarações de Jesus a essa igreja são por demais interessantes:

a. Trabalhava com empenho e dedicação, sem desistir no meio do caminho – “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança”.

b. Estabeleceu um padrão de comportamento movido pela bondade, sendo firme com aqueles que eram maus – “e que não podes suportar homens maus”.

c. Era confrontadora quando o assunto era estudo das Escrituras – “e que puseste à prova os que a si mesmo se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos”.

d. Não se deixava abater pelas lutas, perseguições e provações, mas se mantinha firme no propósito – “e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer”.

e. Odiava relativizar a vida cristã – “odeias as obras dos nicolaítas” – os nicolaítas pregavam a mesma doutrina de Balaão – mundanismo (envolvimento com as coisas do mundo) – “Que mal há nisso? Todo mundo faz, por que não você?”.

Só que Jesus faz uma grave acusação, seguida de três ordens urgentes a essa igreja boa e correta em tudo: Tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Vocês se perderam no curso da história e caíram – “lembra-te, pois, de onde caíste” – Mudem já de atitude – “arrepende-te” – Voltem a viver como no início – “e volta à prática das primeiras obras”.

Como viver como no início? Talvez você não entenda o que significa primeiro amor, mas o próprio nome já o define. É o primeiro momento, é o começo do relacionamento com Jesus. Existem algumas coisas, algumas mudanças, alguns comportamentos, que marcam a nossa história e caminhada cristã. Se você não vivenciou nada disso ainda, certamente você ainda precisa se entregar a Jesus. Deixe eu mostrar a você como se comporta alguém que não apenas faz tudo certinho, mas que tem também um coração apaixonado por Jesus.

O texto de Atos 19 mostra o verdadeiro impacto que os cristãos experimentaram e causaram naqueles dias em Éfeso. A forma como eles viviam e suas reações demonstravam claramente como viviam aqueles que estavam vivendo o primeiro amor.

No primeiro amor

1. Estamos abertos e sedentos para tudo aquilo que Deus tem pra nós – v.5,6

Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.

Paulo já encontrou discípulos ali em Éfeso e na conversa percebeu que eles só sabiam de algo que conheceram através de João Batista. Ele propôs que eles fossem batizados em nome de Jesus e recebam o Espírito Santo. Eles prontamente aceitam.

É assim. No primeiro amor queremos ser batizados, queremos ser cheios do Espírito Santo, queremos experimentar das manifestações espirituais (dons). Queremos tudo aquilo que Deus tem preparado para nós. Estamos abertos e desejosos de aprender mais. Se a Bíblia diz que existe algo mais, queremos de todo o coração. Esse desejo ardente pelas coisas de Deus é bem forte e presente.

2. Desejamos ficar juntos com outros irmãos diariamente e aprender mais da Palavra de Deus – v.9,10

Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo, apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano. Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos.

É fruto do primeiro amor o desejo de aprender mais da Bíblia. A gente quer estudar, quer ler, ficar junto com outros irmãos. Há uma sede especial pela palavra de Deus. Primeiro amor gera ajuntamento, desejo de estar junto para crescer em Deus. Cada dia, cada momento precisa ser bem aproveitado para aprender mais de Deus.

3. A nossa fé é constantemente aquecida na firme convicção de que servimos a um Deus poderoso e que faz milagres – v.12

a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam.

A igreja via como Deus usava Paulo de forma poderosa e tinha convicção de que esse Deus era capaz de fazer muito mais. Como Paulo não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, eles levavam peças de roupas para os momentos de oração e pessoas eram curadas e libertas. Não me chama atenção o uso de objetos, pois não creio que esse ponto tenha se tornado doutrina, mas a convicção pessoal de que Deus iria curar ou libertar estava incutida no coração de cada irmão.

Esta certeza de que servimos a um Deus vivo e que é capaz de fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos é fruto do primeiro amor. Ele transformou a nossa vida. Não existe nada que ele não possa mudar, curar, restaurar, libertar, etc.

4. A nossa forma de viver e o nosso falar se tornam uma referência entre os homens, diante de Deus e até no reino das trevas – v.15

Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?

O episódio foi muito interessante. Filhos de um sacerdote queriam também fazer o que os discípulos faziam – libertar possessos de espíritos malignos – mas foram confrontados e ridicularizados diante de todos. Os próprios demônios diziam conhecer Jesus, Paulo, mas não sabiam quem eram aqueles.

Uma igreja que está no primeiro amor é logo percebida até pelo inferno. A Bíblia nos ensina: 1 Coríntios 4.9 Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens.

