segunda-feira, 4 de julho de 2011
Aba – Pai – A Intimidade que podemos ter com Deus
Quando observamos a relação de Jesus com o Pai ficamos impressionados. O termo usado pelas crianças judias, uma forma coloquial e íntima quando falavam com seus pais, foi o mesmo que Jesus empregou para se dirigir ao Pai. Aba (paizinho) não tinha precedentes no judaísmo nem em qualquer outra das grandes religiões do mundo. Jesus chocou mais uma vez os teólogos da época e a opinião pública.
O mais fantástico em tudo isso é que Jesus não guardou o privilégio para si mesmo. Ele nos convida e convoca a compartilhar a mesma intimidade e o mesmo relacionamento libertador. Paulo afirma em Rm 8:14-16 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
Somos levados pelo Espírito a clamar, Aba, Pai. É isso o que Jesus quer que vivamos. Intimidade com Deus é o principal efeito da encarnação de Jesus – Jo 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;
Somos filhos de Deus. 1 Jo 3:1 Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.
Saber disso abre a nossa mente para enxergar a nós mesmos e o outro de forma diferente.
Somos Filhos de Deus, portanto:
1. A maneira como nos enxergamos pode ter pouco a ver com aquilo que realmente somos.
Como você se enxerga? Qual a visão que você tem formado acerca de si mesmo? Talvez você se enxergue na visão dos outros. Talvez seja muito bem visto na sua aparência cristã. Você constantemente ouve uma voz interior sussurrando: “você é uma bênção, um sucesso no Reino de Deus...” Parece bonito, mas essa não é uma definição correta.
“Da mesma forma, quando você mergulha em desânimo, e a mesma voz interior sussurra: ‘você não tem nada de bom, é uma fraude, um hipócrita, um sujeito superficial’, não há nenhuma verdade em qualquer imagem que eu forme a partir dessa mensagem”.
Você é aquilo que Deus enxerga em você. É por isso que precisamos fazer do Senhor e de seu imenso amor os elementos constitutivos do nosso valor pessoal.
Quer uma boa definição pessoal? Defina-se como alguém que é amado por Deus. O fato de Deus amá-lo e escolhê-lo é que determina o seu valor. Aceite isso e permita que se torne a coisa mais importante da sua vida.
2. Deus nos ama
É uma frase simples, mas que exprime uma verdade transformadora – Somos amados de Deus.
Is 49:15 Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.
Deus nos amou sendo nós ainda pecadores – Rm 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
“Ser o amado é nossa identidade, o centro da nossa existência. Não se trata de mera arrogância, uma ideia inspiradora ou uma designação entre tantas: é o nome pelo qual Deus nos conhece, e o modo como se relaciona conosco”.
Deus tem feito isso. A cada momento nos relembra que somos amados dele. Infelizmente, muitos de nós continuamos a cultivar uma identidade artificial e impedimos que a verdade libertadora de sermos os amados a suplante.
Ele diz em Is 43:1,4; 54:10 Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu... Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida... Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti.
Henry Nouwen escrevendo para um intelectual de Nova York, de quem era amigo íntimo, afirmou: “Tudo o que quero lhe dizer é: Você é o amado; e tudo o que espero é que você ouça essas palavras como se tivessem sido ditas com toda a ternura e a força que o amor é capaz de conter. Meu único desejo é fazer com elas reverberem em cada canto de seu ser: ‘Você é o amado’”.
3. Precisamos ser compassivos com o nosso próximo
Se eu sou filho de Deus, preciso reagir como ele reage. Quando observo a vida de Jesus percebo que ser como Deus é mostrar compaixão.
Donald Gray disse assim: “Jesus revela, numa vida excepcionalmente humana, o que é viver uma vida divina, uma vida compassiva”.
É sinal característico do filho de Deus a disposição de perdoar os inimigos. Lc 6:35 Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.
Como é duro vivenciar o perdão. Só existe um lugar para aprendermos mais sobre o perdão, o Calvário. Se ficarmos ali por um bom tempo, veremos o nosso Senhor perdoando apesar de toda tortura e sofrimento. É nessa unidade com o Crucificado, que conquistou nossa paz por meio do seu sangue na cruz, que aprendemos mais sobre perdão e compaixão.
“Compaixão sincera, que gera o perdão, amadurece quando descobrimos onde o inimigo chora”.
4. Somos aqueles que mais evitam julgar os outros
“Viver na sabedoria de quem aceitou a ternura afeta profundamente meu modo de perceber a realidade, a forma pela qual reajo às pessoas e às situações em que se encontram”.
O Preconceito tem destruído o cristianismo. Jesus deixou para todos nós a ordem de amarmos uns aos outros e de forma indiscriminada. Ou seja, não havia limites quanto “à nacionalidade, ao status, à etnia, a preferência sexual ou à amabilidade inerente ao ‘outro’”.
Você sabe o que é compaixão indiscriminada? É o que o evangelho nos ensina.
“Jesus, a face humana de Deus, nos convida a uma reflexão profunda sobre a natureza do discipulado verdadeiro e o estilo de vida radical do filho de Deus”.
Podemos ter uma fantástica intimidade com o Pai a ponto de chamá-lo de paizinho. Jesus deixou esse privilégio para cada um de nós. Podemos curtir essa relação íntima de uma forma especial. Ela será restauradora da visão que temos construído de nós mesmos e nos trará uma forma compassiva de olhar para as pessoas.
Comece hoje mesmo essa caminhada em direção ao Pai. Aproxime-se dele e chame-o de Aba.
Uma boa semana para você.
Ricardo
* As frases entre aspas são de Brennan Manning (O Impostor que vive em mim)
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