domingo, 16 de junho de 2013

ALCANÇANDO A VERDADEIRA INTIMIDADE

Cantares 6:3a Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...
Cantares 7:10 Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim.

Li algo muito interessante no livro de Gary Chapman, “A família que você sempre quis”. Gary compartilha sobre intimidade e mostra o quanto ela é necessária para que alcancemos um relacionamento profundo.

Mais do que nunca, necessitamos de intimidade nos relacionamentos. Nesse contexto virtual, onde as emoções só são expressas nas redes sociais, que de sociais não tem nada, pois todas elas acontecem entre nós e os nossos eletrônicos (computadores, smartphones, etc.).

Se é para ter momentos de alegria e colocar pra fora as emoções vejo surgir, no contexto onde estou inserido, os chamados grupos pequenos. E aqui faço uma crítica aos grupos pequenos no meu contexto. A “koinonite” tem tomado conta desses grupos. Estão se tornando tão amigos, que estão esquecendo de abrir espaço para outras pessoas. E, pasmem, eles acham que está tudo bem.

É nesse contexto que vejo muitas famílias sendo envolvidas. A intimidade tem desaparecido, pois expressam tudo nas redes sociais e somente lá, bem como se “apaixonaram” por viver somente em grupos.

E a vida a dois? E a conversa contínua e rotineira olho no olho? Tenho certeza que muitos desses que são tão animados e felizes nas redes e nos grupos não são os mesmos em casa.


Gary Chapman fala sobre cinco aspectos da intimidade que precisam estar presentes nos nossos relacionamentos.

1. Intimidade Intelectual – quando revelamos os nossos pensamentos

O nosso mundo acontece nos nossos pensamentos. Os nossos desejos são todos vivenciados nos nossos pensamentos. Estamos sempre repletos de pensamentos.

O grande problema é que estamos nos acostumando a viver dentro da própria mente. Como consequência disso, paramos de dividir com o nosso cônjuge o que estamos pensando ou desejando.

Gary diz que “para obter intimidade, devemos optar por revelar alguns desses pensamentos um ao outro. Não é compartilhar todos os pensamentos, pois seria absurdo. Viver com a opção de não revelar nenhum pensamento é a garantia de morte da intimidade.”

Ele não fala de discutir assuntos intelectuais, mas compartilhar um pouco do que passou na nossa mente durante o dia.

Seja sincero ao responder “no seu pensamento” essa pergunta: Você tem dividido os seus pensamentos com o seu cônjuge?

2. Intimidade Emocional – quando discutimos nossos sentimentos

Do jeito que temos sido tão corajosos nas redes sociais e em um “grupão de amigos”, como seria bom que tivéssemos liberdade de expor as nossas emoções positivas e negativas com o nosso cônjuge.

Compartilhar o que está sentindo, seja bom ou ruim, faz parte da construção de um relacionamento íntimo e profundo. Deixar que o seu cônjuge penetre no mundo das suas emoções pode fazer uma enorme diferença na sua família.

Gary diz: “Quando contamos ao cônjuge as emoções que sentimos, o incluímos numa parte poderosa da nossa vida”.

3. Intimidade Social – quando passamos tempo juntos e conversamos sobre o tempo que passamos separados

Fazer coisas juntos. Preciso dizer a você que isso é fantástico. Tenho experimentado isso na minha vida. Amo grupos, tenho muitos amigos, mas sou apaixonado por momentos a sós com minha esposa e meus filhos e noras. Temos curtido muito fazer coisas juntos. Isso tem gerado em nós uma cumplicidade social maravilhosa.

E falar do que experimentamos quando estamos separados? Tem sido um hábito nas nossas vidas.

Gary sugere algo interessante: “Quando relatamos esses acontecimentos, passamos a sentir que fazemos parte da experiência do outro. Estabelecer a prática do ‘momento diário de compartilhamento’, no qual cada um conta ao outro pelo menos ‘três coisas que aconteceram na minha vida hoje e como me senti em relação a elas’".

Mesmo sem ter essa proposta antes, já costumo vivenciar momentos assim com Bel e os meninos.

4. Intimidade espiritual – quando abrimos nossa alma um ao outro

Esse aspecto talvez seja um dos mais negligenciados pelos casais. Parece que a individualidade tem tomado conta da nossa espiritualidade. Espiritualidade é feita de momentos a sós com Deus, mas também é feita de momentos de comunhão com o próximo.

Foi lendo esse material que aprendi que a intimidade espiritual é estimulada não apenas pela comunicação verbal, mas também pela experiência compartilhada – exemplo: frequentar juntos as celebrações; dar as mãos durante as orações; anotar as mensagens; orar juntos.

Gary comenta: “Duas pessoas unidas em oração honesta descobrirão um profundo senso de unidade espiritual”.

Ele complementa o seu comentário com uma sugestão tremenda: “Se você acha desconfortável orar verbalmente, faça orações silenciosas. Nenhuma palavra é dita em voz alta, mas o coração de um se aproxima do coração do outro”.

Aprenda a abrir a sua alma diante do seu cônjuge. Você não imagina o quanto isso trará intimidade a vocês.

5. Intimidade física – quando compartilhamos nosso corpo

Acho que não preciso me deter muito nesse aspecto da intimidade. Entendo que descobrindo as diferenças presentes nos homens e nas mulheres podemos construir uma intimidade física satisfatória e complementadora dos demais aspectos da intimidade.

O que tiro como conclusão de tudo isso é que precisamos redescobrir a intimidade. Precisamos ficar atentos, pois os vilões da superficialidade estão tomando conta de nós. Somos virtuais demais, gostamos muito do coletivo e estamos perdendo de vista a busca pela intimidade conjugal.

Que Deus nos desperte!

Tenha uma ótima semana.

Ricardo Carvalho

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