Isso é fato: terra, céu e inferno nos observam diariamente. A pergunta que fazemos é a seguinte: o que dizem eles quando olham pra mim? Hoje eu posso ser referencia de vida pra alguém? Hoje eu posso dizer como dizia o apóstolo Paulo, sede meus imitadores assim como eu sou de Cristo? No primeiro amor a nossa forma de viver fala primeiro e mais alto.

5. Renunciamos de forma visível toda a vida de pecado e tudo aquilo que desagrada a Deus – v.18

Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras.

Primeiro amor faz isso – a gente abomina vida de pecado. Quando vejo “conversões” sem mudança de comportamento fico a questionar se de fato houve conversão. A Bíblia é clara: E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. 2 Co 5:17.

Não existe outro modelo ou padrão na Bíblia. Conversão é mudança radical, é transformação de vida. Eu acredito que a conversão é uma realidade quando há real mudança de vida e atitude. Quando renunciamos o pecado publicamente.

6. Arrancamos da nossa vida aquilo que nos desvia dos caminhos do Senhor – v.19

Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinquenta mil denários.

Primeiro amor faz isso. Se existe algo que nos atrapalha e prejudica a caminhada cristã, a gente “queima”, tira da nossa vida. E não é preciso que ninguém peça ou fale. O Espírito Santo fala conosco e nós obedecemos. Se você tem alguma coisa na sua vida ou guardada com você, que precisa ser lançada fora, faça isso! Se de fato você ama Jesus e quer servi-lo de todo o coração, arranque da sua história tudo aquilo que pode se tornar um tropeço pra você!

7. Experimentamos crescimento espiritual (Conhecimento e prática da Palavra) e passamos esse conhecimento adiante (discipulado) – v.20

Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente.

É o acontecimento natural. Ser discípulo e fazer o discipulado! Todos nós deveríamos ser discipulados e fazer discípulos. É para isso que estamos aqui.

Quando olhamos esses fatos vivenciados pela igreja de Éfeso no princípio, entendemos as palavras de Jesus a essa igreja no livro de apocalipse. Quando a igreja começou, tinha prazer de estar junta para estudar a Bíblia; queria mais de Deus sempre; cria plenamente em Deus e via os seus milagres; dava testemunho e impactava aquela geração; renunciava o pecado publicamente e tirava da vida tudo aquilo que desagradava a Deus.

Não esqueço da frase de John Wesley – “Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo.” Não tenho dúvidas que Jesus tem contra nós o mesmo hoje – ABANDONAMOS o primeiro amor. Ele foi jogado fora, deixado no meio do caminho.

A gente tem poucos encontros semanais hoje como igreja e muitos se ocupam com outras coisas perdendo até esses poucos momentos. Por mais que leiamos na Bíblia o que Deus tem para nós, não temos visto sede por mais de Deus nas pessoas. Não existe no nosso meio a santa expectativa pelo milagre de Deus. Dizemos que cremos, mas não o aguardamos! O que dizem as pessoas lá foram quando olham para as nossas vidas? Qual a diferença de comportamento e conduta cristã que estabelecemos para a nossa geração? Nos aproximamos tanto do mundo que tudo aquilo que o mundo faz, nós também fazemos como se fosse normal.

Eu creio que algo novo vai acontecer no nosso meio quando retomarmos o Primero amor. Nós não teremos o menor constrangimento de abandonar a mentira que vivemos com tanta seriedade e abraçaremos a verdade. Reconheceremos que estamos enxarcados de conceitos e práticas contrários as Escrituras e retomaremos o caminho cristão. Veremos as pessoas renunciando a vida de pecado oculto. A pornografia será arrancada da vida de muitos. O “Ficar” e o “pegar” todos e todas como se relacionamentos sem propósito fossem certo, mesmo sabendo que a Bíblia ensina que sem objetivo é pecado, será renunciado! Aguardar o tempo e o momento certos, por entender que transar no namoro é rejeitar que o sexo foi deixado por Deus como uma grande benção para o casamento e que é com ele que o casamento é consumado, passará a ser a nossa pratica comum. Agir de forma leal nos negócios e, dessa forma, ver a benção de Deus na sua vida! Deixaremos de ser monstros em casa e cordeiros diante dos outros. A nossa familia viverá a alegria de ser formada por servos e servas de Deus. Não trocaremos o tempo de crescimento como igreja por nada que pareça mais interessante. Pessoas serão mais importantes do que os nossos projetos e desejos pessoais. Por amor as pessoas, abriremos mão dos nossos desejos, porque pisar e destruir alguém para conseguir o que tanto queremos não fará parte do nosso comportamento. Deixaremos a busca por novos tipos de amor, mas nos dedicaremos a viver o maior amor que um dia foi abandonado e agora reencontrado. Não nos conformaremos apenas com uma vida certinha, com tudo em ordem e caminhando “bem” na prática cristã, mas o nosso coração arderá mais, a cada dia, quando pensamos em Deus.

Cada um sabe como se encontra e cada sabe quando abandonou o primeiro amor. As palavras de Jesus são fortes e urgentes: Ponha a cabeça pra pensar um pouco e lembre quando foi que você abandonou o primeiro amor. Dê meia volta e recomece de onde parou!

Que Ele nos ajude!

Boa semana.

Ricardo Carvalho

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

A HISTÓRIA TRÁGICA DE UMA GERAÇÃO QUE TINHA TUDO PARA SER FELIZ

Sl 78

Asafe escreveu pouco, mas viveu intensamente com Deus. Teve seus momentos de crise, mas o seu amor por Deus e pela sua causa eram especiais. No Salmo 78 ele chama a atenção do povo de Deus, talvez numa tentativa de convencê-los a não repetir a história, mas aproveitar o melhor de Deus em suas vidas.

Durante vários dias li e reli esse Salmo para entender alguns pormenores. Vi no verso 7 o maior desejo de Deus apresentado pelo salmista. Três coisas Deus queria ter do seu povo. Que eles confiassem somente nele, que lembrassem de tudo aquilo que ele já tinha feito em suas vidas e que eles amassem e praticassem a sua palavra.

Asafe relata no Salmo o que Deus fez pela geração que saiu do cativeiro do Egito. Deus fez muito por aquela geração. Livrou-os do cativeiro de forma maravilhosa – v.12,13; Guiou-os em todos os momentos promovendo sempre o bem-estar de todos – v.14; Supriu todas as suas necessidades – v.15,16,24,27; Agiu com misericórdia e sempre perdoou mesmo sabendo que, em muitos momentos, eles não estavam sendo verdadeiros – v.36-38; Sempre cumpriu aquilo que prometeu – v.54; Deu ao seu povo morada e proteção – v.55.

Mas ele também relata a resposta daquela geração a tudo aquilo que Deus fazia por eles: Foram obstinados e rebeldes não apenas uma, mas inúmeras vezes – v.8a e v.40; Não vivenciaram uma comunhão constante com Deus – v.8b; No íntimo, não foram fieis a Deus – v.8c; Tentaram a Deus no coração, ou seja, no deserto, quando o povo precisou de água, disse a Moisés que somente se água aparecesse eles continuariam seguindo e confiando em Deus, pois só assim eles saberiam que Deus estava entre eles – v.18,19; Não creram em Deus, nem no eu poder para salvar – v.22; Mesmo sabendo que muitas consequências ruins na vida eram frutos de pecados cometidos, preferiam continuar distantes de Deus – v.32; Das vezes que resolveram buscar a Deus, o fizeram de forma superficial – v.36; O quanto puderam, resistiram a Deus e a sua Palavra – v.56.

O resultado final foi que Deus parou de falar e manifestar a sua presença àquela geração – v.60 e toda a geração morreu sem conquistar a bênção prometida – v.31; Josué 5:6

A pergunta que vem ao meu coração agora é: Qual será o final da nossa geração? As coisas não parecem muito diferentes hoje. Ao invés de sermos perseverantes na Palavra de Deus, temos sido obstinados em nossos desejos e projetos pessoais. Os nossos alvos pessoais, bem como as nossas práticas diárias, nem sempre, estão focadas no Reino de Deus, mas somente aqui na terra. Buscamos quase sempre os nossos interesses e queremos apenas suprir os nossos anseios pessoais. A constância espiritual tem se tornado uma raridade. Vivemos numa espécie de gangorra espiritual, num sobre e desce sem fim. A fidelidade não tem sido uma marca da nossa geração. Não conseguimos ser fieis nem nas pequenas coisas, como dízimos e ofertas, por exemplo.

Temos nos tornado uma geração que duvida do poder de Deus. Somos movidos pelos desejos particulares, que nada mais são do que caprichos pessoais. Tem faltado a fé genuína, a confiança plena em Deus.

Será que Deus esqueceu de nós? Será que ele não tem planos perfeitos para cada um de nós? Ele afirma: Jeremias 29:11-14 Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar- me- eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte; congregar- vos- ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer- vos ao lugar donde vos mandei para o exílio.

Ele não nos perdeu de vista. Ele ainda tem todo o controle e todo poder. Ele é e sempre será o único Deus.

Temos sofrido por causa dos pecados que cometemos e nem por isso nos consertamos e ajustamos a nossa vida com Deus. A superficialidade na adoração e na devoção é notória. Se fizéssemos uma pesquisa para saber quantos tem preservado a devoção (leitura da Palavra e oração) diariamente, certamente ficaríamos estarrecidos.

Quem olha para a igreja hoje, acha que ela vive um grande momento. Eu acho que não. Estamos perdendo o foco do Reino de Deus. Atentem para o que eu estou dizendo!

Eu escrevi no facebook esses dias: Acho que estou meio paranoico, mas o sentimento que tenho bem forte em mim é que os cristãos com quem convivo ou pastoreio, parecem buscar hoje em dia mais amizades, diversão e bem-estar pessoal do que o reino de Deus. Tem alguma coisa que não bate com o modelo bíblico!

Parece que perdi o “bonde” da história da igreja. Talvez tenha me tornado retrógrado (que anda pra trás e que é contra o progresso) ou ultrapassado no meu conceito de Igreja, corpo vivo de Cristo. Eu não estou mais sabendo ser pastor no meio dessa geração. Eu não tenho conseguido me “modernizar” do jeito que a igreja quer. Infelizmente, o meu modelo de igreja ainda está em Atos dos Apóstolos. Não sei viver outro modelo. Sou de uma época onde as pessoas da igreja arregaçavam as mangas para trabalhar, que não trocavam as celebrações de domingo por nada, que gostavam de ficar juntos e viver igreja era uma festa.

As coisas mudaram e quase não encontro pessoas assim. Vivo uma sensação horrível de voz que clama no deserto, de estar no lugar e época errados. Há muita festa entre nós e pouco quebrantamento; há muita conversa entre nós e pouca edificação; há muita amizade, mas pouca intimidade pessoal e espiritual.

Três coisas Deus pediu ao seu povo no passado: Confie em mim somente; Lembre-se de tudo aquilo que já fiz na sua vida; Ame e pratique a minha Palavra. Será que Ele já alcançou isso em nós? Temos confiado somente em Deus? Temos lembrado de tudo o que ele já fez na nossa vida? Amamos e praticamos a sua Palavra?

Já lemos na Bíblia que o nosso Deus é tardio em irar-se: O Salmo 145:8 Benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar- se e de grande clemência. Mas é importante que conheçamos também o que diz Naum 1:3 O SENHOR é tardio em irar- se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.

O fato de termos um Deus longânimo não nos libera para abusar da sua longanimidade. O alerta de Asafe para a sua geração serve para a nossa geração.

Se não estou equivocado, Asafe esteve presente nos grandiosos momentos do reinado de David, onde Deus manifestou o seu poder e Glória e também em momentos especiais do reinado de Salomão.

Asafe amava a Deus e dedicou a sua vida para servi-lo. Se você der uma lida no Salmo 73, perceberá que ele não estava alheio ao comportamento humano. Teve seus momentos de dúvidas, mas buscou a presença do Senhor e reafirmou que era bom confiar somente nele, lembrar de todos os seus feitos e viver a sua Palavra.

Se Deus hoje perguntasse a você: você confia somente em mim? O que você responderia a ele? Se ele perguntasse: Você tem trazido à memória os meus grandes feitos na sua vida? O que você diria? Se perguntasse ainda: Você tem sentido o sabor da minha palavra regularmente? Qual seria a sua resposta?

São três coisas que Deus nos pede. Sem elas, o caminho que percorremos pode ser o mesmo da geração que saiu do cativeiro. Espero que Deus amoleça o seu coração e você reflita profundamente sobre o estilo de vida cristã que você tem levado.

Uma semana de Paz!

Ricardo Carvalho

domingo, 7 de julho de 2013

NEM SEMPRE O NOME DEFINE O LUGAR

Por que Deus não tem agido abundantemente no nosso meio?

João 5

O Rev. Hernandes Dias LOPEZ conta no seu livro Avivamento Urgente, uma história muito interessante. Certa feita, Alexandre, o Grande, passava em revista a sua tropa. Ele era severo com seus soldados e nunca aceitava deles covardia. Ele era um homem guerreiro, valente e jamais recuou diante do inimigo no fragor da batalha. Era um conquistador inveterado, um expansionista sem limites. Quase todos os que passavam por ele, assentado em seu trono de pompa e glória, eram severamente castigados por seus delitos. Entretanto, aproximou-se um jovem simpático, meigo que logo conquistou a simpatia do rei. Então, Alexandre perguntou ao comandante: 'Comandante, qual é a acusação contra esse soldado?'. Ele respondeu: 'Majestade, ele foi apanhado fugindo do inimigo e escondendo-se em uma caverna'. O rei enrubesceu a face e ficou irado. Ele não tolerava covardia. Mas, de novo, a compaixão e a simpatia voltaram ao coração do rei e ele demonstrou benignidade ao soldado e perguntou-lhe: 'Soldado, qual o seu nome?'. O jovem, aliviado, respondeu-lhe: 'Alexandre, senhor'. Alexandre, num ímpeto de fúria, saltou de sua cadeira, agarrou o soldado pelo peito, jogou-o com força ao chão e com o dedo em riste, disse: 'Soldado, muda de nome ou muda de conduta!'.

A narrativa que lemos em João nos mostra Jesus em Jerusalém chegando a um lugar chamado “tanque de betesda”. O que se percebe no texto é que as pessoas que ali frequentavam esperavam por curas. Betesda era um tipo de santuário de curas para os frequentadores. A ideia é que havia uma espécie de lagoa ou tanque onde se acreditava que de tempos em tempos a água era agitada por um anjo e aquele que ali entrasse seria curado. Na concepção dos frequentadores, aquele era um espaço terapêutico, mas na prática parece que não era isso que acontecia.

Jesus entrou naquele lugar onde havia muita gente presente. Eram muitos enfermos e aleijados reunidos em um só lugar em busca de cura. O que nos chama a atenção é o fato de Jesus voltar os seus olhos apenas para um homem que ali estava. Um homem que há trinta e oito anos padecia de uma enfermidade.

Alguns questionamentos parecem não ter respostas: Por que Jesus não curou a todos, mas somente aquele homem? Por que Jesus perguntou a um homem que estava buscando a cura, se de fato queria ser curado?

Betesda significa casa de misericórdia divina. Numa tradução literal Betesda seria “lugar de derramamento”. Jesus passou por cima da proposta do santuário milagroso e curou o doente com a sua palavra de Poder. O rito ali praticado não o influenciou em nada. Ele fez do seu modo.

A verdade é que Jesus sabia que o nome daquele lugar não refletia a realidade presente. Ele não apenas ignorou o modelo presente, como iniciou com o milagre um profundo embate com os religiosos. Ao curar o homem ele ordenou ao que tinha sido curado que tomasse o seu leito e fosse embora. Só que era um sábado e os religiosos não toleravam nenhum tipo de serviço no dia de descanso.

Jesus só curou um homem naquele lugar. Jesus olhou com misericórdia para aquele homem deitado no chão que desejava tanto ser restaurado. Mesmo assim perguntou a ele se de fato queria ser curado. Por quê? Às vezes estamos há tanto tempo em um ambiente enfermo, tomados pelas nossas enfermidades e cercados por tantas pessoas enfermas, que não sabemos mais o que significa ter uma vida saudável e viver de forma saudável. Jesus sabia que o motivo especifico daquela enfermidade tinha sido pecado. V.14 Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.

Do que adianta ter um nome e a essência mostrar outro nome? Betesda, o tanque do derramamento, o tanque da misericórdia, tinha mais fama do que eficácia.

A igreja local pode se tornar uma espécie de tanque de Betesda. Pode ser um lugar que anuncia cura e restauração, mas as pessoas continuarão enfermas. Com o passar do tempo poderá criar ritos na expectativa de que, através desses ritos, algo poderoso aconteça. Programas e atividades são criadas na tentativa de atrair e alcançar pessoas, mas a verdadeira mudança de vida, cura e restauração não acontecem.

Por que Jesus não agiu plenamente naquele lugar? Por que não realizou um grande mover entre os que ali estavam? Leonard Ravenhil, disse que “a maior vergonha dos nossos dias é que a santidade que ensinamos é anulada pela impiedade do nosso viver”. O Rev. Hernandes comenta: “Há um divórcio entre o que a Igreja prega e o que a igreja vive. Há um hiato entre o sermão e a vida, entre a fé e as obras. Hoje os crentes não vivem o que pregam e pregam o que não praticam”.

Para Jesus, o nome não definia aquele lugar:

1. Era lugar de cura e misericórdia, mas não eram poucos os que agonizavam com as mais variadas enfermidades - v.3 Nestes, jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos

2. Era lugar de cura e misericórdia, mas com cura seletiva, para os mais "espertos" e por “ritos” mais fundamentados em crendices do que nas verdades bíblicas v.4 esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse.

3. Era um lugar de cura e misericórdia, mas o que sustentava a casa cheia não era a cura e a misericórdia, mas a disputa individual para alcançar tais benefícios – e o que primeiro entrava (era cada um por si e um anjo pra todos)

4. Era um lugar de cura e misericórdia, mas se vivia ali por muitos anos sem experimentar nenhum tipo de restauração ou cuidado v.5 Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos.

5. Era um lugar de cura e misericórdia, mas a maioria das pessoas eram ignoradas v.6 Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?

6. Era um lugar de cura e misericórdia, mas não havia amor recíproco entre os que ali estavam. Os interesses pessoais sempre prevaleciam v.7 Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.

7. Era um lugar de cura e misericórdia, mas Jesus estava ali e ninguém o reconhecia v.11 Ao que ele lhes respondeu: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda.

Será que Jesus mudou? Hebreus 13.8 Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre. Será que Deus não quer curar e restaurar a todos o que o buscam? Isaías 59:1,2 Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.

Por que Jesus não tem agido em nosso meio? Por que Jesus não tem agido em nossa família? Vamos mudar a pergunta: Como temos vivido como igreja? Como tem sido o nosso comportamento como cristãos? Será que temos honrado o nome que levamos? Há coerência entre o nosso nome e a nossa prática?

Se não cuidarmos, deixaremos de ser uma igreja e nos tornaremos um lugar cheio de pessoas doentes e que preferem continuar doentes, pois esse é o ambiente que sempre conviveu. Um lugar que cria o seu próprio jeito de agir e ser e se afasta do modelo de igreja deixado na Bíblia que é a nossa única regra de fé e prática. Um lugar onde se aproximar e ajudar uns aos outros se torna cada dia mais difícil, pois a individualidade tem "engolido" a comunidade. Um lugar onde quem chega e quer de fato ser restaurado não consegue porque não tem ninguém que se aproxime para ajudar.

Não podemos nos tornar uma igreja onde as pessoas são ignoradas. Pessoas são mais importantes que os ritos ou programas que estivermos desenvolvendo como igreja.

Eu creio que Jesus continua o mesmo hoje – é isso que lemos na Bíblia. Creio que Deus quer agir de forma poderosa no nosso meio. Creio que é desejo de Deus restaurar plenamente quem tem sido bombardeado com tantas dores e também quem tem sido impossibilitado de caminhar normalmente. Mas também creio que podemos perder o tempo da história e nos tornarmos um tipo “tanque de Betesda”, onde as pessoas chegam precisando de cura e restauração, mas não experimentam o que Jesus tem a oferecer.

Uma palavra a você que tem procurado sinceramente restauração e cura em Jesus. Algo muito claro no texto é o desejo dele de restaurar e curar quem de fato quer ser restaurado e curado. Isso é fantástico na Bíblia. Ainda que a grande maioria esteja alheia a presença poderosa de Jesus em um lugar, um coração sincero ali presente pode alcançar um milagre da parte do Senhor.

Algumas lições que podemos guardar com essa história:

1. Não basta ter nome, nem tampouco fama. É preciso ter essência e eficácia. Isso se aplica a igreja e a cada cristão.

2. A possibilidade de se tornar uma igreja que prega uma coisa e vive outra sem que os presentes percebam que isso está acontecendo é uma realidade.

3. O individualismo pode se tornar um monstro destruidor da vida em comunidade.

4. Ter Jesus no ambiente e não perceber a sua presença, nem experimentar do seu poder é mais comum do que imaginamos.

5. Mesmo em ambientes infestados de desatentos e religiosos, Jesus ainda age poderosamente naquele que é sincero na sua busca pela ação de Deus em sua vida.

6. Ontem, hoje e sempre, Jesus é o dono da Igreja e só ele tem todo o poder para transformar vidas. Que aprendamos a não fundamentar a nossa fé em ritos ou programas “que dão certo”.


Que Deus nos dê forças para sermos chamados de igreja e vivermos como igreja, sermos chamados de cristãos e refletirmos Cristo em nossas vidas.

Uma boa semana pra você.

Ricardo Carvalho